terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pio XII - "Much-maligned pontiff"

Much-maligned pontiff, um artigo de Dimitri Cavalli, no Haaretz. Este artigo vem referido no boletim Zenit de 1 de Fevereiro de 2010.

Alguns excertos (o negrito é meu)...

(...)

On April 4, 1933, Eugenio Cardinal Pacelli, the Vatican secretary of state, instructed the papal nuncio in Germany to see what he could do to oppose the Nazis' anti-Semitic policies.

On behalf of Pope Pius XI, Cardinal Pacelli drafted an encyclical, entitled "Mit brennender Sorge" ("With Burning Anxiety"), that condemned Nazi doctrines and persecution of the Catholic Church. The encyclical was smuggled into Germany and read from Catholic pulpits on March 21, 1937.

Although many Vatican critics today dismiss the encyclical as a light slap on the wrist, the Germans saw it as a security threat. For example, on March 26, 1937, Hans Dieckhoff, an official in the German foreign ministry, wrote that the "encyclical contains attacks of the severest nature upon the German government, calls upon Catholic citizens to rebel against the authority of the state, and therefore signifies an attempt to endanger internal peace."

(...)

After the death of Pius XI, Cardinal Pacelli was elected pope, on March 2, 1939. The Nazis were displeased with the new pontiff, who took the name Pius XII. On March 4, Joseph Goebbels, the German propaganda minister, wrote in his diary: "Midday with the Fuehrer. He is considering whether we should abrogate the concordat with Rome in light of Pacelli's election as pope."

During the war, the pope was far from silent: In numerous speeches and encyclicals, he championed human rights for all people and called on the belligerent nations to respect the rights of all civilians and prisoners of war. Unlike many of the pope's latter-day detractors, the Nazis understood him very well. After studying Pius XII's 1942 Christmas message, the Reich Central Security Office concluded: "In a manner never known before the pope has repudiated the National Socialist New European Order ... Here he is virtually accusing the German people of injustice toward the Jews and makes himself the mouthpiece of the Jewish war criminals." (Pick up any book that criticizes Pius XII, and you won't find any mention of this important report.)

In early 1940, the pope acted as an intermediary between a group of German generals who wanted to overthrow Hitler and the British government. Although the conspiracy never went forward, Pius XII kept in close contact with the German resistance and heard about two other plots against Hitler.

(...)

Throughout the war, the pope's deputies frequently ordered the Vatican's diplomatic representatives in many Nazi-occupied and Axis countries to intervene on behalf of endangered Jews. Up until Pius XII's death in 1958, many Jewish organizations, newspapers and leaders lauded his efforts. To cite one of many examples, in his April 7, 1944, letter to the papal nuncio in Romania, Alexander Shafran, chief rabbi of Bucharest, wrote: "It is not easy for us to find the right words to express the warmth and consolation we experienced because of the concern of the supreme pontiff, who offered a large sum to relieve the sufferings of deported Jews ... The Jews of Romania will never forget these facts of historic importance."

The campaign against Pope Pius XII is doomed to failure because his detractors cannot sustain their main charges against him - that he was silent, pro-Nazi, and did little or nothing to help the Jews - with evidence. Perhaps only in a backward world such as ours would the one man who did more than any other wartime leader to help Jews and other Nazi victims, receive the greatest condemnation.

(...)

36 comentários:

Anónimo disse...

Não comungo totalmente da condenação que se fez ao Papa Pio XII pela atitude pouco clara na Segunda Grande Guerra em defesa dos povos oprimidos, no entanto é claro que se pedia à Igreja uma intervenção mais clara em favor dos povos oprimidos pelo Nazismo alemão e pelo Fascismo italiano. O que penso também é que esta atitude permissiva é extensivel a todos os povos ocidentais e não deve ser concentrada numa pessoa em particular seja o Papa ou outra. Os aliados estavam cansados de saber o que se passava nos campos de extreminio e nada fizeram, bombardearam-nos perto do final da guerra. E o que dizer do facto de se ter convenientemente ignorado o crime hediondo de Estaline que matou, deportou milhões de pessoas impunemente. Prefiro "perder" tempo a falar das atitudes heroicas de Aristides Sousa Mendes e dos cerca de 20 mil "grandes cidadãos do mundo" pessoas que manifestamente ajudaram sob risco de morte, muitas outras pessoas perseguidas pelos seus credos, étnias, escolhas políticas. Seguramente cabe-lhes uma aureola de Santidade.

Duarte

Anónimo disse...

O Papa não fez mais que o seu dever, de menos quanto a mim mas é outra historia. Há pessoas que fizeram o que o papa fez sem nenhuma obrigação para o fazer e colocaram em risco e de facto isso aconteceu em relação a um português que era consul em frança, em bordeus , desobedeceu a salazar e com isso salvou milhares de judeus, mas também com isso ganhou uma aposentação compulsiva acabando na miséria sem hipóteses de voltar a exercer qualquer profissão, era aristides de sousa mendes, que vive hoje na memória dos judeus, sendo como tal homenageado. O papa também vive assim no coração de muitos judeus que ajudou, até aqueles que ajudaram de maneira interesseira como schindler. Um outro humanista como aristides de sousa mendes que tinham tudo a perder com as suas atitudes mas ao contrário da passividade geral, eles tinham em si um espirito humanista de entrega ao próximo, foi raoul wallenberg, mas para que citar mais se nunca ninguém os cita e vivem no esquecimento. Cita-se sim aqueles que por acuparem uma posição de destaque tinham a obrigação moral de fazer alguma coisa nunca correndo sérios riscos, mas que a meu ver não fizeram mais que o seu dever e não fizeram tanto assim em virtude da posição ocupada. Não ha ai um genuino altruismo, por exemplo schindler salvou milhares de judeus porque precisava deles para trabalhar como escravos nas suas fabricas, havia uma simbiose a troca da vida por trabalho escravo. Mas é assim a vida e a historia, nem sempre justa com os justos.

O Insuspeito disse...

Olá!

Passo por aqui para deixar uma palavra aos administradores do Blog, Duarte e Bernardo.

Sigo este blog há bastante tempo, mas nunca intervi nas caixas de comentários. Conheço bem a maneira eloquente e racional com que o Bernardo argumenta nas discussõs do POrtal Ateu. Bernardo, admiro-te e deixo aqui uma palavra de incentivo a que continues, neste e noutros espaços, a demosntrar e a defender com tão bons argumentos e de uma maneira tão sábia a Fé Cristã, a Moral, a Tradição, enfim...

No fundo, aquilo ao que a criatura humana está subordinada, por sua própria natureza, natureza esta que tantos querem preverter!

Pouco textos li do Duarte, mas quantidade,neste caso, é inversamente proporcional a qualidade :) Poucos mas bons!

Enfim, tenho aprendido muito com vocês, com apenas 24 anos e no início de profissão como enfermeiro, muito me tem ajudado a leitura dos vossos excelentes artigos e trabalhos e daí os meus sinceros parabéns por todo o trabalho que fazem!

São espaços como estes que nos preparam, que nos indicam onde nos "armarmos" (na Santa Igreja, na Doutrina, na Moral católica - quemais não é a que a Moral Natural inscrita em todo o ser humano) para continuarmos a ser d poucos, mas bons (como os textos d Duarte;)) na luta contra o progresso irracional que assistmos, dia após dia, neste mundo e neste país.

Um grande abraço! :)

João Cadete

maria disse...

"Poucos mas bons" o orgulho é mesmo tramado.

Espectadores disse...

Olá João Cadete!
Obrigado pelas palavras de encorajamento! Um abraço

Anónimo disse...

Pois poucos mas bons quando Cristo sempre alertou que temos de ser muitos e bons... a Opus Dei também acha que devem ser poucos e bons, bons à luz do seu juizo claro está. O chamado proselitismo exclusivo.
Enfim...

Noutro registo, anónimo, partilho 100% dessa opinião.

Duarte

joaquim disse...

Julgo que, quanto ao Papa Pio XII, que ainda "conheci", confunde-se bom senso, com intervenção politica.

Quero dizer com isto, que se ele tem feito grandes declarações contra os nazis, muito provavelmente, para além de a Igreja de Roma poder sofrer consequências irreparáveis para os cristãos de então, não lhe seria possivel ajudar os muitos judeus que afinal se sabe agora que ajudou.

Reparemos que todos aqueles que ajudaram os judeus naquele tempo o fizeram sempre no máximo segredo, porque se assim não fosse nunca teriam conseguido ajudar nenhum.

Perdoem-me a comparação mas não vemos Jesus Cristo durante a Sua vida fazer "discursos" de guerra aos romanos, o que não quer dizer que estivesse a favor da ocupação e métodos do Império Romano.

Abraço amigo em Cristo

Anónimo disse...

(“Quero dizer com isto, que se ele tem feito grandes declarações contra os nazis, muito provavelmente, para além de a Igreja de Roma poder sofrer consequências irreparáveis”)

O estranho argumento dos defensores do mutismo Pacellista era de que, se o Sumo Pontífice delatasse os crimes, os nazistas, em represália, poderiam aumentar o número dos imolados, tornado o sofrimento ainda maior. Isto é medo, cobardia.

Este argumento dá que pensar e se calhar justifica muita coisa, pois se a permanência do poder dos nazis não tem sido evitada pela acção dos aliados que puseram termo a tal regime, pela “acção” da hierarquia católica para não provocar mais sofrimento e não enfurecer a fera, então permitiria que nas calmas tal sofrimento se fosse prolongando pelo tempo fora indiferentemente, indefinidamente, por omissão. Se o regime nazi não tem sido derrubado, significava que tal sofrimento poderia continuar, devagar, devagarinho mas indefinidamente, a denúncia de tais atrocidades pela hierarquia católica segundo tal argumento primava pela omissão, talvez se o nazismo tem feito alguma coisa seria contra o papa contra a igreja talvez as coisas de precipitassem e a situação futura poderia ter sido outra


o que estava em causa para mim não eram as vidas em número, mas sim o acto que atentava contra todas essas vidas, e não uma percentagem dessas vidas. O que se devia condenar era esse acto nazi, esse mal e isso não é relativizável a vida humana é um bem absoluto que não cede a esses princípios de salvar mais ou menos vidas, temos que pensar em abstracto e defender em abstracto e só depois perante esta impossibilidade passar aos casos concretos. Mas ou se condena ou não esses actos energicamente e com todos os meios ao dispor, não nos vamos contentar com o mal menor nestas questões, são questões de principio, de valores humanos. Claro que é preferivel 100 mortes a 1000 mortes é claro que sim, mas as acçoes devem ser de evitar qualquer morte em abstracto. salvar uns milhares de vidas entre muitas vidas já alivia a consciência e o acto em si que atentava contra todas essas vidas e não tendo sido denunciado esta implicitamente resolvido, não está, são questões de principio, de direitos humanos

O papa não tinha acesso aos meios de comunicação da época, usar a rádio e denunciar o que se estava passando. Qual então a razão do seu silêncio?


Segundo alguns o papa, sendo um implacável anticomunista,. Viu no nazismo, como tantos outros com igual mentalidade, a oportunidade de liquidar com os bolcheviques ateus que eram o perigo da epoca. Nem que para isso fosse necessário sacrifícios acrescidos de inocentes
O Papa Pio XII negou-se a condenar as atrocidades praticadas pelos nazistas contra judeus proposta pelos Aliados, alegando que ela não incluía um repúdio às perseguições religiosas movidas por Stalin contra os cristãos na União Soviética, Massacre das Fossas Ardeatinas em Roma, onde 335 reféns civis italianos, 75 deles judeus, foram executados pelos SS do major Erich Priebke, como represália a um atentado dos partisans, ele não se pronunciou. O mesmo se repetiu quando o Gueto de Roma foi esvaziado por uma operação policial das Waffen SS em outubro de 1943, ordenada por Eichmann. retiraram os judeus, por assim dizer, da frente da Igreja de São Pedro. A reacção da Santa Sé não passou de inócuos telegramas e telefonemas para o embaixador alemão Weiszäcker, o mundo não soube de nada, Disso resultou que 1060 judeus foram embarcados na estação Tiburtina directamente para Auschwitz. O papa salvou muitos mas a sua voz não foi suficientemente vibrante para se ouvir a nivel planetario sobre aquilo que se passava a sua frente na europa, os nazis tiveram mais trabalho com bispo Von Galen ( o leão de munster) que em tres sermoes desancou nos nazis e fez-se ouvir na america na comunicação social da epoca.

joaquim disse...

Não costumo responder a anónimos e sobretudo que interpretam aquilo que foi dito de modo diferente.

O que eu afirmei foi que se o Papa tivesse falado sem bom senso, seria com certeza alvo, ele e a Igreja de uma tal vigilância e perseguição que seria impossível ter salvo os judeus que apesar de tudo foram salvos.

Tudo o resto são argumentos muitos deles já desmentidos e direccionados num só sentido.

É curioso reparar que os judeus hoje em dia, e que foram o alvo dos massacres, têm em muito melhor conta Pio XII, do que os outros "historiadores".

Anónimo disse...

(“Não costumo responder a anónimos e sobretudo que interpretam aquilo que foi dito de modo diferente.

O que eu afirmei foi que se o Papa tivesse falado sem bom senso, seria com certeza alvo, ele e a Igreja de uma tal vigilância e perseguição que seria impossível ter salvo os judeus que apesar de tudo foram salvos.”)

Faz muito bem não responder a anonimos se essa e sua politica também so vou responder mais uma vez. Embora as ideias não tenham donos nem precisem de fotografias,

Não interpretei nada de modo diferente o senhor disse claramente (“que se ele tem feito grandes declarações contra os nazis, muito provavelmente, para além de a Igreja de Roma poder sofrer consequências irreparáveis para os cristãos de então, não lhe seria possivel ajudar os muitos judeus que afinal se sabe agora que ajudou”)

Houve quem corresse esses riscos movido simplesmente por sentido humanitario e de amor ao proximo tanto é assim que nos temos um exemplo portugues. muitos católicos arriscaram a vida para esconder os judeus em suas casas, igrejas e escolas. eles prestaram essa ajuda apesar do papa, e não por causa do que ele disse ou fez, mas uma simples acção dele poderia ter um importante efeito sobre os fiéis. Por exemplo os croatas fascistas eram muito devotos e, por isso, susceptíveis de acatar pedidos feitos pelo papa, mas como as autoridades da Igreja deixaram os católicos em ambiguidade moral ao não falar, a grande maioria deles manteve-se como espectadora.

O papa falou, sim, mas poucas vezes e de forma ambígua. Nos discursos de Natal que fez em 1941 e 1942, condenou a violência, sem mencionar nazistas nem judeus. No discurso de 1942, o mais importante, quando as actividades dos campos de concentração estavam no auge, ele afirmou: "A humanidade deve esse voto às centenas de milhares de pessoas que, sem qualquer culpa pessoal, às vezes apenas por motivo de sua nacionalidade ou raça, estão marcadas para a morte ou extinção gradativa". Foi o máximo de seu protesto diante das atrocidades de um regime que, ao fim da guerra, teria matado cerca de 6 milhões de judeus. O temor da igreja ao nazismo era ofuscado por um medo ainda maior do comunismo, Foi com essa lógica antimarxista que a Igreja apoiou ditadores como Benito Mussolini, na Itália, e Francisco Franco na Espanha. Valia tudo para conter o "perigo vermelho". Até mesmo fazer um pacto com o diabo.

Pio XII também adoptou dupla postura. Permitiu que judeus fossem abrigados em igrejas, mas nunca abriu a boca contra a ocupação, nem quando viu de suas próprias janelas milhares de judeus sendo amontoados em camiões e deportados de trem rumo a Auschwitz, mas a igreja também ajudou nazistas católicos a escapar da Europa para Buenos Aires, na Argentina.

O que esta implicito na sua argumentação é que se ele falasse corria-se mais riscos. Portanto a melhor politica era silencio e ajudar no que se podia. Se os nazis não tem sido apeados do poder pelos aliados imagino que a posição da igreja se manteria nos mesmos moldes.

joaquim disse...

Entenda o que quiser e interprete como quiser.

É a sua liberdade.

Graças a Deus a Igreja não se move por aquilo que o mundo pensa, é bastante mais sábia do que isso.

E esta foi a minha última intervenção para lhe responder.

Como lhe digo, não respondo a anónimos, tenham eles ideias ou não, nem sequer eternizo discussões.

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

«Qual então a razão do seu silêncio?»

Se ainda não sabe a resposta, porque razão se atreve a lançar uma interpretação?

«Segundo alguns o papa, sendo um implacável anticomunista,. Viu no nazismo, como tantos outros com igual mentalidade, a oportunidade de liquidar com os bolcheviques ateus»

Você não sabe do que fala...
Quatro anos antes de Hitler subir ao poder, esta era a opinião de Pacelli, ainda núncio na altura, acerca do futuro ditador:

«On one occasion I asked the Nuncio if he did not think that this man could have some good in him, and that just as Mussolini had benefited Italy, so also he [Hitler] could perhaps help the German people. The Nuncio shook his head and said: “I would be very, very much mistaken in thinking that all this could end well. This man is completely obsessed; all that is not of use to him, he destroys; all that he says and writes carries the mark of his egocentricity; this
man is capable of trampling on corpses and eliminating all that obstructs him.
I cannot understand how many in Germany, even among the best people, do not understand and are not able to draw the lesson from what he writes and says...”When later on, one of the Hitlerites of that time came to Rome, he said
to me: “How much moral misery; how much humiliation and how much shame
we and the world would have been spared if at that time we had paid
attention to Nuncio Pacelli!”»

Pio XII detestava Hitler e o nazismo. Sempre os detestou.

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

«Nos discursos de Natal que fez em 1941 e 1942, condenou a violência, sem mencionar nazistas nem judeus.»

Mas era preciso fazer um desenho???
Naquela altura, quem é que andava a perseguir pessoas "apenas por causa da sua raça"??

Por favor, até uma criança que ouvisse as notícias perceberia a quem o Papa se referia...

E o seu maior problema, caro anónimo, insisto que é pura e simples falta de conhecimento.

Uma das principais razões para o silêncio de Pio XII, ou para o facto de o Papa ser pouco específico (mas ser específico o suficiente para ser entendido), é pouco conhecida de quem lida com este tema de forma superficial.

Num memorando, datado de 6 de Junho de 45, e endereçado ao seu superior Myron Taylor, Harold Tittmann, "chargé d'affaires" de Myron Taylor (por sua vez, representante de Roosevelt junto do Papa) escreve:

«Dr. Mueller said that during the war his anti-Nazi organization in Germany had always been very insistent that the Pope should refrain from making any public statement singling out the Nazis and specifically condenmning them and had recommended that the Pope's remarks shoud be confined to generalities only.» - Tittmann, op. cit., p. 213

Joseph Mueller foi uma figura central da oposição alemã a Hitler, e dos poucos felizardos dessa oposição a ter escapado com vida.
Ele afirma peremptoriamente que o silêncio, ou a não explicitação das mensagens papais, fazia parte do plano conspiratório da oposição alemã. Como se explica?

Talvez seja preciso evocar a obra do especialista norte-americano, o Prof. Harold C. Deutsch, da Universidade do Minnesota, que data de 1968, "The conspiracy against Hitler in the Twilight War - An account of the German Anti-Nazi plot from September 1939 to May 1940 and the role of Pope Pius XII":

http://books.google.pt/books?id=JFOF64Vcx_QC

Espectadores disse...

É que esta obra explica tudo o que há para saber sobre o "segundo round" de conspirações contra Hitler, durante o qual o papel de Pio XII foi crucial, mesmo apesar de o plano para depor Hitler ter falhado.
A estratégia da oposição era clara, e entende-se nesse contexto que pedissem ao Papa para evitar o uso desnecessário da palavra: a oposição, escassa, mal-organizada, receosa e frágil, tinha perante si o enorme desafio de convencer toda uma nação eufórica de que Hitler era um bandido a abater. E a pior coisa que poderia suceder, para essa oposição, era que Pio XII fosse visto como inimigo da Alemanha, porque amigo dos inimigos da Alemanha. Isso poderia alienar os católicos alemães (pela sua formação moral, eram aliados potenciais dos conspiradores), que facilmente deixariam de confiar nas boas intenções da Santa Sé para servir de intermediário junto dos Aliados para que se reconhecesse diplomaticamente um futuro governo de transição, a surgir após o golpe de Estado contra Hitler.

Quem não sabe do que falo, e mesmo assim se atreve a comentar este tema, deve calar-se e ir imediatamente ler o livro do Harold Deutsch.

Anónimo disse...

Ai eu é que não sei? E manda-me ler livros? Boa voce sabe porque é que ficou conhecido como o papa de hitler faz ideia ou so le manuais e livros da igreja?

No ano de 1943, tropas nazistas pareciam ter chegado ao fim do caminho em itália. As tropas antinazistas tinham conseguido depor Benito Mussolini, aliado de Hitler. Este acontecimento instigou o chefe de Estado alemão a promover a invasão de Roma, para restabelecer alguma a liderança totalitária e preservar os interesses em jogo durante a Guerra.


Mas havia um problema o avanço das tropas alemãs sobre a italia poderia contar com a oposição do papa Pio XII. A opinião do chefe católico sobre a acção militar nazista ou o repúdio à matança de judeus poderia estragar a imagem e a força do governo nazista. Por isso, Hitler mandou o general Wolff, comandante das SS, com uma missão que parecia absurda: capturar o papa e levar os altos membros da Igreja para uma região do norte da Itália, mas Wolf pensando que o cumprimento de tal ordem acarretaria um repúdio internacional contra Hitler e seus comandados, procurou uma outra solução para esta situação. O plano consistia em pressionar o Papa sem que fosse necessário privá-lo da liberdade e do controle sobre o Vaticano. O general alemão contou com o auxílio de Rahn, embaixador alemão na Itália, e o embaixador alemão no Estado do Vaticano. Os alemães tinham sitiado o Vaticano e começaram a realizar a prisão sistemática de judeus erradicados na cidade de Roma. Com isso os três representantes do governo alemão espalharam um boato, um factóide sobre a possibilidade de sequestrar o papa. Tinham como objectivo dessa estratégia intimidar o Papa Pio XII, para não pronunciar uma única palavra contra o regime nazi. A notícia chegou aos ouvidos das autoridades eclesiásticas.

O secretário de Pio XII entrou em contacto com o embaixador Weizsäcker para uma reunião. Nesse relato do diplomata alemão, o papa dispos-se a realizar um pronunciamento público em favor dos alemães, caso não cometessem nenhuma acção contra o Vaticano. o representante alemão prometeu que passaria a proposta às autoridades de Berlim para que fosse devidamente analisada. O papa já preparava um possível plano de fuga contra a invasão dos alemães. Documentos foram escondidos em instalações secretas e os membros da Cúria romana foram preparados para partir ao menor sinal de invasão do vaticano onde havia uma linha marcada no solo. Sem qualquer pronunciamento do papa, os soldados alemães começaram a prisão sumária da população judaicaem italia. Este silêncio de Pio XII sobre o incidente acabou deixando-o conhecido como o “papa de Hitler”. São factos escusa de vir com o anatema do livro nem sequer li o livro. So historia

Anónimo disse...

Este mutismo lançado contra Pio XII encobria o dilema de uma figura pública que temia por sua vida e pela estabilidade do Estado católico. Além disso, nada garantiria a salvação judaica com o repúdio papal. A Alemanha começava a sentir as primeiras derrotas e, com isso, poderia tomar uma medida extremada e violenta contra o possível ataque político. Mediante tais pressões, PioXII acabou cumprindo sua parte no acordo agradecendo os alemães por terem preservado a Igreja. No ano seguinte, mataram trinta e dois soldados nazistas, Hitler ordenou que para cada oficial alemão morto, os soldados deveriam matar dez civis italianos. A proposta genocida de hitler poderia, mais uma vez, incitar o papa a declarar oposição da nação católica contra os alemães. Com isso, o plano de sequestro poderia ser novamente sugerido.

O Embaixador alemão no Vaticano, recebeu de Hitler a missão de encorajar Pacelli a manter a imparcialidade da Santa Sé durante a guerra. Comunicou ao papa que seu governo respeitaria a integridade do Vaticano e suas propriedades em Roma. A condição: ficar calado sobre as perseguições nazistas. Mas ameaçou instituições católicas suspeitas de abrigar judeus e socialistas. Pressionado, Pio XII convocou uma reunião secreta com o Wolff. Nesse novo encontro, o papa reclamou sobre as deportações e prisões feitas contra a população italiana. Além disso, afirmou que não abandonaria o Vaticano, independente da decisão tomada pelos comandantes nazistas. Em reposta, Wolff disse que não pouparia esforços para que essa delicada situação chegasse ao fim. Em sinal de agradecimento, o líder católico abençoou o general alemão. No mês seguinte as forças norte-americanas invadiram Roma e expulsaram todos os nazistas. E chegava ao fim a querela entre Hitler e Igreja. O papa permitiu que judeus fossem abrigados em igrejas, mas nunca abriu a boca contra a ocupação

O senhor fala que o papa ao falar no natal toda a gente sabia do que falava , santa ingenuidade, a censura era brutal nem a cruz vermelha sabia o que se passava no gueto de varsovia e esteve la dentro,

O vaticano era a unica emissora de radio livre , quando os nazis implementaram a solução final e a sua estrategia na conferencia de wansse o papa fala naqueles que estão marcados para a morte e isso chega, pois parece que chega.

Anónimo disse...

Só mais uma coisa sobre este caso Pio XII , todo este problema tem a ver com a beatificação, a verdade sobre a real posição de Pio XII será sempre ambigua,nunca saberemos a sua posição de facto em relação ao nazismo, às perseguições e massacres dos judeus e em relação ao próprio Hitler, já que muitos dos documentos daquela época foram destruídos, e se por acaso existissem documentos ja teriam sido mostrados pela santa sé,e se comprometedores ja destruidos, a sua atitude foi principalmente diplomática, preocupando-se sobretudo em não criar problemas para a Igreja e para o Vaticano, evitando o menor dos males e que muitos aqui comungam igualmente. Não é que se tenha alheado do problema e lavado as mãos, mas não teve quanto a mim a coragem evangélica de arriscar tudo por tudo para defender os judeus e os perseguidos denunciando sempre e abertamente e sem concessões nem negociacões diplomaticas o Mal. Pelo menos devia ter aprendido, pois quando foi nuncio na alemanha celebrou uma concordata com os nazis, e estes pouco tempo depois fizeram letra morta dela, tal como nos acordos de munique tinham feito com o chamberlain e deladier, os nazis não compriam os tratados e acordos firmados. A diplomacia é uma dimensão política e mundana e não evangélica. Por não ter abraçado o caminho da diplomacia, Jesus foi crucificado. Teria sido melhor para ele ser mais prudente diante dos poderes romanos da sua época? Se calhar, mas o fundador do cristianismo não aceitou fazer concessões. Pode-se dizer o mesmo dos seus apóstolos. Por isso todos morreram de maneira trágica.


Uma noticia dava conta que Bento XVI tinha decidido adiar a assinatura confirmando a beatificação de Pio XII em face dos protestos da comunidade judaica mundial e de muitos cristãos , parece prudente caso se trate de algo além de um gesto de pura diplomacia, à espera de que os ânimos se acalmem. Ou sera que o papa ainda não está convencido de que Pio XII mereça ser apresentado como uma pessoa exemplar, de virtudes extraordinárias? Se, ao contrário, o papa estiver convencido da santidade de Pio XII, não se deve deixar intimidar pelo medo de atrair a inimizade da comunidade judaica e do Estado de Israel ou de quem quer que seja, ou com quem o Vaticano mantenha relações diplomáticas. A Igreja não deve misturar motivações espirituais com motivações mundanas ou diplomáticas. O problema é que, ao contrário por exemplo do que aconteceu com com o papa João XXIII, considerado santo pela opinião pública universal, a qual o considerava santo antes mesmo de ter sido beatificado oficialmente pela Igreja. No caso de Pio XII há muitas interrogações sobre sua vida. Nem a opinião pública universal nem a da comunidade cristã o aclama como santo,. Sobre o pontificado de Pio XII pairam muitas sombras para que possa ser colocado como exemplo de santidade aos cristãos.

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

Se insiste em não referenciar, nem uma só vez, as suas afirmações, como quer que eu responda?
Se você não cita as suas fontes, como posso eu separar aquilo que é fantasia sua daquilo que é retirado de maus autores?

A sua forma de debater é completamente irregular. Porque razão haveríamos de ouvi-lo? Que credenciais tem? Onde estudou? Que livros leu? Com quem aprendeu o que pretende ensinar?

Você escreve estas coisas, retiradas sabe-se lá de que site na Internet, sem se preocupar nem por um momento com os historiadores profissionais, muitos, que não concordam consigo.

Conhece algum destes historiadores, pessoas de profissão, que não concordam consigo? Martin Gilbert? Harold Deutsch, Ronald Rychlak, Matteo Napolitano, Pierre Blet?

E, já agora, ao menos leu algum dos historiadores críticos de Pio XII? Sabe dizer-me apenas um?

Tenha respeito pelo trabalho dos outros. Seja sério. Cite as suas fontes. Seja objectivo.

Anónimo disse...

Bernardo não me mande ler livros de historiadores (romances) leia livros de historia sobre a segunda a guerra mundial e a politica de hitler e das igrejas e a politica nos paises ocupados e porque priveligiou mais a igreja protestante no inicio. E verá os factos. São factos não são romances historicos nem tenho que lhe estar aqui a citar a minha qualificação ou seja o que for que me justifique.

Pio XII foi nuncio na alemaha nazi, como núncio e especie de ministro não lhe devia ser alheia a politica nazi e de facto não foi tanto que celebrou uma concordata ainda no pontificado de pio XI, mas também não lhe devia ser indiferente a poltica nazi em todos os niveis quer que lhe diga o que era essa poltiica?

Eugenia.
l) a esterilização (Sterilisirung) foi aplicada a certas classes de gente: nos insanos, nos idiotas, nos imbecis, nos pervertidos e em criminosos habituais;


2) a eutanásia (Gnadentod, a morte sem dor) nos doentes irrecuperáveis de qualquer idade, nos idosos senis, e em alguns casos de demência, por meio de injecções de Fenol, nos asilos ou em sanatórios.

As populações dos países ocupados
Na Iª - eram classificados os alemães e seus descendentes; na IIª - os não-alemães; ao HF grupo pertenciam as pessoas consideradas aptas para o trabalho; e na IV° - aqueles que eram enviados para o campo de trabalho/extermínio de Auschwitz.


Em 10 de dezembro de 1941, com a crescente dificuldade das forças nazistas no seu avanço na URSS, Heinrich Himmler ordenou que uma comissão de médicos viajassem por todos os campos de concentração a fim de eliminar os doentes e os "psicopatas


Leis e decretos


14/jul/1933 Lei da Profilaxia dos Descendentes com doenças genéticas (lei de proteção da esterilização à força nos casos de debilidade mental congénita, esquizofrenia,loucura maniaco-depressiva, epilepsia hereditária e alcoolismo grave ( atingiua 2 milhões de indivíduos)


14/jul/1933 Lei do subsídio ao casamento visava estimular os casamentos "puros" e os nascimentos, subsidiando os casaisque tivessem filhos

15/set/1935 Lei de proteção do Sangue e da Honra alemã (leis de Nuremberg) proibição de casamentos mistos, especialmente com judeus, bem como qualquer relacionamento sexual entre alemães e judeus. Os casamentos mistos foram declarados ilegais e os casais obrigados a se separar
F/set/1939 Autorização para o Programa de Eutanásia a ser executado pelo Reichieiter Bühier e o Dr. Brandi. Autorização para certos médicos para executarem o programa da morte misericordiosa a ser aplicada nos loucos, doentes incuráveis, velhos senis e menores excepcionais

1941 Lei contra estranhos à comunidade (Projeto do Ministério da Justiça) Médicos decidiriam pela esterilização dos antí-sociais em comum acordo com os oficiais de justiça que fixaram as penas de morte em campo de concentração, calculados ao redor de l milhão(Lei não aplicada porque os outros ministérios não permitiram)
20/jan/1942 Conferência de Wansee, Berlim, com a participação de todos os ministérios coordenados por Heydrich da SS e SD Oficialização do programa da "solução final" Endlösung) da questão judaica em campos de extermínio (Vernichtungslager). Estimou-se um genocídio de10-12 milhões de judeus europeus e de 200-300 mil ciganos ( o programa vitimou entre 6 a 6.200 milhões de pessoas , entre 1941-5)


Eliminação
(Vernichtung) A política da Eugenia
Proteção da Comunidade racial dos arianos


(Volksgmeinschaft)
Procriação
(Inzucht)
Eutanásia
(Gnadentod)
doentes irrecuperáveis e velhos senis
•Proibição de casamentos mistos
•Subsídio ao casamento ariano


•Estimulo à congeminação natural (lebensborn)


Esterilização
(Sterelizirung)
doentes hereditários
criminosos habituais
Extermínio
(Endlösung)
Razões genéticas ( menores excepcionais, portadores de males hereditários, loucos )
Razões étnicas (judeus e ciganos)
Razões ideológicas (comunistas e outros radicais)
Razões comportamentais (delinquentes, homossexuais)

Anónimo disse...

O que eu quero dizer com isto? São ilaçoes que eu retiro de factos historicos para dizer que o papa Pio XII tinha que conhecer como nuncio o que se passava a nivel de leis familiares e sociais na alemanha do seu tempo uma que pelo menos foi mais que publica foi a noite de cristal. Pio XI teve duras criticas sobre o nazismo, coisa que a meu ver não teve continuação. Quando assmiu o pontificado PioXII sabia isso conhecia essas politicas e sabia o que era o nazismo, Pio XII era feroz antinazista mas fez jogo diplomatico com o mal apesar de o conhecer, se não denunciou mais os nazis para mim deve-se a jogo diplomatico, mas nunca por nunca eu digo que ele não protegeu os perseguidos no que pode, mas “aliou-se” em certa medida a besta por receios.
E o assunto encerra aqui.

Anónimo disse...

Por ultimo e de vez, vou satisfazer a sua curiosidade num aspecto, é melhor do que estar a dizer que estude historia e não romances historicos. A igreja ja reconheceu muito mal que fez e muita omissão durante esse periodo, João paulo II pediu desculpa, actualmente.

Berlim, 31 ago (RV) - A Igreja Católica na Alemanha indemnizou, com uma quantia simbólica de € 2.556,00 cada um, 594 trabalhadores forçados e estrangeiros que se viram obrigados a trabalhar nas 27 dioceses do país, durante o III Reich, sob a tirania de Adolf Hitler......... O Cardeal Karl Lehmann assegurou hoje, que o pagamento dessa indenização aos escravos do Nazismo significa "um gesto de desculpas e de reconciliação, que tem um grande significado para as pessoas afectadas".


http://storico.radiovaticana.org/bra/storico/2005-09/47351_igreja_catolica_alema_indeniza_594_escravos_do_nazismo.html


Berlim, 26 (RV) - A Igreja Católica alemã empregou durante o nazismo cerca de seis mil "trabalhadores forçados", sendo a maioria proveniente da Polônia e das repúblicas da ex-União Soviética................. É o que revela um documento de mais de 700 páginas que o ex-presidente da Conferência episcopal alemã, Cardeal Karl Lehmann, apresentará oficialmente em 4 de abril em Mogúncia.

Ontem, a Igreja alemã antecipou que, entre 1939 e 1945, foram utilizados como escravos 4.829 deportados de países do leste europeu e 1.075 prisioneiros de guerra................ A Conferência Episcopal precisou que o estudo, intitulado "Trabalho coercitivo e Igreja Católica de 1939 a 1945", constitui "a pesquisa mais ampla das últimas décadas sobre todo o catolicismo alemão".


http://storico.radiovaticana.org/bra/storico/2008-03/195190_igreja_na_alemanha_reconhece_que_explorou_cerca_de_seis_mil_deportados_durante_o_nazismo.html

Como ve a missão da igreja neste periodo foi muito mas muito evangelica toda ela. Se houve quem fizesse o bem na igreja também houve quem explorasse e omitisse e fizesse jogo diplomatico, mas para quem so ve uma face de luz..... pode ficar ofuscado

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

Como se vê, é muito fácil vir para aqui lançar umas atoardas anti-papais, sem dar o mínimo de contexto.

Eu estou a tirar tempo ao meu fim-de-semana para comentar as suas atoardas. E só o faço, e faço-o a muito custo, porque a mentira me irrita solenemente.

«O estranho argumento dos defensores do mutismo Pacellista era de que, se o Sumo Pontífice delatasse os crimes, os nazistas, em represália, poderiam aumentar o número dos imolados, tornado o sofrimento ainda maior. Isto é medo, cobardia.»

Pergunta 1: O que aconteceu com as emissões da Rádio Vaticana, logo após a invasão da Polónia? Porque será que essas emissões, tão duras e condenatórias, foram interrompidas abruptamente? Sabe?

«a denúncia de tais atrocidades pela hierarquia católica segundo tal argumento primava pela omissão»

Omissão?
Vamos lá então a alguns factos...

Mensagem de Natal de Pio XI em 1930: “Se há no Cristianismo a ideia de um mistério de sangue [em oposição ao simbolismo nazi do sangue – “blut”] não se trata da oposição de uma raça a outras raças, mas sim da unidade de todos os homens na herança do pecado, derivado do nosso primeiro pai [Adão]”. Nesta altura, Pacelli já estava em Roma, como Secretário de Estado. Era o braço direito de Pio IX, que afastou precocemente o anterior Secretário de Estado, Gasparri, que foi "reformado" à força, pois era um "concordatário".

Em 1932, o Arcebispo de Breslau, conhecido pelas suas simpatias nazis, pede a Pacelli autorização para entrar no partido nazi. Resposta óbvia: “Eu proíbo que quaisquer autoridades eclesiásticas ou interesses da Igreja sejam utilizados para políticas partidárias”.

Já em Janeiro de 1931, o Cardeal Bertram, o tal que viria a mostrar, numa certa fase, simpatias nazis, escreve isto: “De acordo com o apelo recente do Santo Padre, o episcopado deve falar contra os erros que derivam de um falso nacionalismo que recentemente foi propagado por todas as regiões da nossa pátria. Um grave erro que consiste em glorificar a própria raça e desprezar a revelação Divina e os próprios mandamentos de Deus… Nós, cristãos católicos, não temos nenhuma religião da raça.”

A 12 de Fevereiro de 1933, a conferência de bispos da Baviera, sob pedido papal, emitiu uma nota pastoral para todo o clero que dizia: “Porta-vozes do Nacional Socialismo colocam a raça à frente da religião, rejeitando o Velho Testamento e mesmo os Dez Mandamentos de Moisés”. Os bispos receberam a ordem de explicar aos seus fiéis que “o Nacional Socialismo tomou a posição de uma Kulturkampf irreconciliável com o ensinamento católico”, chegando mesmo a proibir a presença de Nazis em uniforme ou com as suas bandeiras nas celebrações religiosas, “não fossem as pessoas pensar que a Igreja estaria de boas relações com o Nacional Socialismo”.

A 5 de Março de 1931, dois anos antes, a conferência episcopal de Colónia emitiu uma nota semelhante, fazendo referência à encíclica papal que fora escrita contra a Action Française, que defendia também ideias racistas.

(continua)

Espectadores disse...

(continuação)

Enquanto esteve na Alemanha, entre 1917 e 1929, Pacelli fez 44 discursos públicos. Sabe quantos continham palavras anti-nazis? 40 deles!

E é bem conhecido o "amor" que os nazis tinham por Pacelli, mais tarde chamado depreciativamente de "Papa judeu". O Berlin Morgenpost comentava assim a eleição de Pacelli como Papa:

"A eleição do Cardeal Pacelli não é aceite favoravelmente na Alemanha porque ele sempre se opôs ao Nazismo e praticamente determinou as políticas do Vaticano sob o seu predecessor."

Já Papa, Pio XII publica a sua encíclica "Summi Pontificatus", que era de tal forma anti-nazi que os Aliados a largavam de avião sobre os territórios ocupados:

http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_20101939_summi-pontificatus_po.html

Os nazis, os tais que teriam gostado do "Papa de Hitler", diziam isto...

Heinrich Mueller, chefe da Gestapo, acerca da encíclica "Summi Pontificatus":

«Esta Encíclica dirige-se exclusivamente contra a Alemanha, quer em termos da ideologia quer em relação à disputa germano-polaca. É indiscutível o quão perigosa ela é [a encíclica] para as nossas relações internacionais e para os nossos assuntos domésticos.»

Após a invasão dos Países Baixos, os bispos holandeses vociferaram protestos vigorosos contra os crimes de guerra dos nazis. E o que aconteceu? Deportações em massa! O destino trágico de figuras como a de Edith Stein ficou decidido nessas deportações, que foram a retaliação dos nazis pelas palavras dos bispos holandeses?

Porque é que o anónimo, sobre as cinzas de Edith Stein, não aplaude ao menos a coragem dos bispos holandeses, muitos dos quais sofreram na pele essa coragem?

Mas, coragem à parte, esses protestos públicos geraram mortes!

Já na Bélgica, com a lição aprendida, optou-se por uma estratégia de salvamento discreto de judeus, sem protestos públicos. Resultado? Muita gente salva.

(continua)

Espectadores disse...

(continuação)

Hermann Goering tinha o seguinte a dizer acerca dos católicos alemães que ainda iam à missa dominical:

«Os crentes católicos trazem apenas uma impressão depois de assistirem aos ofícios divinos, que é a de que a Igreja Católica rejeita as instituições do Estado Nacionalista.»

Espero que isto já ajude às suas reflexões anti-papais. Se calhar, deixava-o com mais uma pergunta, para ser mais fácil responder:

Pergunta 2: Que disse Adolf Eichmann, no seu diário, acerca das acções papais de 1943, no "roundup" dos judeus romanos?

Você escreveu muito sobre isso, mas no meio do preconceito, parece ter perdido o essencial:

«The objections given and the excessive delay in the steps necessary to complete the implementation of the operation, resulted in a great part of Italian
Jews being able to hide and escape capture»

Ou seja, as intervenções privadas da Santa Sé contra as deportações permitiram salvar a maior parte dos judeus de Roma, que foram escondidos em seminários e em conventos.

Se me vem com a conversa de que Pio XII podia ter protestado publicamente, só me apetece ignorar os seus comentários, pois só por esquizofrenia é que alguém pode alegar que o Papa procedeu mal!

O Papa não tinha tanques nem armas! Não tinha bombas nem soldados! Que tinha o Papa? Tinha uma só coisa: o poder de fazer chantagem com uma denúncia pública.

No meio da crise que até você referiu, com Wolff por perto a tentar adiar a vontade de Hitler (que queria raptar o Papa e assassinar a Curia), o Santo Padre mantinha o sangue frio para salvar o máximo possível de judeus!

Diz você, e outros tontos, que o Papa devia ter aberto mão do seu ÚNICO TRUNFO? Quando o Papa falasse, sabe-se lá o que aconteceria com a Santa Sé, mas esse NÃO SERIA O MAIOR PROBLEMA! O problema é que, DEPOIS dessa denuncia, o Papa ficava sem o seu único trunfo!

Isto não é evidente?
Até uma criança percebe, caramba... O Papa só podia "jogar" com essa ameaça, entende?

Santa estupidez... Ao que leva, o ódio... Até parece que Pio XII foi um dos criminosos de guerra!

"Papa de Hitler"?
Tenha paciência...

Anónimo disse...

De todo o seu arrazoado, mantenho tudo o que disse em relação ao jogo diplomatico com o nazismo, fala-me das vitimas e do possivel agravamento da situação, a situação ja era suficientemente grave para haver concessões. Eu não compreendo a sua tolerancia para assim salvar mais vidas pactuando com o Mal. Ninguém esta a dizer que Pio XII apoiou a doutrina nazista isso é um absurdo. Aliás ele cooperou directamente na elaboração da encíclica Mittt brenender Zorge de Pio XI, que condenou o nazismo, embora, infelizmente nela não apareça essa palavra, mas apenas as ideias de ideologia racista e assassina do nazismo. Não é correcto dizer que Pio XII apoiou a doutrina nazista, mas também não é incorrecto dizer o contrário por omissão comparando por exemplo com ”o leão de munster”.

http://www.30giorni.it/br/artico...olo.asp? id=4220

A concordata com o reich garantiu a Pacelli o direito a publicar um novo Código de Leis Canónicas na Alemanha. Em troca, Pacelli colaborou na retirada dos católicos da actividade política e social. Hitler insistiu na dissolucão voluntaria do Partido Católico Alemão.

Os judeus foram as primeiras vitimas da concordata, na medida em que em julho de 1933, Hitler ordenou ao seu gabinete que havia criado uma atmosfera de confiança muito significativa na luta contra o judaísmo internacional. Informava que a Igreja Católica lhe havia dado a sua benção pública, no país e fora, ao nacional – socialismo, incluíndo a sua posicão antisemita. E foi depois desta concorda, que foi utilizada pelos nazis como meio publicitario, que eles fizeram letra morta dela e perseguiram os catolicos e viraram-se para a igreja protestante, Para conseguir uma Igreja desjudizada para uma Alemanha que estava a “limpar” a Europa de todos os judeus, desenvolvendo novas interpretações da Bíblia.

Pacelli conhecia os planos nazis para exterminar os judeus da europa em janeiro de 1942. As deportacões para os campos de exterminio tinham começado em dezembro de 1941. Em todo o ano de 1942, Pacelli recebeu informacão fidedigna sobre os detalhes da solucão final afiançada por británicos, franceses e norte-americanos no Vaticano, em 24 de dezembro de 1942, finalmente, Pacelli falou de “aquelas centenas de milhar que, sem culpa própria, por vezes só pela sua nacionalidade ou raça, recebem a marca da morte ou a extinção gradual”. Foi a sua máxima denuncia pública mais forte sobre a solução final.

Anónimo disse...

A maioria das pessoas informadas não o acusa disso de não ter protegido os judeus ou quem necessitasse, é um julgamento historico/ religioso. A acusação que alguns levantam contra ele é que Pio XII não se opôs com a energia que devia à política criminosa de Hitler. Negociou muitas coisas e pode dizer a vontade que poderia ter sido pior a solução inversa, dando os exemplos da holanda, mas por ter negociado sabendo com quem negociava é que eu discordo e muitas outras pessoas mais. Não sabemos se a posição do papa fosse energica e frontal o que aconteceria houve um plano de sequestro, mas também havia a noção de que tal facto podia precipitar o fim do nazismo, por isso os proprios não o implemteram na totalidade fizeram-no prisioneiro no vaticano, mas isso não era novidade no passado napoleão aprisionou o papa e levou o prisioneiro. Eu penso que se Pio XII tivesse sido mais incisivo, teria ajudado a salvar muitas vítimas, os nazis não se iam aventurar a hostilizar os sentimentos gerais religiosos dos europeus, Mas ja agora como se explica que tenha havido redes em instiuiçoes catolicos que serviram de refugio e fuga para os grandes criminosos de guerra para a argentina e brasil como adolf eichman que mais tarde foi raptado na argentina e levado e julgado em israel.

Não se pedia um exército papal, nem ninguém vê o papa como um militar, mas acredita –se que a Igreja Católica devia demonstrar uma força ética e uma moral , esperando-se que actue / denuncie em favor das vítimas nesses momentos terríveis. Nem a crescente espiral de violência generalizada que a política de extermínio hitlerista desencadeou, a partir de 1939, fez com que se ouvisse a voz denunciante do Santo Padre. Tirando os comunicados normais e natalícios, onde jamais nomeou os agressores, o silêncio de Pacelli contrasta com uma Igreja Católica sempre tão mobilizada contra a infracção de mínimos pecados, ficou paralisada.

O que quer que lhe diga mais. Talvez o grande problema tenha sido a obrigação de exercer, ao mesmo tempo, o papel de líder político e de chefe religioso, tendo que conjugar seu dever moral com os interesses de um Estado. Se calhar foi apenas uma pessoa ambígua, num período tumultuoso. Talvez o embaixador do vaticano vigário de cristo aplicou as regras da diplomacia, enquanto esperava pelo fim da guerra.

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

É absolutamente enervante ter que comentar comentários seguidos de um Anónimo, porque eu não tenho forma de saber que se trata do MESMO anónimo.

Qual é o problema? Tem medo de dar o seu nome? Ao menos use um pseudónimo... Livra! Como é que eu posso saber que os comentários vêm da mesma pessoa?

«A concordata com o reich garantiu a Pacelli o direito a publicar um novo Código de Leis Canónicas na Alemanha. Em troca, Pacelli colaborou na retirada dos católicos da actividade política e social. Hitler insistiu na dissolucão voluntaria do Partido Católico Alemão.»

O Zentrum caiu por si mesmo, ao ponto de Pio XI ter chegado a não poder usá-lo como moeda de troca. Um autor equilibrado, moderadamente crítico de Pio XII, como o norte-americano José M. Sánchez, faz uma análise pertinente da questão da concordata na sua obra "Pius XII and the Holocaust", pp. 82-84.

Ter uma concordata na mão era fundamental para se ter algo com o que se podia negociar (mesmo que pouco) com o regime maníaco de Hitler.

Muitas pessoas foram salvas, porque receberam certificados de baptismo forjados pela Igreja, e sem a concordata, esse certificado de baptismo não teria valido nada.

Pergunte a estes sobreviventes o que eles acham da concordata!

«Os judeus foram as primeiras vitimas da concordata»

Isto é uma perfeita asneira, como se vê pelo facto de que muitos judeus receberam certificados de baptismo (falsos) e assim foram salvos pela concordata!

«Informava que a Igreja Católica lhe havia dado a sua benção pública»

Mas isso é propaganda! Pio XI, em vários artigos no Osservatore Romano vai repudiar essa interpretação!

Naquela altura, ninguém sabia o que Hitler planeava fazer com os judeus. E é perfeitamente razoável advogar que era melhor ter um contrato feito com um bandido, que serviria de base de protesto, do que não ter nada na mão!

«Pacelli conhecia os planos nazis para exterminar os judeus da europa em janeiro de 1942.»

Onde estão as suas fontes?
Os primeiros rumores dos campos de extermínio só terão chegado ao conhecimento de Pio XII por volta de Março desse ano. Porquê Janeiro?

«Pio XII não se opôs com a energia que devia à política criminosa de Hitler»

Se me diz que Pio XII não fez tudo o que podia ter feito, que posso eu dizer? O próprio Pio XII, por humildade, concordaria consigo!
Mas acha que fez pouco?
E, afinal de contas, ele não fez tudo o que podia por algum tipo de má vontade ou má intenção?

Se estamos a fazer críticas técnicas às estratégias de Pio XII, eu até posso achar isso razoável. Mas normalmente, as pessoas criticam a moral de Pio XII. Qual é a sua posição? Crítica técnica ou crítica moral?

E é tão fácil criticar agora... não é?

E é tão fácil acharmos que seríamos melhores papas que Pio XII, não é?

«os nazis não se iam aventurar a hostilizar os sentimentos gerais religiosos dos europeus»

É inverosímil que Hitler fosse travado pelo Papa. Os católicos alemães estavam alienados, seguindo o Fuher em vez de seguirem o Papa. Hitler sacrificou a sua estratégia de guerra, tomando opções erradas, só por causa da sua psicose antisemita e da Solução Final. Iria parar por causa de eventuais gritos de Pacelli?

Tenha dó...

(continua)

Espectadores disse...

(continuação)

«Mas ja agora como se explica que tenha havido redes em instiuiçoes catolicos que serviram de refugio e fuga para os grandes criminosos de guerra para a argentina e brasil como adolf eichman que mais tarde foi raptado na argentina e levado e julgado em israel.»

Deve referir-se às acções isoladas de Hudal... Porque razão fala em "instituições católicas"? Não há qualquer prova, nem nunca houve, de que havia uma rede formal organizada, com aprovação papal, para fazer fugir criminosos de guerra.

Só essa ideia arrepia qualquer pessoa razoável. Porque razão haveria de Pio XII querer proteger esses criminosos? Ele, que sempre odiou o nazismo e tudo o que ele representava?

Hudal era uma figura esguia. Tinha os seus amigos nazis e consta que fora, em tempos, membro do NSDAP. Mas Pio XII chamou-o para Roma, para o remover do teatro político, dando-lhe um cargo sob a sua tutela em Roma. Curiosamente, cumprindo ordens de Pio XII, Hudal foi instrumental em salvar 7.000 judeus do total de 8.000 judeus romanos, aquando da ocupação da Cidade Eterna pelos alemães, entre Setembro de 1943 e Junho de 1944.

No pós-Guerra, Hudal terá cedido às suas amizades de antigamente, procurando refúgio para velhas amizades. Mas nunca se provou que essas movimentações eram conhecidas, ou muito menos aprovadas, pelas autoridades vaticanas.

« Se calhar foi apenas uma pessoa ambígua, num período tumultuos»

Eu não diria ambígua. Diria, certamente, uma pessoa atormentada, e que mal dormia com todas as preocupações que tinha.

No entanto, costuma-se dizer mal de Pio XII como se ele, afinal de contas, fosse o culpado número 2, logo a seguir a Hitler.

Pergunto: Isso é razoável?

Caramba... a quantidade de gente que acha mesmo que Pio XII, lá por ser Papa, teria que ser um Super-Homem político, capaz de silenciar feras perigosas como Hitler e Estaline só com a sua voz papal...

Que ingenuidade!
Pio XII foi Papa num dos piores períodos históricos que se pode imaginar. Teve que lidar com uma corja de mentirosos e criminosos nazis, fascistas e soviéticos.

Porque há-de Pacelli arcar com as culpas dos crimes dos outros, quando ele fez praticamente tudo ao seu alcance? Ele gastou toda a sua fortuna pessoal, que estava numa conta nos EUA, para assistir aos refugiados.

Que teria você feito de melhor ou maior?

Anónimo disse...

Calma não se enerve que assim não se entende nada e esta materia consigo ja me esta a a deixar enfastiado, vai-se sempre parar a mesma tecla, e sim e sempre o mesmo anonimo

Pacelli, era espécie de “primeiro ministro” do Vaticano, exerceu o seu mandato numa época sombria para o mundo, ok todos sabemos disso, foi ele que, em nome do Papa Pio XI negociou a concordata com Adolf Hitler, tal concordata sepultou não somente o então poderoso Partido do centro católico, e que era talvez o único capaz de fazer frente à escalada do poder de Hitler na sociedade civil, mas também toda e qualquer acção política da Igreja Católica na Alemanha na década de 30, se lhe der mais geito o argumento de que o partido estava a cair aos bocados ok por mim tudo bem.

O governo nazista rapidamente violaria a concordata, isto so para provar que o pacelli devia conhecer e eu duvido que não conhecesse com quem negociava e do aproveitamento que poderia vir dai, por isso num comentario atrás citei as tais leis sociais em vigor na alemanha, alias hitler celebrou “concordatas” com várias igrejas. A Liga da Juventude Católica, pertencente ao Partido do Centro, começaria a ser dissolvida, os sucessivos actos de violência anti-semíticos, em especial as leis de esterilização obrigatória para as "raças inferiores" , ofenderiam principalmente a Igreja Católica, que mantinha uma posição tradicional insistindo na doutrina de que "perante Deus todos são iguais independente de raça", visão considerada ultrapassada na época, tendo em vista os supostos avanços "científicos e biológicos" do racialismo.é que os nazis quando chegaram e implementaram estas leis não eram um bando de fanaticos que tinha tomado o poder. A maioria dos seus agentes, médicos, cientistas, laboratoristas, pesquisadores, antropólogos, legisladores e militantes políticos, estava firmemente convicta do seu rigor científico e dos seus benefícios para a humanidade. Levaram à prática aquilo que há anos era defendido por pensadores de renome, por revista científicas, e por doutores ilustres. Todas as teorias de superioridade racial, de anti-semitismo, de selecção da espécie, já encontravam-se largamente difundidas bem antes de Hitler assumir o poder. O Führer Nacional-Socialista implementou o que amplos sectores científicos daquela época acreditavam ser verdadeiro. Foi o primeiro pacto moderno entre a ciência e a barbárie, entre a genética e a tecnologia da morte. E a ciência que estuda as possibilidade de apurar a espécie humana sob o ângulo genético. Portanto o senhor pode usar de toda a argumentação que quiser e ir buscar citaçoes de quem quiser, mas não me convence que a igreja não conhecia isto e negociou como o senhor mesmo afirma. Diz o senhor é inverossimel que hitler fosse travado pelo papa, não sabemos, mas eu tenho um dado, a autorização para o Programa de Eutanásia a ser executado pelo Reichieiter Bühier e o Dr. Brandi. Autorização para certos médicos para executarem o programa da morte misericordiosa a ser aplicada nos loucos, doentes incuráveis, velhos senis e menores excepcionais . A pressão da Igreja e do clero fez com que suspendessem o programa, por isso eu não sei mas sei que não erma de todo em todo insensivveis a pressão social. E por isto mesmo discordo da sua afirmação de que os catolicos e a hierarquia estava alienada

Anónimo disse...

Se a solução final iria parar pelos gritos de pacelli? outra interrogação, mas quanto a mim competia-lhe gritar em vez daqueles que não podiam faze-lo e fazer –se ouvir. O senhor pergunta o que eu faria. Temos dois poderes que se odeiam, e temos vitimas de um desses poderes que é o poder nazi, para mim nunca negociaria com o inimigo com o Mal para salvar uma ou outra vitima a mais ajuda-las ia como pudesse, como ele fez de resto e não é por ai que é criticavel, mas nunca negociaria com quem atacava essa vitimas sabendo de antemão que não havia qualquer valor de respeito por tratados, por exemplo acordos de munique, concordatas etc. num sentido espiritual não me permitiria isso.

Quanto as rotas de fuga dos criminosos nazis a coberto da protecção das instituiçoes catolicas para escapar da europa, para a argentina, brasil etc. voce pode por as duvidas que quiser o que é certo é que eles escaparam atraves de redes que se espalhavam por mosteiros e igrejasa rota tinha a ver a igreja na europa a igreja católica argentina e o governo de Perón ha indicios em arquivos da inteligência americana, e da cruz vermelha e de países europeus. A igreja intercedeu para evitar que alguns criminosos chegassem à Justiça (ha quem diga que o proprio papa apelou a um perdão geral no fim da guerra para todos), a igreja pagava as passagens e dava passaportes com nomes falsos aos criminosos de guerra, e perón garantia-lhes o visto para entrar na argentina, a cruz vermelha fornecia os passaportes. Foi graças a esse plano que Adolf Eichmann que o senhor citou como "elogiando" num seu diario a protecção do papa aos judeus, Josef Mengele, Erich Priebke e outros genocidas encontraram-se seguros na América do Sul. Eichmann só foi preso em 1960 e julgado em israel Priebke foi localizado em 1990 no mesmo país e condenado por tribunal italiano à prisão domiciliar. E Mengele morreu no brasil.

O senhor falou em baptizados, pessoas que fugiram com certificados de baptismo falsos mas quem condena isso? Diga-me uma coisa porque o papa não excomungou o hitler, era baptizado, era um gesto. Olhe e acho que ja chega.

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

«mas nunca negociaria com quem atacava essa vitimas sabendo de antemão que não havia qualquer valor de respeito por tratados, por exemplo acordos de munique, concordatas etc»

Por este comentário se vê a superficialidade das suas críticas. Vê-se que ainda não estudou isto a fundo. Em 1933, quem poderia saber que Hitler planeava a Solução Final? Quem poderia saber que Hitler iria quebrar este ou aquele ponto da Concordata?

O que está a fazer tem um nome: chama-se anacronismo. E consiste em criticar decisões do passado com base em dados que hoje conhecemos.

A Concordata foi negociada num ambiente tenso. Hitler tinha sido eleito democraticamente, e já começavam os ataques aos católicos na Alemanha.

A pressão sobre Pio XI e sobre o seu braço direito Pacelli era imensa: era o pegar ou largar. Hitler queria a Concordata para se gabar dela, é certo. Mas é muito injusto criticar a estratégia da Santa Sé: a Concordata era uma arma de negociação, e foi usada inúmeras vezes.

Diz-me que não se fazem pactos com o Diabo para salvar vidas?
Porquê?

Os seus comentários seguintes relativos à fuga de nazis são superficiais, não objectivos, e não fundamentados. Queira, por favor, fazê-lo de forma a que eu possa responder. Assim é impossível.

«A igreja intercedeu para evitar que alguns criminosos chegassem à Justiça»

Fontes?

«ha quem diga que o proprio papa apelou a um perdão geral no fim da guerra para todos»

Há quem diga? Quem?

«Diga-me uma coisa porque o papa não excomungou o hitler, era baptizado, era um gesto»

Claro que era um gesto!
Mas de que serviria? Em primeiro lugar, Hitler quase certamente rescindia a Concordata, e assim perdia-se a única arma de negociação com o Terceiro Reich.

A história da Igreja tem alguns exemplos de excomunhões públicas a figuras históricas. Paulo III excomungou Henrique VIII de Inglaterra, e deu-se o cisma anglicano. Pio VII excomungou Napoleão, e foi raptado e esteve preso durante mais de seis anos.

Sabe o que eu acho? Acho que há muita gente que precisa de um bode expiatório. Como já não há nazis, mas ainda há católicos, as pessoas preferem bater na Igreja Católica, tentando fazer dela cúmplice ou culpada do Holocausto.

Até certo ponto, podemos analisar e criticar esta ou aquela decisão de Pio XII. Mas não é razoável colocar nos seus ombros a culpa pelos crimes de guerra.

Anónimo disse...

(“Por este comentário se vê a superficialidade das suas críticas. Vê-se que ainda não estudou isto a fundo. Em 1933, quem poderia saber que Hitler planeava a Solução Final? Quem poderia saber que Hitler iria quebrar este ou aquele ponto da Concordata?”)

Mas qual superficialidade qual carapuça

Mas eu tenho que lhe explicar tudo por tudo tintim por tintim como fazem actualmente com a tabuas cronologicas para poupar a memória ? Eu estou-lhe a dizer sem precisar cronologicamente factos de memória porque não tenho tempo para ir consultar nada, mas posso faze-lo se quiser. Em 1933 era pública a intenção do hitler e do regime que ia implantar na alemanha, veja se le bem os comentarios anterires, veja la o que eu disse em comentários anteriores para não estar a dizer que eu não tenho memoria cronologica (......Pacelli conhecia os planos nazis para exterminar os judeus da europa em janeiro de 1942. (estes planos sairam da conferencia de wansse completo agora se voce não sabia o que foi essa conferencia) As deportacões para os campos de exterminio tinham começado em dezembro de 1941. Em todo o ano de 1942, Pacelli recebeu informacão fidedigna sobre os detalhes da solucão final afiançada por británicos, franceses e norte-americanos no Vaticano.....) isto escrevi eu, a senhor vem com a refencia a concordata de 33 muito antes da conferencia de wansee e da solução final, quanto a concordata, é claro que não se conhecia se iria cumpri-la ou não, mas conhecia-se a ideologia como possivel alerta, essa ideologia é anterior a concordata, pelo menos desse a decada de 20, depois aconteceu a noite de cristal, a noite das facas longas, as leis de nuremberga etc. todos estes factores de quando Pio XII era nuncio deviam te-lo alertado e depois quando papa, eram do seu conhecimento, por isso é que muita gente se interroga perante determinados factos e atitudes no seu pontificado tão prudente silencio, mas eu “compreendo” isso “diplomacia.

E a igreja também nunca quis nada com regimes comunistas porque? porque conhecia a ideologia, por isso quando apareceu, e o regime nazi não era desconhecido, ja tinha uma historia desde o “putch de munique”, tinha uma ideologia, se o comunismo tinha marx, o nazismo tinha o mein kampf desde a decada de 20. Quando a pio XII lhe foi pedido pelos aliados durante a guerra para se pronunciar sobre massacres no leste europeu, foi dito aos aliados teria de ser de forma anónima e quando aconteceram massacres em roma exigia igual condenação dos crimes estalinistas para tal pronunciamento.


A solução final só se conheceu detalhadamente a partir da conferência de wansse (leia o documento) onde preto no branco os nazis planearam conjugar o maximo de esforços, para afinar horarios de comboios, linhas ferreas, recenseamento da população judaica em todos os paises da europa etc, para criar uma industria de morte o mais eficaz possivel. Foi esta a advertencia que o papa superficialmente fez ao dizer no natal de 1942 “aquelas centenas de milhar que, sem culpa própria, por vezes só pela sua nacionalidade ou raça, recebem a marca da morte ou a extinção gradual”.

Anónimo disse...

Bem posso-lhe explicar a minha visão de não fazer pactos com o diabo, mas não foi isso que eu quis expressar, eu disse que não se faziam pactos para salvar mais um ou outra vida, aliás ja disse isso num comentário la atrás posso ir rebuscar disse isto e aplica-se ( o que estava em causa para mim não eram as vidas em número, mas sim o acto que atentava contra todas essas vidas, e não uma percentagem dessas vidas. O que se devia condenar era esse acto nazi, esse mal e isso não é relativizável a vida humana é um bem absoluto que não cede a esses princípios de salvar mais ou menos vidas, temos que pensar em abstracto e defender em abstracto e só depois perante esta impossibilidade passar aos casos concretos. Mas ou se condena ou não esses actos energicamente e com todos os meios ao dispor, não nos vamos contentar com o mal menor nestas questões, são questões de principio, de valores humanos. Claro que é preferivel 100 mortes a 1000 mortes é claro que sim, mas as acçoes devem ser de evitar qualquer morte em abstracto. salvar uns milhares de vidas entre muitas vidas já alivia a consciência e o acto em si que atentava contra todas essas vidas e não tendo sido denunciado esta implicitamente resolvido, não está, são questões de principio, de direitos humanos) eu disse que não se fazem pactos com o Mal, mas ajudaria todas as vitimas na mesma, porque o passado nos dizia que os pactos e a vida humana para eles nazis, não tinham qualquer valor, portanto fazer pactos era ser cumplice ou por açcão ou omissão, e dar motivos para propagandear esses pactos, isso aconteceu com a concordata. Mas então isso que o senhor diz é justificar as ditaduras e as tiranias, são más, fazem mal, mas vamos aliar-nos a elas para fazerem um pouquinho de menos mal. Ah os meus comentarios sobre a fuga dos nazis são parcos, está bem quando tiver um folheto detalhado da agencia de viagens eu envio-lho, ingenuidade, eu disse-lhe que já há detalhes em arquivos dos serviços secretos americanos, cruz vermelha e outros paises europeus. Olhe mais uma cacha os EUA e inglaterra “fechavam os olhos” e ignoravam o que se estava a passar, mas um pais neutro europeu servia de refugio a permitia todo o transito por la legal ilegal etc.

Para si, a sua visão da excomunhão de hitler era um gesto, e na sua visão só um gesto, não era só um gesto, podia ser um gesto muito significativo para o mundo exterior, e até para nós, na conversa que estamos a ter tinha muito valor para mim se tal tivesse acontecido em favor dos argumentos favoraveis ao papa, alias esse era um poder papal que por exemplo na nossa historia e na I Dinastia foi usado contra os monarcas, mas ja vi hitler iria rescindir a concordata se tal passo fosse dado, façamos de conta que isto que diz tem valor, e então e depois? A concordata foi transformada em letra morta, os catolicos perseguidos e o papa não fez nada se fizesse esse gesto o que acontecia talvez nada mas o gesto marcava uma posição de extremar posições. Voce justifica tudo pela diplomacia.

Anónimo disse...

Informal Routing Slip


HEADQUARTERS
UNITED STATES FORCES IN AUSTRIA



SUBJECT: History of the Italian Rat Line

No.: 1
FROM: Hq 430th CIC Opns
TO: D/G-2 ATTN: Maj Milano
DATE: 10 Apr 50



1. ORIGINS.

a. During the summer of 1947 the undersigned received instructions from G-2, USFA, through Chief CIC, to establish a means of disposition for visitors who had been in the custody of the 430th CIC and completely processed in accordance with current directives and requirements, and whose continued residence in Austria constituted a security threat as well as a source of possible embarrassment to the Commanding General of USFA, since the Soviet Command had become aware that their presence in US Zone of Austria and in some instances had requested the return of these persons to Soviet custody.

b. The undersigned, therefore, proceeded to Rome where, through a mutual acquaintance, he conferred with a former Slovakian diplomat who in turn was able to recruit the services of a Croation [sic] Roman Catholic Priest, Father Dragonovich [sic - here and below]. Father Dragonovich had by this time developed several clandestine evacuation channels to the various South American countries for various types of European refugees.




2. HISTORY OF OPERATIONS.
a. During 1947 and 1948 it was necessary to escort the visitors physically from Austria to Rome from the standpoint of security and to avoid any embarrassment on the part of the US Government which could arise from faulty documentation or unforeseen border and police incidents.

b. Documents to assist in the journey of these people from Austria to Rome were secured through S/A Crawford, Reference IRS, Subject: "Debriefing of S/A Crawford", dated 6 April 1950.

c. Upon arrival in Rome, the visitors were turned over to Dragonovich who placed them in safe haven houses then being operated under his direct supervision. During this period, the undersigned then actively assisted Father Dragonovich with the help of a US citizen, who was Chief of the eligibility office of IRO in Rome, in securing additional documentation and IRO aid for further transportation. This, of course, was done illegally inasmuch as such persons could not possibly qualify for eligibility under the Geneva IRO Charter. However, after several months the American suddenly lost his mental stability through overindulgence in alcohol and disclosed some of the details of the arrangement to his superiors and other official agencies in Rome which required the undersigned to realign the operation and to discontinue contact with the IRO office. Thus, Father Dragonovich was forced to turn to other sources in the National Catholic Welfare Organization. He also secured permits for residence of these persons from the Italian police, permits to travel from Rome to Genoa or Naples, as the case might be, and permits from the Italian Foreign Office for various visas. In short, it can be stated that Dragonovich handled all phases of the operation after the defectees arrived in Rome, such as the procurement of IRO Italian and South American documents, visas, stamps, arrangements for disposition, land or sea, and notification of resettlement committees in foreign lands.

d. As the operation continued, Dragonovich's possibilities for the necessary means, documentation, travel and permits expanded and it became possible to ship the visitors from Austria, thus eliminating personal escort by CIC agents to Rome. A new phase was thus established and an employee of Dragonovich proceeded to Austria, picked up the charges and took them to Genoa where they were placed in safe haven houses to await disposition to South America.

Anónimo disse...

3. DIFFICULTIES ENCOUNTERED.
The following difficulties and problems may be expected by those who may become engaged in rat line operations:

a. Frequent changes in travel documents necessary for movement in European countries.

b. Changes in the Italian border control and police supervision of DP's in Italy.

c. Land and sea transportation facilities or lack thereof.

d. Opening and closing of immigration quotas by the various countries of South America.

e. The physical condition of visitors and dependents. It may be stated here that it is desirable that all persons be examined for TB, syphilis or other contagious diseases and that the female dependents be cautioned during the evacuation period relative to pregnancy, inasmuch as pregnant women or small children are acceptable only with grave difficulty and at great expense.

f. Marriage Status. In view of the fact that Dragonovich is a Roman Catholic priest and the National Catholic Welfare is involved, the marriage status of male and female must be clearly established, inasmuch as the personalities associated in this operation will not condone any acts contrary to the Church such as common law marriage, illegitimate children not baptized, etc.

g. Although it might be advantageous to have absolute "control" of Father Dragonovich and his means of evacuation, it may be categorically stated that it is not possible and in the opinion of the undersigned not entirely desirable. Dragonovich is known and recorded as a Fascist, war criminal, etc., and his contacts with South American diplomats of a similar class are not generally approved by US State Department officials, plus the fact that in the light of security, it is better that we may be able to state, if forced, that the turning over of a DP to a Welfare Organization falls in line with our democratic way of thinking and that we are not engaged in illegal disposition of war criminals, defectees and the like.




4. COMPROMISES.
a. As stated above, the US citizen, Chief of the Eligibility Office, Rome was one [censored] who was allegedly a member of OSS during World War II, and who fancied himself as a top intelligence operative in Italy. After his breakdown due to alcoholism, [censored] imagined himself as the saviour of Italy in view of the danger of a Communist victory during the elections of 1948, thus told stories of how the undersigned could assist in providing large numbers of underground troops, military supplies, sea evacuation, air evacuation and the like. This, of course, caused inquiries as to the exact nature of the work in which the undersigned was engaged. This was explained away successfully in a personal interview with Admiral Mentz, Chief of IRO, Italy, and a full report was submitted to G-2, USFA.

b. The Brazil Expedition was, again, a compromise which was not the fault of operational technique. A female visitor who was inclined to be rather frivolous in her attentions became a public nuisance while under protective custody in Austria and was, therefore, evacuated as a married woman in custody of her amour of the moment. During the voyage, the lady in question changed her mind and upon arrival in Brazil sought assistance and protection from both the Brazilian authorities and the US Embassy. They, of course, were uninformed, inasmuch as it is impossible, due to lack of knowledge of transportation dates, visa quotes, etc., to give prior information as to when the shipments are to be made. The affair was made a matter of official investigation and necessarily other innocent people were involved and returned to Europe.

Anónimo disse...

5. RECOMMENDATIONS.
a. It has been the experience of this organization that only one man should be assigned the mission of disposition when dealing with Father Dragonovich. Inasmuch as he, although reliable from a security standpoint, is unscrupulous in his dealings concerning money, as he does a considerable amount of charity work for which he receives no compensation, it is not entirely impossible that he will delay one shipment for one organization to benefit another organization who pays higher prices.

b. Due to the background of Father Dragonovich and the nature of his work, it is not believed practical that the MA's in foreign countries under diplomatic status should become involved with the DP's who land through his channels of this operation.

c. Each visitor should be thoroughly and properly briefed and preparations for his movement be made in light of his cover story. Each should be furnished sufficient clothing, some travel money, and advance notice be sent through Dragonovich channels to assist in his rehabilitiation in the country where he lands.

d. The facilities of Father Dragonovich should be handled as a single operation by one agency and no attempt should be made to control him or his sources for reasons set forth in this memorandum.




FOR THE COMMANDING OFFICER:
[signed]
PAUL E. LYON
IB Operations Officer