segunda-feira, 18 de maio de 2009

Padre Weslin preso em Notre Dame



Preso por se manifestar e por rezar, na passada sexta-feira, no "campus" de Notre Dame. "The land of the free"...
Este é o mesmo padre que já tinha sido preso por rezar à porta de "clínicas" de aborto, ao abrigo da "lei" intitulada "Freedom of Access to Clinic Entrances Act (FACE)". O que sentirá o Pe. Jenkins, reitor de Notre Dame, ao ver estas imagens da prisão do Pe. Weslin e ao reflectir na vergonhosa cerimónia de ontem? Também Jenkins é sacerdote, mas claramente de um calibre diferente...

6 comentários:

maria disse...

Bernardo,

já leu o discurso de Obama?
Acho que vale a pena ler e considerar o que diz.

Espectadores disse...

MC,

Não vamos voltar ao mesmo...
O discurso do Obama é de um enorme atrevimento. Admito o talento de orador e de sofista. Mas é preciso ter muita lata. Se tiver tempo, faço um "post" com as minhas críticas, mas a mais evidente é esta: a abordagem pragmatista de Obama é incompatível com qualquer moral decente. Ele diz que quer trabalhar com os católicos para reduzir o número de abortos.

Isso é bonito, mas nunca à custa de deixar que se aborte. Obama defende um direito a abortar, por muito que, incoerentemente, diga que quer ver o número de abortos reduzir.

Numa frase célebre, ele disse-o de forma clara, ao não querer, caso isso acontecesse, que a suas filhas fossem "castigadas" com uma gravidez indesejada.

No fim de contas, o meu único problema com o Obama é este: ele acha que há um direito da mulher a abortar, mesmo que ele considere o aborto mau.

A Igreja Católica nunca se cansa de dizer isto de forma perfeitamente clara: abortar é matar um ser humano indefeso. Abortar é sempre errado, e nunca deve ser tolerado. Não é um direito.

A propósito, o que achou da decisão do Pe. Jenkins, reitor da Universidade, de criar este cordão policial para prender e multar manifestantes que entrassem no "campus" para protestar pacificamente, rezando e cantando?

Ver o Pe. Jenkins culpado da asneira de condecorar Obama já era grave: vê-lo a autorizar a polícia a prender padres coerentes com mais de 80 anos é triste...

Nossa Senhora nos ajude... ao que chegámos!

Anónimo disse...

Todos aqueles “figurantes” (de boné) e aquela “realizadora” que teimosamente incita [… say it, do it…] um “protagonista”, cuja sanidade mental aparenta alguma debilidade, serão o testemunho da espontaneidade do “casting”. Ah, e o “adereço”… num apelo á humildade.

Lamentável. Degradante. Triste.

O recurso á “vitimização” repetir-se-á “ad eternum”,enquanto a "verdade" não passar de meia dúzia de preconceitos vendidos como "revelados".

Darius

Espectadores disse...

Caro Darius,

Talvez pudesse compreender o que se passou se, ao invés de olhar para o vídeo de forma preconceituosa, olhasse para a objectividade dos factos.

1. Um padre e um grupo de manifestantes deslocam-se devagar, com cartazes, a rezar e a cantar

2. Aproximam-se da fronteira entre a via pública e o "campus" da Universidade

3. Ao entrar no "campus", são detidos e presos

O estado mental do Pe. Weslin é irrelevante: ele não ameaça ninguém.

A situação merece uma explicação para quem está fora desta questão: a Universidade Notre Dame é propriedade particular (não é via pública). É da responsabilidade do reitor o convocar das forças de segurança para impedir a entrada de pessoas indesejadas. Foi o que aconteceu.

O que escandaliza qualquer pessoa decente é:

a) polícias cumprirem ordens manifestamente imorais, como prender pessoas de idade que não agridem ninguém

b) a esquizofrenia de um reitor que é católico e padre autorizar que a polícia exerça opressão sobre católicos (incluindo padres idosos)

Não é vitimização, Darius. O que fazem estes manifestantes é o mínimo: manifestar-se contra a tremenda injustiça que é o aborto.

Na segunda guerra mundial, os poucos manifestantes que eram presos protestavam pelas deportações e maus tratos aos judeus. Nos meios nazis da época, também se olharia para essas manifestações como "vitimização"...

O aborto é livre, Darius. Matam-se crianças dentro do útero materno. O que faz você para impedir esses crimes?

Escreve comentários deste calibre em blogues...

Anónimo disse...

Caro “Espectadores”


Escreve comentários deste calibre em blogues...

Nunca me senti intimidado em manifestar as minhas convicções porque acredito na divergência de opinião, no fundo o motor de todas as conversas interessantes.


… ao invés de olhar para o vídeo de forma preconceituosa, olhasse para a objectividade dos factos.

Apesar de acreditar que a autêntica liberdade do ser humano é permanecer “não contaminado” por superstições e crenças injustificadas que deformam a percepção da realidade, ainda consigo distinguir entre a aparência e a realidade das coisas e, testemunhar a existência de um abismo entre a seriedade e a frivolidade.

A “objectividade dos factos” (?) não deve ser uma ferramenta que permita manipular os outros. A visualização isenta e imparcial das imagens revela a intencionalidade dos protagonistas em “violar” os limites impostos, de forma a conseguirem “tempo de antena”.

Se foram convocadas forças de segurança para impedir o acesso de pessoas “indesejadas”, é porque foram estabelecidos limites que não deveriam de ser ultrapassados.
Uma coisa é discordarmos, outra é transgredirmos porque, certas ou erradas, justas ou injustas, morais ou imorais as “regras” devem ser respeitadas.


Não é vitimização… O que fazem estes manifestantes é o mínimo: manifestar-se contra a tremenda injustiça que é o aborto.

Na minha opinião, que poderá ser suspeita, mais do que protestar contra o “aborto” a verdadeira intenção dos manifestantes terá sido contra a presença, discurso ou doutoramento, de Barak Obama – que até é favorável ao aborto e às pesquisas com as células embrionárias.

Mesmo pondo de lado a hipótese, “desforrar” Sapienza, e tendo em conta o direito á liberdade de expressão, a estratégia dos manifestantes “peca” pela intenção de violação da zona interdita.
Não devemos confundir liberdade com impunidade, mesmo quando acreditamos que determinados “valores morais” (religiosos) se devam sobrepor aos estabelecidos.


Darius

Espectadores disse...

Caro Darius,

«Não devemos confundir liberdade com impunidade, mesmo quando acreditamos que determinados “valores morais” (religiosos) se devam sobrepor aos estabelecidos.»

Claro. Por isso é que o vídeo mostra pessoas a serem detidas sem usarem da violência contra as forças policiais. Foram mesmo parar à prisão. E pagaram fiança para saírem.

Não respondeu à minha pergunta acerca do que faz você para impedir os crimes de aborto. Mas lanço outra: se numa universidade perto de si fosse discursar um racista descarado, e o racismo o irritasse, deixaria de entrar no "campus" dessa universidade para protestar pacificamente, caso a sua presença fosse indesejada?