sábado, 16 de junho de 2007

O dogma da Evolução

"Se o dogma, como diz Suarès, é «o contrário da prova», afirmar a evolução como um dogma é, logo à partida, reconhecer a falta de prova. Este é precisamente o reconhecimento que fazem sem rodeios vários naturalistas. Em 1879, Haeckel escrevia ao anatomista Virchow: «Não é possível imaginar nada mais absurdo, nada que demonstre melhor que não se compreende nada da nossa teoria da evolução, do que pedir que a fundemos sobre provas experimentais». E Delage, que era seguramente um espírito científico de outra envergadura que Haeckel, proclamava por sua vez, em 1903, no seu livro Hérédité et les grands problèmes de la Biologie générale: «Reconheço sem dificuldade que nunca vimos uma espécie gerar outra, nem se transformar noutra, e que não temos nenhuma observação formal que demonstre que tal coisa alguma vez teve lugar. Considero todavia que a evolução é tão certa como se tivesse sido demonstrada objectivamente. Aqueles a quem estas premissas chocam, basta-lhes fechar este livro». Bom, é nos pedido aqui um acto de fé, e é na verdade sob a forma de uma verdade revelada que cada um de nós recebeu em tempos a noção de evolução." - Louis Bounoure, Détérminisme et finalité, Flammarion, pp. 48-49.

Parece-me justo sublinhar a posição honesta de Delage: apresentar ao leitor, logo no início da obra, qual é o seu pressuposto, o seu axioma. Este é, claramente, aceitar a evolução como um facto provado, sem que o tenha sido. Nada tenho contra tal posição pística, porque o criacionista também aceita a Criação como um facto, sem a poder provar empiricamente. Mas ao menos, Delage evita o caminho fácil de muitos evolucionistas, que encarnam nos dias de hoje o pior espírito proselitista de Haeckel.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Louis Bounoure - Détérminisme et finalité

A Flammarion publicou, no já longínquo ano de 1957, uma obra que deveria ser de leitura obrigatória ao nível liceal. Nesta obra, Détérminisme et finalité, o francês Louis Bounoure, Professor de Biologia na Faculdade de Ciências de Estrasburgo, consegue um feito notável: apresentar uma boa argumentação para fundamentar aquela que ele considera ser a "dupla lei da vida", o determinismo e a finalidade.

Apoiado nestes dois pilares, que o autor estuda e aprofunda ao longo da obra, Bounoure consegue a proeza intelectual de gerir um espantoso tour de force contra dois dos maiores perigos anti-científicos dos tempos modernos: o evolucionismo e o panpsiquismo.

Contra os dogmas evolucionistas, Bounoure propõe, para salvar a Ciência, a constatação da finalidade, de que todo o organismo vivo diverge profundamente da matéria inanimada no sentido em que demonstra ter um objectivo funcional estável. Bounoure não se propõe a explicar como surge esta finalidade: ele remete essa questão para uma "causa da vida" inexplicável para o cientista. Ele assume, como pressuposto, que a vida é como é. Que o ser vivo se explica pela sua embriologia, e que a embriologia de um ser vivo se explica pelo mecanismo de reprodução do ser vivo seu progenitor. Ou seja, Bounoure constata uma cadeia de causalidade que remonta até aos tempos mais recuados, sem que se possa vislumbrar como a vida surgiu.

Para Bounoure, o biólogo pode e deve estudar os mecanismos complexos da vida, mas está totalmente sem resposta perante o enigma de como esta terá surgido. O autor argumenta profundamente acerca da sua primeira tese, a de que a finalidade, o facto de os organismos vivos serem regidos por um objectivo final concreto, destrói totalmente a pretensão anti-científica dos evolucionistas, que procuram impor uma tese não verificável nem testável à comunidade científica apenas devido a um pressuposto emocional também ele não científico: o do materialismo.

Bounoure explica que o materialismo forma um ciclo vicioso de causalidade explicativa: o evolucionista assume que todo o real é material, sem qualquer base ou razão para tal; o evolucionista assume que a complexidade da vida tem que ter a sua origem causal apenas e exclusivamente na própria matéria, auto-organizada pelo acaso; o evolucionista vê-se forçado a partir o milagre da vida em vários pequenos milagres, esmiuçando cada vez mais estes pequenos milagres em micro-milagres, até que se atinjam passos evolutivos (usando a escala dos milhões de anos) tão pequenos que já não parece insensato supô-los. O que é insensato para um cientista, como afirma Bounoure, é supor o transformismo: que uma espécie, apresentando sempre espantosas características de estabilidade, se transforme noutra. Bounoure, é bem certo, não duvida da Selecção Natural darwinista, da sucessiva filtragem, por efeito do meio ambiente e da interacção do ser vivo com este, dos indivíduos dentro de uma população que se adaptam melhor ao contexto. Bounoure não duvida de que a matéria viva é plasmática e elástica ao ponto de permitir pequenas variações intra-espécie, refinadas pela ferramenta temporal da selecção natural.
Mas Bounoure, como bom cientista, constata que o transformismo é uma suposição gratuita, sem qualquer suporte empírico ou factual.

Contra outra ideia obstinada e errada, o panpsiquismo, Bounoure discorre bastante, tentando vincar o segundo pilar da sua tese acerca da vida, o pilar do determinismo. Para Bounoure, tentar colocar Deus, ou uma espécie de alma, no coração dos mecanismos celulares é ecoar, uma vez mais, o velho sonho do panteísmo ou do panpsiquismo. A ideia, velha como o mundo, e não obstante, uma ideia errada, de que toda a matéria está animada por uma espécie de entidade psíquica, vulgo "alma".
Bounoure deixa bem claro que não tolera que se admitam explicações divinas para os processos intracelulares, que regem espantosamente as leis da vida. Segundo Bounoure, e admita-se, cheio de razão, assim que se der esse passo, o cientista não progredirá mais no conhecimento biológico. Bounoure sustenta que, existindo uma razão puramente empírica e determinista para explicar um determinado fenómeno biológico, invocar Deus ou uma alma só irá bloquear a compreensão desse fenómeno, tornando até gnoseologicamente irrelevante a pesquisa científica.

É, então, espantosa a defesa da verdadeira Ciência por parte de Bounoure: o autor não se atreve a proclamar o criacionismo, por temer sair demasiado da sua esfera do cientista natural, mas por outro lado constata que a observação científica só pode conduzir à constatação da finalidade dos organismos vivos, algo que a matéria inanimada não possui e não é capaz de gerar por si só. O autor não se cansa de dizer que, por muito que áreas como a da cibernética tentem imitar a vida, não a conseguem reproduzir.
Por outro lado, o autor insiste no facto de que o dever do cientista natural está em procurar explicações naturais para os fenómenos naturais, mesmo que lhe esteja vedado o conhecimento de qualquer facto sobrenatural, mesmo lhe que esteja vedado o acesso à explicação final para a origem do fenómeno espantoso que é a vida.

Na minha modesta opinião, isto parece-me ser verdadeira ciência natural. Com a vantagem adicional de que Bounoure tem a sua Filosofia bem estudada, o que lhe permite ter uma ideia muito bem sedimentada acerca da Epistemologia e das fronteiras da Ciência. Algo que, obviamente, escapa ao fanatismo proselitista de muitos dos modernos arautos do Evolucionismo.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Filosofia para a sala de aula

Naquela típica forma sua de usar palavras e conceitos simples para nos ensinar coisas profundas, G. K. Chesterton (1874-1936) fala-nos deste modo, num texto intitulado Philosophy for the schoolroom, acerca dos rudimentos do pensmento humano, coisas tão elementares que seriam passíveis de serem ensinadas nas salas de aula desde a tenra idade:

"Every argument begins with an infallible dogma, and that infallible dogma can only be disputed by falling back on some other infallible dogma; you can never prove your first statement or it would not be your first. All this is the alphabet of thinking. And it has this special and positive point about it, that it can be taught in a school, like the other alphabet. Not to start an argument without stating your postulates could be taught in philosophy as it is taught in Euclid, in a common schoolroom with a blackboard. And I think it might be taught in some simple and rational degree even to the young, before they go out into the streets and are delivered over entirely to the logic and philosophy of the Daily Mail."

Ou seja, não é possível raciocinar nem expor um raciocínio sem considerar primeiro qual é o nosso ponto de partida: qual ou quais os pressupostos que não pretendemos demonstrar. O raciocínio, movimento intelectual que está na base no pensar humano, é um movimento que necessita obrigatoriamente de ter o seu ponto de partida bem definido.
Se duvidamos dos nossos pressupostos, se os queremos esmiuçar um pouco mais antes de passar adiante no raciocínio, então temos que recuar um pouco. Mas este recuo obriga a passar a um novo quadro demonstrativo, com novos pressupostos, em princípio mais elementares que os iniciais.
Não se foge a isto: um raciocínio tem que ter sempre pressupostos, e esta noção básica deveria ser ensinada nos bancos das escolas. As crianças, antes de se dirigirem a alguém para justificar ou argumentar o que quer que seja, deveriam estar habituadas a dizer ao seu interlocutor qual é, ou quais são, os seus pressupostos.

Segundo Chesterton, esta anomalia intelectual, esta atrofia que nos faz esquecer a necessidade de fixar pressupostos, está presente ad nauseam, no espírito céptico:

"Much of our chaos about religion and doubt arises from this--that our modern sceptics always begin by telling us what they do not believe. But even in a sceptic we want to know first what he does believe. Before arguing, we want to know what we need not argue about. And this confusion is infinitely increased by the fact that all the sceptics of our time are sceptics at different degrees of the dissolution of scepticism."

Como dialogar intelectualmente com pessoas que se esqueceram da necessidade de fixar postulados, de explicitar os seus pressupostos? É certo que há cépticos e cépticos. Será impossível dialogar com um céptico fanático, que não consiga fixar um só pressuposto. Como dialogar com alguém assim?
Mas mesmo o céptico moderado deve habituar-se a fixar os seus pressupostos: a dizer em que é que acredita. Quais os seus "dogmas"? Quais os pressuspostos dos quais não duvida e que não pretende demonstrar? Quais os seus axiomas?

De seguida, Chesterton ataca o típico sofisma céptico, que consiste em afirmar que a religião está apoiada no indemonstrável. Chesterton explica que qualquer homem intelectualmente são tem que acreditar num punhado de ideias indemonstráveis, sob pena de cair em insanidade mental.

"All sane men, I say, believe firmly and unalterably in a certain number of things which are unproved and unprovable. Let us state them roughly.

(1) Every sane man believes that the world around him and the people in it are real, and not his own delusion or dream. No man starts burning London in the belief that his servant will soon wake him for breakfast. But that I, at any given moment, am not in a dream, is unproved and unprovable. That anything exists except myself is unproved and unprovable.

(2) All sane men believe that this world not only exists, but matters. Every man believes there is a sort of obligation on us to interest ourselves in this vision or panorama of life. He would think a man wrong who said, "I did not ask for this farce and it bores me. I am aware that an old lady is being murdered down-stairs, but I am going to sleep." That there is any such duty to improve the things we did not make is a thing unproved and unprovable.

(3) All sane men believe that there is such a thing as a self, or ego, which is continuous. There is no inch of my brain matter the same as it was ten years ago. But if I have saved a man in battle ten years ago, I am proud; if I have run away, I am ashamed. That there is such a paramount "I" is unproved and unprovable. But it is more than unproved and unprovable; it is definitely disputed by many metaphysicians.
(4) Lastly, most sane men believe, and all sane men in practice assume, that they have a power of choice and responsibility for action."


Seria interessante que Chesterton estivesse vivo para poder dar aulas a alguns loucos insensatos, como o fanático e maníaco Richard Dawkins, autor do recente best-seller The God Delusion, uma obra anti-científica (porque viciada pela campanha pessoal anti-religião do seu autor) que só poderia ser popular nestes nossos tristes tempos (1)...

O ponto de partida do crente cristão está assente num punhado de pressupostos elementares, estabelecidos com base na confiança entre seres humanos:

1. Jesus Cristo viveu sobre a Terra e transmitiu o seu ensinamento a várias pessoas;
2. Essas pessoas cristalizaram fielmente esse ensinamento nas Sagradas Escrituras;
3. Algumas dessas pessoas que o conheceram edificaram uma organização, chamada Igreja Católica, para perpetuar o ensinamento de Cristo.

É certo que o crente interessado pode ainda esmiuçar estes postulados, pode recuar atrás no raciocínio e procurar demonstrar os pressupostos 1, 2 e 3. Mas terá sempre que assumir novos pressupostos. Terá sempre que ter "fé", que aceitar como indiscutível ou não provado, qualquer coisa de axiomático localizada mais atrás no pensamento. O mesmo fará o cientista no seu trabalho demonstrativo de uma determinada realidade ou fenómeno natural.

É este tipo de bom senso do crente, este tipo de sensatez pística, que convinha explicar e fazer entender a um histérico como Dawkins, que além de ser invencivelmente ignorante em matéria de religião, não está habituado a ver o crente como um ser humano perfeitamente normal, capaz de pensar e de raciocinar de forma elementar, como qualquer outro ser humano. E capaz, como qualquer cientista, de basear as suas convicções em pressupostos que não demonstra.

(1) O maior problema de Dakwins, e este seu livro é o melhor exemplo disto mesmo, é a fraca preparação filosófica e teológica de Dawkins. Vale a pena ler a crítica que é feita a este livro pelo filósofo Alvin Plantinga, um dos actuais investigadores e estudiosos no campo filosófico dos argumentos ontológicos.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Os números do "progresso"

Perante um relatório como o agora publicado pelo madrileno Instituto de Política Familiar, torna-se difícil ver os sinais de progresso resultantes das políticas anti-família defendidas pelo Parlamento Europeu e por tantos estados membros, entre os quais Portugal, que deu recentemente ao Mundo os seus sinais de "progressismo" com a liberalização do acesso ao aborto.

Segundo as estatísticas do relatório (ver pág. 18), em média, a cada 25 segundos, é abortada uma criança no espaço europeu (EU-27). Algo como 141 abortos por hora. Mas as restantes estatísticas não são menos alarmantes, como nos dá conta Samantha Singson, do C-FAM:

"According to the report, a child is aborted every 25 seconds, a rate that far exceeds any other external cause of death in Europe including traffic accidents, AIDS and suicide. The number of marriages has declined by 22.3% since 1980. Divorce rates are skyrocketing with one occurring every 30 seconds. One out of every three babies born in the EU is born out of wedlock. The report also underscores the changing face of Europe with a modest population growth rate that is attributable almost exclusively to immigration, an increasing aging population and a dwindling number of youth under the age of 14.", in European Parliament Urged to Support the Traditional Family.

Será isto o progresso?
Um aborto a cada 25 segundos?
Um divórcio a cada 30 segundos?
Deve ser...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Paradoxos do aborto

Recentemente, foi noticiado que aproximadamente 75% dos profissionais a trabalhar no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, irão inscrever-se como objectores de consciência, recusando praticar o aborto a pedido.

Faz todo o sentido.
São pessoas com formação superior na área de Medicina, pessoas cientificamente elucidadas acerca do significado científico e ético de abortar: é perfeitamente normal que a esmagadora maioria dos profissionais desta instituição se recusem a matar seres humanos a pedido.

Seria desejável que os mesmos conhecimentos (se não científicos, pelo menos éticos) tivessem estado disponíveis à populaça ignorante que votou no passado referendo, evitando-se assim o resultado intelectualmente (e eticamente) desastroso.

Mas parece-me interessante notar aqui um paradoxo. Apesar de eu partilhar da ideia de que o ser humano tem uma tendência inata para o mal e para a asneira, a verdade é que o fenómeno homicida é minoritário na nossa espécie. Não é normal a tendência homicida, e quando ela se manifesta, é sempre em poucos elementos da nossa espécie.

A percentagem elevada de objectores de consciência denota uma tendência inata que temos para a protecção dos nossos, para a recusa terminante em dar a morte a um ser da nossa espécie. Contudo, uns bons 25% de médicos não têm quaisquer reservas éticas: atropelando o Juramento de Hipócrates, que hipocritamente proclamaram a viva voz no dia da sua graduação (talvez apenas para satisfazer o folcore ou "espírito de grupo"), irão sem quaisquer problemas executar diligentemente os abortos que lhes forem pedidos.

O Milfepristone já vem a caminho, juntamente com as belas máquinas de aspirar. O primeiro mata o embrião, fazendo com que este seja expelido para fora do útero. O segundo é mais intuitivo: trata-se de uma potente máquina de sucção, que arranca o embrião das vísceras maternas. Uma beleza, a técnica...
Os nossos governantes congratulam-se com a "limpeza" das modernas técnicas abortivas: de tal forma que não se preocupam minimamente com os objectores! Porque bastará um "médico" abortadeiro determinado para, munido destas belas ferramentas, "despachar" dezenas de embriões por dia. Note-se o fascínio triturador destes políticos modernos pelas comodidades da técnica, como eles são subjugados pelo poder esmagador do número e da máquina: um só abortador vale por centenas de objectores de consciência!

Mas ponho-me a pensar... Se não é frequente que nasçam homicidas, como justificar a elevada percentagem (ainda assim, 25%!) de médicos sem ética, que incluem o verbo "matar" no seu léxico profissional? Sou da opinião de que grassa, entre eles, um erro intelectual que pode explicar este fenómeno sem igual.

É, aliás, o mesmo fenómeno que explica a vitória do "sim" ao aborto livre. As pessoas não vêem problema ético na coisa. As pessoas não vêem o aborto como matar. Contudo, os mais acérrimos defensores da eticidade do aborto sabem que se mata alguma coisa. Por isso, ainda há aquelas mentes esclarecidas que sabem que se mata com o aborto, mas segundo eles, mata-se uma "coisa" não humana.

De novo, miopia intelectual. Já são aos milhares, aqueles que dizem que só nos tornamos humanos com o desenvolvimento cerebral. Não têm dúvidas de que, mesmo num adulto sem um rim, se está perante um ser humano. Não têm dúvidas de que, mesmo numa criança cujo coração foi transplantado, se está perante um ser humano (mesmo naquela fase da operação na qual o peito da criança está sem esse órgão). Contudo, para eles, o cérebro é o órgão decisivo: aquela peça de tecido esponjoso do "tudo ou nada". Tens, és humano. Não tens, és lixo orgânico.

Somos humanos desde a fertilização. A partir desse instante, não ganhamos nada de geneticamente relevante. Se não somos humanos enquanto ovo, como nos poderíamos tornar num?

O aborto, como fenómeno sociológico, permanece para mim injustificável, inexplicável. Como pudemos descer tão baixo?

sexta-feira, 1 de junho de 2007

O Zé?

Outdoor do Bloco de Esquerda

“O ZÉ FAZ FALTA”

Refrescante o conteúdo programático desta candidatura!

Duarte Fragoso