sexta-feira, 21 de maio de 2010

Igreja Católica e Maçonaria

Ainda é frequente encontrar-se a opinião de que se pode ser católico e maçon em simultâneo. Muitas vezes esta opinião é emitida por maçons que procuram evidenciar a atitude inclusiva e aberta da Maçonaria, ou por católicos que frequentam as lojas maçónicas.

Os maçons mais bem informados sabem que a incompatibilidade se mantém em vigor, e está em vigor praticamente desde os primórdios da Maçonaria moderna, que surge em 1717. A primeira condenação papal surge em 1738, e desde então a posição da Santa Sé não mudou, pois a natureza da Maçonaria também não mudou. Porém, alguns maçons não tão bem informados continuam a afirmar que há compatibilidade, chegando mesmo alguns a afirmar que a Igreja teria mudado recentemente a sua posição, acabando com a condenação. Tal afirmação é falsa.

Para ilustrar a consistência das condenações da Igreja Católica à Maçonaria, independentemente da sua filiação ou ritual, acrescentei um curto artigo à secção "Artigos em PDF", ali do lado direito. Esse artigo elenca as condenações mais importantes, ordenadas por data.

Este artigo faz parte de um trabalho de fundo que está em preparação, trabalho esse dedicado às origens da Maçonaria e à apresentação e discussão dos seus mais importantes problemas filosóficos.

Para levantar um pouco o véu, pode-se desde já afirmar que, ao contrário do que se costuma dizer, a condenação da Igreja Católica não incide apenas sobre as organizações maçónicas que conspiram contra ela. É verdade que muitos maçons, hoje em dia, já não dedicam a sua actividade maçónica à conspiração contra a Igreja: se isto já é em parte verdade no que diz respeito a maçons de filiação irregular (da dita "Maçonaria Continental"), ainda é mais completamente no que diz respeito aos maçons de ritos regulares (da dita "Maçonaria Azul", "Inglesa", ou "Andersoniana", ou da dita "Maçonaria Escocesa"). No entanto, a incompatibilidade persiste, uma vez que é o próprio ideário filosófico da Maçonaria, intrinsecamente relativista e muitas vezes sincrético, e presente em todas as filiações maçónicas, que a torna incompatível com a doutrina católica.

4 comentários:

O Sousa da Ponte - João Melo de Sousa disse...

OH meus amigos:

O século XXI é o século em que se pode ser sionista-neonazi-cristão-neomarxista-ateu-budista-conservador-liberal.

Tudo isto misturado com muita pseudo-ciência, uma citação (errada mas isso não importa nada) dum Evangelho. Misture-se um pouco de Jung, Carl Rogers q.b. e , já que agora Bakunine.

É prático, baixo em calorias, e pode comer-se com toda gente.

LUIZ EDUARDO disse...

Google,

por que meus comentarios nao sao publicados ?

Luiz Eduardo

LUIZ EDUARDO disse...

Meus caros,

Em todas as condenações papais à Maçonaria, através das enciclicas, sobretudo, não há qualquer informação palpável quanto às mesmas. Qaulquer um, quando condenado, deve por justiça saber as razões de sua condenação.
Apenas dizem que a Maçonaria conspira contra a Igreja Católica. Alguém conhece alguma conspiração.

O que a Igreja Católica não aceita, que vai contra seus principios, é que, pela Maçonaria nossa adoração é por Deus, não dependendo de padres, pastores, etc, que são mero intermidiários.

Luiz Eduardo Alves - Maçom
Grau 33

Espectadores disse...

Caro Luiz,

Antes de mais, queria frisar que não me move qualquer inimizade contra qualquer maçon em particular.

O meu objectivo é simples: esclarecer mal entendidos frequentes.

«Em todas as condenações papais à Maçonaria, através das enciclicas, sobretudo, não há qualquer informação palpável quanto às mesmas.»

Se aceder ao documento que referi, e que se encontra do lado direito deste blogue, na secção "Artigos em PDF", encontra muita informação acerca das encíclicas e outros documentos papais condenando a Maçonaria.

«Qaulquer um, quando condenado, deve por justiça saber as razões de sua condenação.»

Claro que sim!
Por isso é que todos os documentos papais contêm a explicação da condenação.

«Apenas dizem que a Maçonaria conspira contra a Igreja Católica.»

Não é verdade que os documentos apenas dizem isso. Eles referem várias outras razões, mais ou menos presentes em cada uma das várias fraternidades maçónicas, a saber:

a) filosofia relativista

b) filosofia naturalista

c) filosofia deísta

d) importância primordial do segredo maçónico e da filiação maçónica, que prevalece sobre a filiação do cristão à Igreja Católica

Estas são as mais graves e mais importantes razões. Como eu escrevi, estas razões superam em importância e gravidade a própria eventual conspiração de algum maçon contra a Igreja.

«Alguém conhece alguma conspiração.»

Eu, pessoalmente, suspeito de algumas mas não tenho provas de nenhuma. Por isso, não me pronuncio sobre conspirações. O que é um facto é que pelas razões apontadas, um católico não pode ser maçon.

«O que a Igreja Católica não aceita, que vai contra seus principios, é que, pela Maçonaria nossa adoração é por Deus, não dependendo de padres, pastores, etc, que são mero intermidiários.»

Mas não acha isso normal?
A Igreja Católica foi fundada por Jesus Cristo, que quis manter uma igreja de sucessão apostólica.

Desse modo, qualquer organização que pretenda desvincular um cristão da sua filiação católica é uma organização que será sempre condenada e interditada pela Igreja, não acha?

Você acertou em cheio: um católico que seja maçon, realmente, tem uma relação contraditória e estranha com Deus: por um lado, diz-se membro da Igreja de Cristo, por outro lado, vive a sua relação com Deus de uma forma "maçónica", ou seja, alheia à Igreja.

E pior ainda, visto que, para muitos maçons, não podem ser aceites definições (dogmas) de Deus, o maçon nem sabe bem que Deus é que realmente deve adorar e seguir.

Cumprimentos