quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Razões para não votar Cavaco Silva - Parte II

A Lei da Procriação Medicamente Assistida
(Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho).


Aníbal Cavaco Silva principiou o seu mandato presidencial a 9 de Março de 2006.
Ao ritmo curioso de uma lei revoltantemente imoral por ano, Cavaco Silva promulgou em 2006 a Lei da Procriação Medicamente Assistida, em 2007 a Lei do Aborto, em 2008 a Lei do Divórcio, em 2009 a Lei da Educação Sexual. Em 2010, os Portugueses tiveram direito a dose dupla: a Lei do Casamento Homossexual, e já no final do ano, à laia de festejo de "réveillon", a Lei que regula o Apoio do Estado aos estabelecimentos do ensino particular e cooperativo.

Nesta Segunda Parte, iremos abordar a Lei da Procriação Medicamente Assistida. Esta lei criminosa permite a destruição de seres humanos, mais concretamente, de embriões humanos. No ponto 5.º do Artigo 25.º, que regula o destino dos embriões, diz-se: "5 — Aos embriões que não tiverem possibilidade de ser envolvidos num projecto parental aplica-se o disposto no artigo 9.º". Bom, somos levados a esse magnífico Artigo 9.º, que diz: "3 — O recurso a embriões para investigação científica só pode ser permitido desde que seja razoável esperar que daí possa resultar benefício para a humanidade (...)".

Trocado por miúdos, vale quase tudo no que diz respeito a querer ter filhos: inclusive destruir embriões humanos, caso estes não possam "ser envolvidos num projecto parental". O requinte poético da linguagem do Legislador cai trágico numa lei criminosa e iníqua. Embrião: se ninguém te quiser "envolver" num "projecto paternal", estás tramado. Mas fica descansado: podes ser usado para experiências científicas. Faz lembrar a mítica citação do filme dos Monty Python, The Meaning of Life, na qual um pai de muitos anuncia o seguinte aos seus filhos, que ele não pode sustentar: "I'm afraid I have no choice but to sell you all for scientific experiments." Ao embrião quase a ser desmontado para experiências, a esse ser humano de curta vida e nenhuma voz social, resta o consolo de vir a ser mais um tijolo no nobre edifício da Ciência. Uma ciência estilo Terceiro Reich, é certo, mas ciência todavia!

É o Progresso, pá!

Cavaco Silva assinou assim, com data oficial de 26 de Julho de 2006, a criminosa Lei da Procriação Medicamente Assistida que regula, entre outras coisas edificantes, a forma científica como podem ser "legalmente" destruídos os seres humanos que não se encontrem "envolvidos num projecto paternal". Só por esta razão, uma pessoa de bem não pode voltar a votar em Cavaco Silva. Mas, infelizmente, há mais razões...

(continua)

PS: Há sempre uns engraçadinhos preparados para dizer que um embrião não é um ser humano. Brincam com coisas sérias. Nunca explicam porque é que um aluno do 6º ano arrisca reprovar num teste de Ciências da Natureza (se é que algum aluno ainda reprova) se não souber que a vida humana principia com a fertilização do óvulo humano pelo espermatozóide humano, e ao mesmo tempo, sete vetustos senhores do nobre Tribunal Constitucional alinhavam milhares de linhas para defender a legitimidade do homicídio de seres humanos cujo único azar é a sua pouca idade. Sete em treze juízes (aplaudam-se e respeitem-se os distintos seis juízes que votaram vencidos) invocaram, para se poder matar estes seres humanos, algo belo e erudito como isto: «A reflexão sobre valores numa sociedade democrática, pluralista e de matriz liberal quanto aos direitos fundamentais tem sido objecto privilegiado do pensamento filosófico contemporâneo. Tal reflexão exprime-se na ideia de um “consenso de sobreposição” (overlapping consensus) desenvolvida por JOHN RAWLS, em Political Liberalism, 1993, p. 133 e ss.».
Zigoto humano, embrião humano, feto humano, porque razão dizem eles que te podem matar?
É por causa do Rawls, pá! Vai ler o Rawls, pá!

PPS: O raciocínio ético que leva qualquer cérebro operacional à conclusão de que são seres humanos válidos, quer um zigoto, quer um embrião, quer um feto da espécie Homo Sapiens, é um raciocínio simples e claro. Tão simples que uma criança lúcida (como elas costumam ser) é capaz de o fazer. Eis um dos muitos exemplos de argumento, escrito por mim há uns meses: O estatuto ético do zigoto humano. O raciocínio contrário nem merece ser chamado de raciocínio: a defesa do pretenso "direito" a matar seres humanos inocentes de tenra idade estrutura-se numa prevalência da vontade tirana sobre a razão e a verdade morais. Num utilitarismo unilateral (desprezando-se a negativa utilidade do aborto para o próprio do ser humano abortado), aborta-se porque sim. Porque dá jeito. E se for necessário, para afirmar esse pretenso direito, invocar as glórias da Ciência (como a Lei da Procriação Medicamente Assistida), os louros da Liberdade, ou pura e simplesmente a Mentira, então faça-se!

43 comentários:

Xiquinho disse...

Estou confuso… então o Cavaco fez estas patifarias todas e de recompensa, presumo, ainda recebeu uma condecoração das mãos de Sua Santidade no ano passado, por, e passo a citar: reconhecimento a seus serviços à Igreja, feitos notáveis, apoio à Santa Sé e ao bom exemplo dado à sociedade!!!

Querem ver que o Vigário de Cristo se enganou na condecoração…

PS: E quem parece que se enganou, foi o Bernardo, ou então fugiu-lhe a boca, digo, a pena, para a verdade:

Esta lei criminosa permite a destruição de seres humanos, mais concretamente, de embriões humanos

Mais concretamente? Então afinal há uma diferença concreta entre embriões humanos e seres humanos? É bem capaz de haver, pois só assim faz sentido em falar de mais concretamente, ou menos concretamente, ou lo que seja. É que a lei até pode ser criminosa. Mas bastava dizer que permite a destruição de seres humanos ou que permite a destruição de embriões humanos. Mas mais concretamente, ficou demonstrado que afinal um ser humano e um embrião humano, não são exactamente a mesma coisa. Até mesmo para o Bernardo.

Outro abraço!

Espectadores disse...

Olá Xiquinho,

Já deixei um comentário no "post" Parte I relativo à condecoração papal...

Evidentemente, não faz sentido tomar uma oferta ou condecoração diplomática (e qualquer Papa faz centenas delas) como um qualquer tipo de sanção moral, parcial ou completa, ao receptor da oferta ou condecoração.

«Mais concretamente? Então afinal há uma diferença concreta entre embriões humanos e seres humanos?»

É simples, Xiquinho.
"Embriões humanos" é uma categoria interior da classe "seres humanos". Como "crianças" é uma categoria interior da classe "seres humanos". Como "idosos" é uma categoria interior da classe "seres humanos".

Comigo, a desconversa não funciona!
Poderia ter-me enganado, mas procuro pensar muito bem antes de escrever, para evitar argoladas.

A sua crítica não tem força.
A expressão "mais concretamente" é usada para fazer enfoque sobre uma categoria interior à categoria geral de "seres humanos".

A diferença entre ambas não é de essência (falamos sempre de seres humanos) mas sim de âmbito etário. Um zigoto está num âmbito etário diferente do de um embrião, diferente do de um feto, do de uma criança, do de um adolescente, do de um adulto.

Assim, a sua objecção não tem eficácia. A não ser que nos explicasse porque razão é que a idade é um critério essencial, no determinar do direito à vida.

Um abraço!

Anónimo disse...

Mas que m*rd* de irraciocínio!

Eu sou um ser humano, mais concretamente um humano adulto.

Ah!... Xiça pá!... Afinal não sou um humano :(

Amilcar Fernandes disse...

Outra vez o raciocinio sobre zigotos embrioes e fetos, agora em presidenciais, por causa do cavaco, se existem estas razões para si, são as mesmas razões que existem para outros em sentido contrario por exemplo, partindo das mesmas permissas.

O zigoto, embrião é a fase incial de uma vida humana biologica ninguém constesta isso, como qualquer outra vida biologica, começa por ai, com a posterior reprodução celular. O zigoto, o embrião é uma fase inicial, como a semente é uma fase da vida da planta ou a lagarta da borboleta. ( ninguem diz que a semente é a planta ou a lagarta a borboleta, claro que o raciocinio é o potencial interrompido. O que não leva a nada porque um muro não é uma casa embora possa vir a ser, mas não é se imterrompermos a construção, ou se o derrubarmos, ou no caso da semente se depois de semeada a arrancarmos. A valorização dessas fases pela sociedade ou religião como caracteristicas ou com determinadas caracteristicas é que define muita coisa em termos morais e legais para podermos intervir ou não nessa vida em gestação.

A Igreja Católica, que hoje defende a sacralidade da vida humana desde sua concepção com unhas e dentes, durante a maior parte de sua história, pouca atenção deu à questão. Assim, se a Igreja não aprovava o aborto, pelo menos não o condenava, a actual doutrina da igreja católica mantém a crença de que é no momento da fertilização, com a formação do zigoto, que uma nova vida humana tem lugar. Isto, é todavia relativamente novo na historia da igreja. Um feto não era considerado realmente uma pessoa e o aborto não era considerado homicídio pela Igreja Católica. O zigoto não pode antecipar-se à “metamorfose”, as fases que se seguirão na evolucão biologica do ser humano. Seria como ir além de si mesmo para ser outra coisa, cada fase é uma fase e é isso que a ciencia explica e a sociedade valoriza, como no caso da crisalida e a lagarta. Ninguém afirma que a semente já é planta ou que a crisálida é uma borboleta, Não há pessoa humana embrionária, mas um embrião de pessoa humana. No embrião o que se tem é uma vida vegetativa que se antecipa ao cérebro. Se a actividade ou não actividade cerebral marca a morte também pelo mesmo criterio pode marcar a vida, o resto são questões morais religiosas da questão.

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

«O zigoto, o embrião é uma fase inicial, como a semente é uma fase da vida da planta ou a lagarta da borboleta. ( ninguem diz que a semente é a planta ou a lagarta a borboleta, claro que o raciocinio é o potencial interrompido.»

Você é um génio...
Você mesmo já foi um feto, ou não? Esse feto era outra pessoa? Se era outra pessoa, para onde é que ela foi? E de onde é que você surgiu?

Se você defende, como julgo que defende, que o feto que você foi era, realmente, você, então num momento mágico você ganhou o direito a viver, certo?

Pode identificar-nos esse momento mágico?

«A Igreja Católica»

Quem é que falou em Igreja Católica? Ninguém aqui está a discutir sacralidade, ou religião, ou crenças. Estamos a discutir a morte de seres humanos, bolas. É assim tão difícil tentar fazer um argumento racional em defesa do aborto? Faça um, por favor! Não desvie a conversa para outros temas. Se acha que abortar é legítimo, explique-nos porquê. Racionalmente, de preferência. E não com metáforas foleiras sobre animais e plantas.

Cumprimentos

Espectadores disse...

«Se a actividade ou não actividade cerebral marca a morte...»

Quem disse?

Amilcar Fernandes disse...

«Se a actividade ou não actividade cerebral marca a morte...»

A voce não sabe o criterio de morte olhe não sou eu que lhe vou explicar, embora saiba.

"Você mesmo já foi um feto, ou não? Esse feto era outra pessoa?"

Não sou nenhum genio, ja fui um zigoto, embriao, feto, isso tudo em diferentes fases e com diferentes caracteristicas, o que voce valoriza como um todo não é um todo, são fases que continuamente se vão desenvolvendo formando um todo se não forem interrompidas, ou seja se não forem interrompidas vão constituir esse todo, dei-lhe exemplos, são essas fases com determinadas caracteristicas ou não que a sociedade valoriza ou não, e assim determina se se pode ou não intervir em alguma dessas fases nessa vida em desenvolvimento. Enquanto fui embrião não era feto não tinha as caracteristicas para ser feto e assim sucessivamente, o senhor simplesmente baseia-se no potencial para vir a ser, para defender o todo, mas o todo é composto por fases essa é uma verdade,esta explicada, começa a formação de orgãos, funcionamento, cerebro etc. e por ai adiante.

Pode argumentar o que quiser estou esclarecido quanto ao que o senhor pensa acerca disto, por isso não vale a pena perder mais tempo a chover no molhado.

Alma peregrina disse...

Caro anónimo:

Você fala em "potencial" onde não existe potencial absolutamente nenhum. Já lá existe um Ser Humano.

Você confunde (não sei se voluntariamente ou não) categorias lógicas absolutamente distintas.

É claro que destruir uma lagarta não é o mesmo que destruir uma borboleta. Destruir uma lagarta é destruir uma lagarta. Destruir uma borboleta é destruir uma borboleta.

E é claro que destruir um embrião não é o mesmo que destruir um adulto. Destruir um embrião é destruir um embrião. Destruir um adulto é destruir um adulto.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, destruir um adolescente não é o mesmo que destruir um idoso. Destruir um adolescente é destruir um adolescente. Destruir um idoso é destruir um idoso.

O problema é que você assimila sem distinção a categoria "fase de vida" com a categoria "ser".

Ora, tanto a lagarta como a borboleta "são" a mesma coisa. São um indivíduo da ordem Lepidoptera. Destruir uma lagarta ou esperar uns meses e destruir a borboleta daí resultante é EXACTAMENTE o mesmo acto... destruir aquele indivíduo. Só muda a fase em que ele é destruído.

De igual modo, o embrião, o adolescente, o adulto, o idoso "são" a mesma coisa... um membro da espécie Homo sapiens sapiens. Destruir um embrião é destruir um Ser Humano, tal como se se destruísse o adulto. Só muda a fase em que ele é destruído.

Alma peregrina disse...

Agora, quanto à treta do "potencial"... é claro que destruir uma lagarta destrói o "potencial" que há nela de uma borboleta. Mas será que é isso que está em questão? Andarmos para aqui a discutir as fases biológicas da metamorfose da lagarta não nos desvia do essencial? O essencial é que se destruiu um Ser vivo! Ponto final! Do ponto de vista ético, isso é que importa.

Saltando para o exemplo que eu dei... destruir um adolescente é destruir o "potencial" que há nele de um idoso. Pois é! Mas alguém aqui acha que o importante é que é imoral destruir um adolescente porque se está a destruir um idoso potencial?

Obviamente que não!

Destruir um adolescente é errado, não porque se destrói um "potencial", mas porque se destrói um Ser Humano.

O mesmo com o zigoto, embrião, feto, recém-nascido, etc...

Alma peregrina disse...

Finalmente, a falácia do cérebro...

Existe uma corrente pós-moderna qualquer que atribui uma espécie de poder metafísico ao cérebro, como se a Humanidade de uma pessoa residisse aí! Ora esse poder metafísico é algo perfeitamente não provado cientificamente. A retórica que o rodeia é muito semelhante a crenças religiosas. Mas depois estes racionalistas vêm atacar as crenças religiosas da Igreja!

Vem isto a propósito da morte cerebral.

Ao anónimo eu explico-lhe algo que é ensinado logo na Faculdade de Medicina. O critério da morte cerebral não tem (e eu repito NÃO TEM) a ver com nenhuma "essência" de Humanidade no interior do cérebro.

O critério da morte cerebral tem a ver com a sua irreversibilidade.

Ora, como a "morte cerebral" do embrião é tudo menos irreversível... o seu argumento é nulo.

Posto isto, convém dizer que o tubo neural do embrião se fecha no 21º dia após a concepção. A partir daí, o embrião possui uma estrutura neurológica e é impossível conhecer o seu grau de awareness em relação ao meio exterior.

Rodrigo Faria de Castro disse...

parece-me que o "mais concretamente" não seria para referir que há diferença naquela categoria de seres humanos mas para fazer um pleonasmo dando mais ênfase ao argumento, pormenorizando e chamando a atenção dos seres humanos que estão a sofrer atentados (embriões).

É como dizer: "O desemprego está a aumentar em Portugal, mais concretamente, no Minho"

Mas quem não tem argumentos tenta enviar poeira para a discussão (Xiquinho e CSousa).

Para os Anónimos: os critérios de vida são diferentes dos critérios de morte. Para morrer tenho de estar vivo. Para viver não tenho de estar morto.

Rodrigo

Rodrigo Faria de Castro disse...

E estes posts estão excelentes!
Obrigado Bernardo

Alma peregrina disse...

Caro Rodrigo:

Se eu percebi bem, CSousa estava precisamente a reforçar aquilo que você disse, só que usando de ironia.

Ele disse:
"Mas que m*rd* de irraciocínio!
Eu sou um ser humano, mais concretamente um humano adulto.
Ah!... Xiça pá!... Afinal não sou um humano :("

Amilcar Fernandes disse...

Alma peregrina

"Você fala em "potencial" onde não existe potencial absolutamente nenhum. Já lá existe um Ser Humano."

O que existe alma peregrina é o potencial, ou seja estão lá as caracteristicas todas na concepção, a origem de uma vida biologica que se não for interrompida, como se nós não arrancarmos uma semente da terra depois de plantada, se iraõ desenvolver progressivamente por fases ate formar o todo, o ser humano completo. O zigoto , o embrião, o feto, nenhuma dessas fases com determinadas caracteristicas seantecipa as outras, cada uma tem o seu percurso e ai sim podemos valorizar mais umas e não outras, nem acontecem instantaneamente mas ao longo do tempo e de um processo evolutivo de nove meses.
O zigoto seria o embrião em estágio inicial, ainda destituído de cérebro. A vida humana começaria com o surgimento do cérebro que, por sua vez, só apareceria depois de introduzido o embrião no útero da mulher e posteriro desenvolvimento. Assim, antes da introdução no útero não se teria cérebro mas ja se teria desde a concepção as instruçoes geneticas para a sua formação, mas não pode existir esse cerebro sem a criação de outras estruturas à priori que o vão suportar, ou seja temos que ter uma vida biologica em desenvolvimento semelhante a todas as vidas biologicas, onde as celulas se vão reproduzindo criando tecidos e orgãos para por fases formar um ser como um todo, mas esse ser começa a ser dormado por fases. Ou seja sem esse suporte biologico não pode haver desenvolvimento de vida. Mas ha sim é vida biologica a priori , Após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, é formado o zigoto, que passará por sucessivas etapas de divisões mitóticas e diferenciação celular, até se formar um indivíduo propriamente dito. Esses eventos são denominados embriogênese, ou desenvolvimento embrionário, e suas etapas são: segmentação, gastrulação e organogênese, nestas etapas não estamos a falar de vida “humana”, ou melhor a ver se me explico para não fazer mais confusões, O desenvolvimento do embrião consiste num desenvolvimento contínuo de eventos, dividido em etapas. Os momentos iniciais da embriogênese têm aspectos semelhantes para todos os vertebrados, e não so para os humanos, nessa fase se não soubermos que é uma concepção humana sem outros meios de analise são todas iguais, mas depois passada uma certa fase é que as etapas posteriores têm particularidades próprias de cada classe. A definição sobre o começo da vida humana varia conforme convicções morais, religiosas, científicas, filosóficas, jurídicas, por isso por ai não vai a lado nenhum voce tem as suas convicções outros tem as deles, para os muculmanos só ha vida humana as 16 semanas.O período em que o embrião vira feto, com o aparecimento de membros e órgãos. É até esse momento que o aborto é permitido na maioria dos países. A vida sem ser biologica começa com a existência do cérebro, logo o fim da vida estaria previsto com a morte cerebral e, novamente, sem cérebro, não haveria vida e, portanto, nessa linha, o conceito de vida estaria ligado ao surgimento do cérebro.

Amilcar Fernandes disse...

“Finalmente, a falácia do cérebro...”

O conceito de cerebro, e morte cerebral é o conceito aceite em todo o mundo , não havendo actividade cerebral nem irrigação sanguinea no cerebro este morre e depois disso temos novamente uma vida vegetatitva ( biologica) como no inicio da vida humna quando não ha cerebro. as autoridades médicas passaram a considerar a morte cerebral como a definição biológica de morte, apesar de uma pessoa manter seu coração e pulmões em funcionamento.
Foi criado nos anos 60 um comite na faculdade de medicina de harvard para examinar a definição de morte cerebral, composto por dez médicos, um historiador, um advogado e um teólogo. Após deliberar, este comitê publicou no Journal of american medical association sua definição de morte cerebral. Este criterio de morte cerebral tem sido utilizado em todo o mundo como criterio de morte, uma vez que a pessoa afectada perde toda a vida relacional ou seja não vive vegeta, claro que isto levanta problemas filosoficos religiosos ete etc, sobre se ha o direito a por fim a alguem que respira e tem o coração a bater embara nunca recupere a sua vida relacional nem consiga viver um minuto se desligarem as maquinas. Eu não estou a defender que se desliguem ou não, mas tento perceber o lado da questão e das legislaçoes que se baseiam neste criterio para aproveitar orgãos para pessoas que precisam deles . Foram estas situações e avanços da tecnica medica que levou a ter que se estabelecer a necessidade de contar com um critério que serviria para decidir se um paciente que havia perdido irreversivelmente a consciência, a sua actividade cerebral, mas mantinha suas funções vitais graças ao respirador artificial, continuava vivo em termos médicos. A problematica acerca deste assunto sempre existira porque mistura argumentos e conceitos religiosos filosoficos politicos. A verdade é uma uma pessoa sem actividade cerebral sem irrigação sanguinea no cerebro morta cerebralmente, é uma vida biologica, vegetativa como outra vida biologica e vegetativa. Recentemete ha casos juridicos, que se podem analisar sobre o assunto, o caso daquela americana em morte cerebral há anos e que foi parar a justiça e em que o tribunal mandou suspender a alimentação.

A outra hipotese era mante-la indefinidamente ligada a maquina ate morrer, esta visão quanto a mim, sujeita tudo não ha vontade humana, mas a um determinismo e fatalismo, ou seja seguir o curso natural das coisas dure o que dure, o homem não pode intervir apesar de ter sido o homem que a colocou naquele estado de poder viver assim ao liga-la as maquinas, não pode depois fazer o inverso, tem que deixar o determinismo e fatalismo do destino seguir o seu curso ate ao fim.

Convem não confundir morte cerebral sem actividade eeg com comas.

Anónimo disse...

Rodrigo e Alma peregrina,

Sim, estava a ironizar com "Mas mais concretamente, ficou demonstrado que afinal um ser humano e um embrião humano, não são exactamente a mesma coisa." do Xiquinho.

Cumprimentos

Alma peregrina disse...

Caro anónimo:

Continua a não refutar nada do que eu disse.

O conceito de "morte cerebral" tem a ver com a sua irreversibilidade. Foi criado porque um critério de morte teria que ser, acima de tudo, IRREVERSÍVEL(caso contrário o avanço das técnicas médicas levaria a inúmeras "ressurreições" com os problemas legais inerentes).

A morte cardíaca não é irreversível, porque há desfibrilhadores.

A morte respiratória não é irreversível, porque há ventiladores artificiais.

A morte cerebral é irreversível.

Você próprio o admite quando diz "...a necessidade de contar com um critério que serviria para decidir se um paciente que havia perdido IRREVERSIVELMENTE a consciência, a sua actividade cerebral..."

A morte cerebral é um bom conceito de morte, porque é irreversível.

A "morte cerebral" de que você tanto fala no embrião (e que não existe, você é que faz uma extrapolação abusiva sem conhecer a actividade neurológica dos embriões) NÃO É IRREVERSÍVEL.

Logo, o critério de "morte cerebral" no embrião é nulo.

Rodrigo Faria de Castro disse...

Obrigado Alma Peregrina pelo reparo.

Peço desculpa ao CSousa... vi o comentário como dirigido ao post e não ao comentário anterior.

Amilcar Fernandes disse...

“A morte cerebral é um bom conceito de morte, porque é irreversível.”

“Logo, o critério de "morte cerebral" no embrião é nulo”

Quem falou nisto no embrião? Eu falei que o aparecimento do cerebro no embrião juntamente com outros orgaõs ja formados, o feto, como uma vida humana e não uma mera reprodução celular. A ver se entende.

Voce não entendeu o que eu escrevi

Não é por isso, é por ser um facto e constatavel pela ciencia, assim como é um facto e é constatavel pela ciencia que na fecundação e no zigoto e no embriaõ não ha cerebro, o aparecimento da forma humana da formação de orgãos e do cerebro, começa na passagem a feto. Até ai é tudo igual biologicamente para todas as especies, estamos na reprodução celular. Quer que desminta o que? que num caso vai aparecer o cerebro no caso do feto e noutro caso morreu pessoa ja nascida, bem no caso dos fetos também pode não aparecer o cerebro, ha fetos anencefalicos que são causa de aborto. Mas por norma se não existir anormalidade reprodutiva, esse cerebro surgira após desenvolvimento de uma vida biologica que o antecede , lhe serve de base e cria as condiçoes para o cerebro e outros orgãos se desenvolverem.

Já agora quando a fecundação termina, temos um novo ser, não, também podemos não ter, pois o embrião pode dar origem a dois ou mais embriões, como uma pessoa pode surgir na fecundação se depois ela se transforma em 2 ou 3 indivíduos. Voce não contesta que o criterio de morte é a morte cerebral certo. logo para saber o que é a vida para saber o que é a morte nós temos que ter bases concretas em que nos baseamos e não discutir questões metafisicas sem solução, basta entender o que é morte. O aparecimento dos primeiros sinais de atividade cerebral, ja existem na 8ª semana. Não tenho nada que desmentir voce é que não esta a ver a minha argumentação e diz isto

“"morte cerebral" de que você tanto fala no embrião (e que não existe, você é que faz uma extrapolação abusiva sem conhecer a actividade neurológica dos embriões) NÃO É IRREVERSÍVEL.”

Ninguem disse isso, no feto não é irreversivel, mas ainda não existe, e podera munca existir nos anencefalicos, mas como eu disse que a evolução do ser humano começa na fecundação e ao contrario de si não se pode falar ai num ser, mas em fases de vida biologica humana, e vida biologica semelhante em todas as especies animais, reprodução celular, não se pode falar em humana, ou melhor só pode falar em humana por provir de humanos mas são celulas não é ainda um ser, que só quando assume a forma de feto e tem cerebro, começa a ter dor e sentir. Esta é uma discussão sem fim. em que a medicina fica mais perto de ser uma ciência humana do que biológica e em que se encontram cientistas usando argumentos religiosos e religiosos se valendo de argumentos científicos.

De resto se o senhor concorda com o fim da vida como sendo a morte cerebral, embora o corpo possa continuar vivendo biologicamente sustentado por maquinas, mas não considera a vida com o aparecimento do cerebro, então baseia-se na reprodução celular dos seres vivos para dizer que isso ja é um ser,de facto é uma vida biologica, não é um ser, na morte cerebral o ser continua pode continuar também a existir ate o destino, o predeterminismo assim o decidir não é verdade. O senhor é que tem contradiçoes não devia considerar a morte cerebral então.

Alma peregrina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alma peregrina disse...

Caro anónimo:

Você é que gosta de confundir tudo.

Você disse:
"Se a actividade ou não actividade cerebral marca a morte também pelo mesmo criterio pode marcar a vida" (comentário de 14/01/2011)

Agora vem-me dizer:
"Quem falou nisto no embrião?" (comentário de 17/01/2011)

Veja lá se se decide!

Eu limitei-me a responder-lhe por que é que a "actividade cerebral" é um bom critério para "marcar a morte", mas não é um bom critério para "marcar a vida".

E vem-me você dizer que eu é que me contradigo!

Você não tem qualquer base científica para considerar o cérebro como o princípio da vida humana. Não tem! O cérebro é um órgão vital como outro qualquer! E o Ser Humano é um organismo, não um órgão! Você convencionou centralizar tudo no cérebro mercê de uma ideologia (pseudo)racionalista, a qual não tem qualquer tradução científica.

Alma peregrina disse...

Quanto aos embriões que originam dois ou mais embriões... bem, você que tão bem fala de reprodução celular, deve saber o que é o "micro-ambiente celular" não sabe? E sabe o que é "partenogénese", não sabe?

Um embrião é um indivíduo da espécie humana, porque as células que o constituem encontram-se agregadas num micro-ambiente celular que promove a sua eventual diferenciação em vários órgãos.

Mas se uma dessas células se separa do embrião, o seu micro-ambiente é equivalente ao do embrião originário. Deste modo, aquela célula embrionária torna-se um indivíduo.

Antes da cisão: 1 indivíduo
Depois da cisão: 2 indivíduos

Qual é o drama?



Tal como:
Embrião antes da formação cerebral: 1 indivíduo
Feto após a formação cerebral: 1 indivíduo
Feto anencefálico: 1 indivíduo (com 1 deficiência que o incompatibiliza com a vida adulta, de resto, tal como a agenesia cardíaca ou a agenesia renal).

Amilcar Fernandes disse...

Você disse:
"Se a actividade ou não actividade cerebral marca a morte também pelo mesmo criterio pode marcar a vida" (comentário de 14/01/2011)

Agora vem-me dizer:
"Quem falou nisto no embrião?" (comentário de 17/01/2011)

Veja lá se se decide!

Ja vi, que esta com dificuldades em entender, a ver se entende homem de deus.

Antes do aparecimento do cerebro temos reprodução celular, vida biologica, depois aparece o cerebro no feto e temos vida “humana” sem ser mera reprodução celular, temos actividade cerebral começamos a ter dor e sentir, quando o cerbro morre “morremos como humanos”o senhor chegou a esta conclusão irreversivel, mas podemos continuar como vegetais a ser alimentados por uma maquina até os orgãos e tecidos morrerem, ou seja voltamos a uma vida biologica depois da morte do cerebro nessas condiçoes artificias, Como acontece no inicio desde a fertilização até ao aparecimento do cerebro. Ou seja ha um padrão na nossa vida como humanos que se situa entre o aparecimento do cerebro e a morte cerebral, antes disso e depois disso, ha vida biologica .

“Eu limitei-me a responder-lhe por que é que a "actividade cerebral" é um bom critério para "marcar a morte", mas não é um bom critério para "marcar a vida".

“Você não tem qualquer base científica para considerar o cérebro como o princípio da vida humana. Não tem”

Para mim não ha vida “humana” relacional sem cerebro, pode haver vida vegetativa, se para você há o contrário do que digo, tudo bem. Esta na base da doutrina da igreja que defende e valoriza o todo, independentemente das partes que o compoem , mas dessas partes umas tem mais caracteristicas que outras para serem valoradas, por isso as sociedades não valoram o todo mas certas fases do desenvolvimento dizendoquea te ali se pode fazer isto depois dali não se toca e permitem ou não que se intervenha ou não sobre essas vidas intra-uterinas em formação, umas são mera reprodução celular e outras não.

Amilcar Fernandes disse...

“O cérebro é um órgão vital como outro qualquer! E o Ser Humano é um organismo, não um órgão!”

Tão vital que a vida humana relacional depende dele, ele morre e os outros só por meio artifcial vivem, podemos transplantar muitos orgãos mas não o cerebro, numa escala hierarquica com os conhecimentos actuais da medicina o ser humano é um organismo composto de orgãos que podem ser subsituidos, em que nem todos tem o mesmo valor nem todos podem ser substituidos, temos que ser claros e dizer como as coisas são sem conversas metafisicas que não levam a nada.

O inicio da formação do cerebro marca o inicio da vida humana, a morte do cerebro o fim da vida humana. Antes disso somos mera reprodução celular (vida biologica) uma promessa de formação de pessoas, depois disso somos vegatais se nos proporcionarem ser. (Vida biologica vegetativa)

Ou seja resumindo, no inicio depois da fecundação mera reprodução celular ate a fase do feto e aparecimento do cerebro e no fim depois da morte do cerebro podemos ser mera vida vegetativa, é so isto, é assim dificil de compreender o que quis dizer.

“Quanto aos embriões que originam dois ou mais embriões... bem, você que tão bem fala de reprodução celular, deve saber o que é o "micro-ambiente celular" não sabe? E sabe o que é "partenogénese", não sabe?


Um embrião é um indivíduo da espécie humana, porque as células que o constituem encontram-se agregadas num micro-ambiente celular que promove a sua eventual diferenciação em vários órgãos.”

Eu estava a falar de gemeos, verdadeiros falsos gemeos etc etc . não é na fertilização que se pode falar nisso entende, olhe é melhor não entrar em diatribes que não levam a nada. Só para terminar os fetos anencefalicos mesmo nos paises mais restritivos em relação ao aborto é um motivo justificativo para isso. Não ha vida sem cerebro tem ai mais uma prova.

Engraçado que voce chama individuo a meia duzia de celulas, eu compreendo que chame para clarificar as ideias que expoe mas o conceito é que vai dar origem a formação de um dois individuos, não distingue de facto, as fases e considera o todo independentemente das partes, vai dar um individuo sim se nos por exemplo não impedirmos a divisão celular e respesctiva reprodução celular mas o senhor esta a falar de cellulas não de individuos, mas como o senhor ja vem a falar da reprodução assexuada e micro ambiente celular se calhar esta ai ou reside ai a sua opinião sobre quando começa a vida humana.

Alma peregrina disse...

Caro anónimo:

"Antes do aparecimento do cerebro temos reprodução celular, vida biologica, depois aparece o cerebro no feto e temos vida “humana” sem ser mera reprodução celular"

Porquê? Esta divisão entre vida biológica e vida humana não tem nada de científico. Há reprodução celular antes da formação do cérebro e há reprodução celular depois da formação do cérebro. Essa divisão é uma mera convenção sua. Que eu rejeito por não ter qualquer base científica. Uma vida humana não é um cérebro! Uma vida humana é um organismo!



Você diz:
"Para mim não ha vida “humana” relacional sem cerebro"
e
"Tão vital que a vida humana relacional depende dele (do cérebro)"

Pois é... é verdade. Vida RELACIONAL. Não VIDA HUMANA.

Quando um indivíduo não tem vida relacional, ele deixa de ser humano? Um idoso que mora sozinho numa terra desertificada não é humano? E podemos destrui-lo, já agora?

E quando está anestesiado? E quando está a dormir? Pode-se destruir uma pessoa então? Não há grande vida relacional nessas alturas!

Você acusa aqueles que discordam de si de virem com "conversas metafísicas" mas eu limitei-me a falar de células e processos biológicos. Você é que vem com "pensar" e "sentir" e "relacional" e marca o início da vida humana em coisas inquantificáveis e subjectivas.




"Eu estava a falar de gemeos"

Eu também!




"Só para terminar os fetos anencefalicos mesmo nos paises mais restritivos em relação ao aborto é um motivo justificativo para isso. Não ha vida sem cerebro tem ai mais uma prova."

Prova de quê? Só porque os códigos legais dos países o permitem?

O aborto a fetos anencefálicos é permitido por causa do lobby pro-choice. E é também por causa desse lobby que o aborto a pedido é permitido.

Alma peregrina disse...

Ah, e já agora, você disse isto no seu comentário de 17/01/2011:
"O aparecimento dos primeiros sinais de atividade cerebral, ja existem na 8ª semana."

Mas a lei actual permite o abortamento a pedido até à 10ª semana.

Quer isto dizer que podem ser abortados embriões com 8, 9 e 10 semanas.

Ora, para si, estes embriões já são "vida humana", logo você aprova de uma lei que, para si, permite matar pessoas! Segundo o seu próprio conceito.

Espectadores disse...

Caro Alma Peregrina,

Tenho estado aqui a apreciar, em silêncio, a sua paciência para com o Anónimo.

É preciso ter um grande descaramento para, ao mesmo tempo, ridicularizar e gozar com os dados científicos, e acusar-nos de posições metafísicas ou religiosas.

Apenas dizemos coisas perfeitamente científicas e objectivas. Um zigoto é uma célula totipotente, geneticamente única e autónoma, um organismo vivo da espécie Homo Sapiens que tem vida própria e que não faz parte de outro organismo, pelo que não é um órgão de outro organismo, mas sim um organismo individual em si mesmo.

Logo, um zigoto é um ser humano. Um ente vivo da espécie humana.

O resto é conversa da treta.
E esta gente especializou-se em conversa da treta, tudo para tentarem, à bruta, e contra toda a lógica e toda a ciência, legitimar a destruição de seres humanos inocentes.

Gente de moral horrorosa...

Um abraço para si, Alma Peregrina, e obrigado por animar esta caixa de debates com a sua posição saudável e os seus argumentos estruturados.

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

Há duas coisas que me irritam profundamente na sua posição incoerente e errada:

1) O "para mim":

«Para mim não ha vida “humana” relacional sem cerebro»

O que interessa o seu "para mim"?
Ninguém começa uma frase científica desta forma: "Para mim, Marte é um planeta do sistema solar". Ou é, ou não é!
Está claríssimo que um zigoto é um ser humano, pertencente à espécie Homo Sapiens. Isso é uma afirmação científica objectiva, e o "para mim" não é para aqui chamado.

Organize-se, e passe a escrever melhor a sua posição, que será a da pessoa que defende que certos seres humanos não têm direito à vida. É o que fazem os filósofos profissionais que defendem o tal pseudo-direito ao aborto, mas que usam linguagem muito mais rigorosa do que você.

Nenhum defensor sério do tal "direito" ao aborto alguma vez nega que o zigoto, o embrião ou o feto não sejam seres humanos. O que eles pretendem negar é que tais seres humanos tenham direito a viver. Seja coerente, e junte-se ao grupo dos defensores mais sofisticados do tal "direito" ao aborto. Senão, faz triste figura, pela forma como você mutila a Biologia

2) meter a Igreja católica ao barulho:

«Esta na base da doutrina da igreja»

Mas quem é que disse que esta questão era religiosa, caramba? Alguém usou argumentos religiosos ou doutrinais?
Essa manobra patética funciona com iletrados. Aqui toda a gente sabe bem que a questão do aborto é científica e ética, e nada tem de religioso.

Qualquer pessoa minimamente conhecedora dos dados biológicos, e que defenda que é errado matar seres humanos inocentes, só pode estar contra o aborto provocado a qualquer ser humano, em qualquer estágio da sua existência biológica, desde a fecundação até à morte natural.

E isso nada tem a ver com doutrinas religiosas ou morais religiosas. Eu sei que você quer transformar a defesa do direito à vida numa guerra de católicos, mas essa manobra é velha e aqui não pega. Aliás, essa sua manobra é um insulto para com os ateus, e para com os não católicos em geral, que também condenam sem reservas o tal "direito" ao aborto.

Cumprimentos

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

A sua ignorância em Biologia até arrepia...

«Até ai é tudo igual biologicamente para todas as especies, estamos na reprodução celular.»

Para si, só há ser humano quando surge um cérebro? Mas ele surge por magia? Então e o ADN??

Evidentemente, NÃO É TUDO IGUAL BIOLOGICAMENTE PARA TODAS AS ESPÉCIES, pois cada espécie tem o seu ADN.

Evidentemente, um feto humano desenvolve um cérebro porque tal está programado no genoma da espécie Homo Sapiens, genoma esse que todo o ser humano, desde a fertilização, já possui.

Genes?
ADN?
Genoma?
Sabe do que estou a falar?

O zigoto, a fase mais elementar de um ser humano, é um organismo unicelular. No entanto, trata-se de uma célula muito especial. Ela é totipotente, e tem a capacidade de se reproduzir em células com um cada vez maior grau de diferenciação. E essa capacidade, bem como a diferenciação das células nos vários tipos de células que comporão os vários tipos de órgãos, é uma capacidade que está totalmente presente desde a fase de zigoto, desde a fusão dos gâmetas masculino e feminino, na fertilização do óvulo pelo espermatozóide.

Amilcar Fernandes disse...

“Ora, para si, estes embriões já são "vida humana", logo você aprova de uma lei que, para si, permite matar pessoas! Segundo o seu próprio conceito.”

Não confunda as coisas o cerebro começa a aparecer no final da fase embrionaria em que começa a haver versões primitivas de todos os sistemas dos órgãos básicos do corpo humano, depois acelera e na fase fetal caracteriza-se por grande crescimento do corpo fetal e pela maturação dos sistemas orgânicos no feto. Portanto o senhor não pode dizer que no inicio da 8 semana o cerebro ja esta formado porque somente quando as primeiras conexões neurais são estabelecidas no córtex cerebral do feto ele se torna um ser humano, portanto não é o indicio ou vestigio inicial da formação do orgão,da 8 a 16 semana é o período em que o embrião vira feto, com o aparecimento de membros e órgãos. É até esse momento que o aborto é permitido na maioria dos países.

Ja agora em relação a esta questão, eu sou contra o aborto livre a pedido dou favoravel ao aborto desde a primeira lei que exitiu em portugal antes do referendo, ou seja nos casos de excepção, necessidade, risco de vida da mae, malformaçoes do feto, violações. Não era nem munca fui a favor do aborto livre e a pedido, mas foi democratica a decisão escolhida e em referendo, quanto a mim servia a lei anterior com as respectivas execepçoes,mas não foi esse o entendimento-

Amilcar Fernandes disse...

O bernardo vem com as verdades absolutas dele e os outros são uns ignorantes que não saebm nada e ja lhe disse que com voce não vale a pena discutir nada, eu sei a sua opinião, e esquece-se que a definição sobre o começo da vida humana varia conforme convicções morais, religiosas, científicas, filosóficas, jurídicas, etc

O bernardo ainda não entendeu o que eu disse que hei de fazer, vem me com a cantiga que é tudo igual, eu fui zigoto, embrião, feto, e em todos esses estagios fui sempre igual. Vou lhe dizer outra vez, o adn é um ser? Essa é boa, mas para si é, mas não é, é um codigo de um ser o que o senhor entende por isso outros entendem de modo diferente

O desenvolvimento embrionário consiste num desenrolar contínuo de eventos, didaticamente dividido em etapas. Os momentos iniciais da embriogênese têm aspectos semelhantes para todos os vertebrados.entendeu. As etapas posteriores têm particularidades próprias de cada classe, a primeira actividade cerebral que se regista produz-se às oito semanas em termos muito rudimentares, coincidindo com os primeiros movimentos. Para mim e como tenho vindo a explicar para saber o que é vida, basta entender o que é morte. A vida começa, portanto, com o aparecimento de sinais que mostram que ha um orgão cerebral em formação, quando as primeiras conexões neurais são estabelecidas no córtex cerebral do feto ele torna-se um ser humano. Um embrião, mesmo sendo um amontoado de meia dúzia de células, carrega a informação genética necessária para a formação de um indivíduo. A pergunta interessante não é quando começa a vida, mas quando começa uma vida relevante do ponto de vista ético, um embrião num tubo de ensaio é apenas uma possibilidade de vida, assim como eu sou um morto em potencial, mas ainda não estou morto, os biólogos dizem que a vida é um contínuo, que se transfere de uma célula a outra e de um indivíduo a outro, u ma célula que se divide transfere a sua vida para as duas células-filhas. Quando começa e quando acaba a vida de um indivíduo humano então? é preciso primeiro definir o que é um indivíduo humano, o que o diferencia de outros seres da natureza, é natural considerar que um ser humano se caracteriza por sua construção e por suas capacidades proprias particulares que o diferenciam, a forma dos nossos corpos ou o modo de funcionamento de nossos órgãos, mas, acima de tudo, o especial desempenho de nosso cérebro. O cérebro, ao possibilitar a emergência da mente, é o diferencial que nos faz humanos. Daqui decorre conceito do modo como determinamos o momento da morte, uma lenta transição. A morte é o fim do indivíduo. Mas a morte não ocorre instantaneamente tal como a reprodução celular inicial também é lenta e por fases morremos aos poucos, algumas células antes, outras depois; alguns órgãos antes que outros, mas é a morte do cérebro a interrupção irreversível de sua função que é aceite como definidor dessa transição. Se a morte do cérebro é o fim do indivíduo, é aceitável considerarmos a formação do sistema nervoso como o início da existência de um ser humano? Tudo indica que sim, não ha vida humana sem cerebro

Amilcar Fernandes disse...

o alma peregrina

"Quando um indivíduo não tem vida relacional, ele deixa de ser humano? Um idoso que mora sozinho numa terra desertificada não é humano? E podemos destrui-lo, já agora?"

o alma pergrina quem falou ou disse que deixa de ser humano, mesmo em cadaver é humano, nem me vou alongar em trivialialidades depois do que li num teu comentario, mas retive esta do primeiro comentario para ver o tipo de argumento que tu escolhes,olha um idoso é uma vida autonoma e mesmo que não fosse se não estivesse morto era uma vida humana mesmo limitadissima, comparares isto com zigoos embrioes so por não perceberes o ponto da discussão.

O eu falar em não ter vida relacional significava que essa pessoa morreu cerebralmente entendeste,não pode ter vida humana mas vegetal e referia-me a casos desses que são alimentados por maquinas e que tu chegaste a conclusão que era irreversivel, lamento que confundas tudo tão baixamente

Espectadores disse...

Caro Anónimo,

«Ja agora em relação a esta questão, eu sou contra o aborto livre a pedido dou favoravel ao aborto desde a primeira lei que exitiu em portugal antes do referendo, ou seja nos casos de excepção, necessidade, risco de vida da mae, malformaçoes do feto, violações.»

Essa lei, seguramente melhor que a actual, também era muito rasca em matéria de ética:

1) em caso de risco de vida da mãe, porque razão vale mais a vida da mãe que a vida do seu filho?

2) em caso de malformações do feto, é ético matá-lo? porquê?

3) em caso de violação, é ético matar um ser humano que não tem culpa alguma da violação? eu sei que a mulher violada também não tem culpa da violação, mas no processo, um ser humano concebido na consequência de uma violação, e inocente desta, é destruído sem dó nem piedade

«Não era nem munca fui a favor do aborto livre e a pedido, mas foi democratica a decisão escolhida e em referendo»

Outra mega confusão ética na sua cabeça: a ética não se vota. Uma coisa má, ou errada, não passa a boa, ou acertada, por ser votada em maioria. O certo e o errado, por outras palavras a ética, não são decididas por via eleitoral.

Espectadores disse...

(continuação da resposta ao Anónimo)

«O bernardo vem com as verdades absolutas dele e os outros são uns ignorantes que não saebm nada e ja lhe disse que com voce não vale a pena discutir nada, eu sei a sua opinião»

É a bela da fuga.
Evidentemente, isto não é um argumento seu. É uma fuga sob a forma de ataque pessoal.

«e esquece-se que a definição sobre o começo da vida humana varia conforme convicções morais, religiosas, científicas, filosóficas, jurídicas, etc»

Não varia porcaria nenhuma!
O começo da vida humana é um facto científico bem conhecido, estabelecido, provado e demonstrado: dá-se com a fertilização do óvulo pelo espermatozóide.
Irra!

«eu fui zigoto, embrião, feto, e em todos esses estagios fui sempre igual»

Seja claro ao escrever!
Não disse que era sempre igual, no sentido das características morfológicas (peso, altura, formação dos órgãos, etc.). Disse que era sempre VOCÊ. Era, não era?
Então pergunto: você não tinha direito à sua vida quando tinha 8 semanas de vida? Quando tinha 4 semanas de vida? Quando tinha 1 dia de vida?

«Vou lhe dizer outra vez, o adn é um ser?»

Irra... Alguém diz que o ADN é um ser? O ADN define a pertença de um ser a uma espécie. O ADN marca a espécie humana. Você, lá atrás, cometeu a burrada de dizer que, nas fases iniciais do desenvolvimento biológico, os seres vivos eram iguais. Mas é claro que não são, pois têm ADNs diferentes.

«Os momentos iniciais da embriogênese têm aspectos semelhantes para todos os vertebrados»

Génio: então, é de espantar que uma galinha, esse vertebrado distinto, não venha a desenvolver um cérebro humano, já que a embriogénese tem aspectos semelhantes!
Ouça: sim, há aspectos semelhantes, mas é evidente que o projecto Homo Sapiens vai mais longe que o projecto Gallus Gallus. É que é um ser vivo substancialmente diferente, certo?

«A pergunta interessante não é quando começa a vida, mas quando começa uma vida relevante do ponto de vista ético»

Decida-se: ainda agora mesmo, é só ir ver, você dizia que o começo da vida humana difere de pessoa para pessoa e não é uma certeza. Bolas: organize as suas ideias! Se você defende a verdade científica de que a vida humana principia na fertilização! E passe adiante: explique então porque é que certas vidas humanas podem ser destruídas.

Fica arrepiado com a ideia de defender a destruição de vidas humanas? É normal. É arrepiante. Mas assuma-se. Seja corajoso e defenda as ideias horrorosas que defende, mas com convicção.

Não se pode agradar a gregos e a troianos. Ou você acredita que um ser humano inocente não pode ser destruído, ou então acha que até certa idade, e em certas condições, ele pode ser destruído. Mas explique porquê! Não se meta a negar o início científico da vida humana, ou a discursar sobre lagartas e borboletas...

Espectadores disse...

(continuação da resposta ao Anónimo)

«Tudo indica que sim, não ha vida humana sem cerebro»

Tudo indica...
Tudo indica...
O que é "tudo"?
Mais frases gratuitas e vagas, ocas e erradas, não fundamentadas.

Se, antes de formado o cérebro, não há vida humana, que vida é aquela?
Vamos por partes, para não ficar confuso para si:

1) É vida? sim ou não?

2) Que tipo de vida é? A que espécie pertence?

Ajude-nos, pois estamos baralhados. Será marciana, essa vida? Será uma espécie nova? Será uma raça dentro da espécie humana? Será um tipo de pré-humano? Será um tipo de sub-humano?

Abra-nos, por favor, as portas para essas novas descobertas biológicas surpreendentes!

Ajude também estes senhores da Wikipedia, que andam baralhados, a achar que a vida humana começa na fertilização:

http://en.wikipedia.org/wiki/Human_development_(biology)

Alma peregrina disse...

Caro anónimo:

Não pretendo assoberbá-lo com os meus argumentos, agora que o Espectadores também começou a debater.

Limito-me a reformular a minha pergunta, para ver se nos entendemos:
"Quando um indivíduo não tem vida relacional, ele deixa de ter VIDA HUMANA? Um idoso que mora sozinho numa terra desertificada não é humano? E podemos destrui-lo, já agora?"

Caro anónimo, o critério de morte cerebral não tem nada, nadinha a ver com vida relacional. Nem a vida relacional pode ser considerada o início da vida humana, porque é um conceito que não é mensurável. O critério de morte cerebral tem única e exclusivamente a ver com a irreversibilidade.

Explico: Um indivíduo em morte cerebral é um indíviduo que morreu como ORGANISMO! O funcionamento daquele organismo é um funcionamento artificial, com sinais vitais gerados por máquinas. Desliga-se a máquina e os sinais vitais cessam. E esta dependência não é um estado temporário, como em muitos casos de ventilação artificial.

Um indivíduo em morte cerebral é um ORGANISMO morto. Aqueles sinais vitais são falsos, são meros impulsos mecânicos das máquinas.

Foi por isto (e por mais nada) que o critério de morte cerebral foi validado. Não tem nada a ver com vida relacional.

Você diz que eu ando a confundir tudo, mas eu sei muito bem o que é a morte cerebral e por que foi instituída. Logo, também sei muito bem que ela é insuficiente para determinar o início da vida.





O único critério científico que podemos adoptar deve utilizar critérios objectivos e facilmente quantificáveis. É o critério de "vida humana".

1) O embrião é "vida"
2) O embrião é "humano" (e aqui "humano" não é como "Ai, é tão humano a gente relacionar-se" ou então "Uma vida sem sentir é tão pouco humana"... não! Aqui, "humano" quer dizer membro da espécie Homo sapiens sapiens).

Logo, o embrião é "vida humana".

Como o embrião tem um ADN diferente dos progenitores, podemos concluir que não é o mesmo indivíduo. Logo, é um indivíduo diferente. E, como é "vida humana", trata-se de um indivíduo com vida humana.

Daí, tem uma dignidade humana intrínseca que não pode ser violada. Independemente da vida relacional que tenha.

Cumprimentos

Alma peregrina disse...

Sendo assim, eu retiro-me do debate e deixo o Espectadores a tomar o meu lugar, uma vez que 2 contra 1 é cobardia.

De resto, eu faço votos que o meu amigo Espectadores mantenha ao máximo a compostura, o que eu sei que não é fácil, mas necessário...

Afinal de contas, o anónimo diz que não é a favor do aborto a pedido e, portanto, talvez não valha a pena chover no molhado, ainda que seja um molhado muito esquisito.

Pax Christi a todos!

Espectadores disse...

Caro Alma Peregrina,

«Sendo assim, eu retiro-me do debate e deixo o Espectadores a tomar o meu lugar, uma vez que 2 contra 1 é cobardia.»

Com todo o respeito, não concordo nada que seja cobardia. Cobardia é matar seres humanos inocentes dentro do ventre materno. Nesta questão do aborto, e dado que vivemos numa sociedade cruel e anestesiada, todas as vozes são importantes. Todas as vozes contam. E rebater más argumentações, desmontar maus argumentos, contrariar quem está errado, refutar quem está a ver mal as coisas, tudo isso faz parte da justiça e nada tem de cobardia.

Os seus comentários são muito bem-vindos, e seria uma pena calar-se só porque eu tive algum tempo para juntar alguns comentários. Agradeço a ajuda!

«De resto, eu faço votos que o meu amigo Espectadores mantenha ao máximo a compostura, o que eu sei que não é fácil, mas necessário...»

Entendo-o, e agradeço a sua preocupação, pois várias vezes tenho atitudes menos cristãs. No entanto, convenhamos que não dá para fazer paninhos quentes para com a matilha de anónimos que, sob essa capa do anonimato, vestem os seus maus argumentos com ataques pessoais.

Meu caro Alma Peregrina: nem sempre estamos a debater com gente séria!

Cristo disse:
«Envio-vos como ovelhas para o meio dos lobos; sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas» (Mateus 10, 16)

Eu sei que nem sempre sou simples como as pombas, mas procuro não me esquecer de ser prudente como as serpentes.

Um abraço!

Amilcar Fernandes disse...

“Se, antes de formado o cérebro, não há vida humana, que vida é aquela?
Vamos por partes, para não ficar confuso para si:

1) É vida? sim ou não?

2) Que tipo de vida é? A que espécie pertence?

O bernardo assim não da, desce tão baixo que nem le o que eu ja escrevi ora leia ja dei essas respostas ao alma e vou ter que estar a repetir e voce a espalhar-se por coisas infinitas o tema deixa de ter interesse. Voce conhece as varias correntes que definem o inicio da vida, parece-me que não, perfilha uma corrente mas não conhece as outras.

«e esquece-se que a definição sobre o começo da vida humana varia conforme convicções morais, religiosas, científicas, filosóficas, jurídicas, etc»

Não varia porcaria nenhuma!”

Ora é isto que voce pensa? deve ler e instruir-se mais.

Diz o alma
Sendo assim, eu retiro-me do debate e deixo o Espectadores a tomar o meu lugar, uma vez que 2 contra 1 é cobardia.

Estava a jogar ao berlinde é.

Amilcar Fernandes disse...

O caro amigo chega aqui todo ufano tira frases do contexto como o alma pergrina e transcreve o que eu disse, “ para mim “. E comenta o “para mim” como se fossem teorias minhas de algum cientista. é para mim sim, Inserido numa corrente de neurocientistas para quem não ha vida sem cerebro. E se a morte do nosso cerebro marca o nosso fim, o incio do nosso cerebro começa a marcar a nossa mente a nossa humanidade, A morte para mim não é nenhum bicho de sete cabeças nem nenhum puzzle, ao morrer o tronco cerebral morremos definitivamente e irreversivelmente, isto é partilhado pela ciencia medicina e muitas legislaçoes. A morte do nosso cerebro marca o nosso fim, o incio do nosso cerebro marca o nosso começo como humanos, não ha vida sem cerebro, a propria natureza assim o determina os fetos anencefalicos vivem no utero mas morrem ao passarem a nascituros.

Um primeiro ponto, falei da igreja para demonstrar que a igreja não teve uma conduta sempre igual nesta historia, o papa sisto V condenou o aborto à excomunhão, decisão,posteriromente revogada pelo papa gregório XIV retomando a Igreja à tradicional visão de que o aborto não era homicídio, com o papa pio IX a questão foi retomada e a condenação pela excomunhão outra vez aplicada, um feto não era considerado uma pessoa e o aborto não era considerado homicídio pela igreja, até o final do século XIX.

Outra questão quando começa a vida,

A fertilização é uma corrente é um dos pontos que tem sido mais utilizados para marcar o início da vida humana, os cromossomas do óvulo e do espermatozóide colocam-se lado a lado e dão origem a uma célula, com características únicas. Só que a a fertilização não é um momento, mas uma sequência de eventos que pode durar várias horas até um dia, dizer que a vida começa na fertilização não resolve a questão, já que fertilização, ao contrário do que muitos acreditam, não é um único momento, depois da formação do zigoto, ate um período de até 2 semanas as células que se formam a seguir a fertilização podem separar-se formando gêmeos, trigêmeos, e por ai fora, assim, até passar o período em que a formação de gêmeos seja possível, não se pode dizer que o zigoto existente seja um indivíduo, o processo de individualização não se encerra até que a possibilidade da formação de gêmeos desapareça totalmente.

A gastrulação é outra corrente, é nesta fase em que de células darão origem aos diferentes tecidos do corpo humano, tais como músculos, pele, tecido nervoso. é por volta desta fase que o embrião se fixa no útero materno, para esta corrente a vida começa aqui é apenas nesta fase, após passado o período de possível formação de gêmeos, que a verdadeira individualidade do embrião se apresenta, As características que governam o embrião conduzem à formação de seus órgãos e tecidos e não estão presentes até esta fase e apenas durante ela, perdem as células presentes a capacidade de gerar novos indivíduos., é apenas durante esta fase que se completa a individualização, e podemos falar de um novo indivíduo.

O aparecimento de órgãos e cérebro , o argumento aqui, é bastante simples. Se o eeg é utilizado como critério de vida e morte no adulto, também deveria ser empregado no embrião, ou seja, até que surjam efectivamente as ondas cerebrais, tal embrião esta destituído da verdadeira vida humana

Amilcar Fernandes disse...

Mas o que é vida, humana o que significa ser humano, quando é que o embrião do ser humano adquire humanidade, basta ter apenas ter cromossomas ou dna humano, ou pertencer a espécie humana? Não. Caso contrario a ciência tem que rever muitas das suas posições quanto a possibilidade de congelamento de tecidos, ou de manter células em cultura, afinal, todos têm cromossomos e DNA humanos., todos pertencem à espécie humana. Pertencer à espécie humana não é a única condição necessária para que alguém seja realmente dotado de humanidade, ser humnao vai além de características biológicas, Querer derivar princípios morais, ou definir direitos, a partir de características biológicas pode conduzir à distorções inaceitáveis, usando pontos aleatórios na evolução da reprodução celular. para determinar quem tem ou não vida humana. Se uma sociedade julgar justificável o aborto, utilizar embriões congelados para obtenção de células-tronco embrionárias assim como considera justificado matar outro humano em legítima defesa, então não há qualquer impedimento moral em que isto assim o seja, se a sociedade considerar injustificável tal utilização, assim como considera o estabelecimento da pena de morte , então tal será proibido. Contudo, do ponto de vista pragmático, a situação é clara: será como desejarmos que seja, por isso a biologia pode esclarecer aspectos importantes da questão, mas não pode resolvê-la, a solução está dentro de cada um de nós, em nossos conceitos de certo ou errado, justo ou injusto, moral ou imoral, esses aspectos são individuais e, frutos das nossas crenças e vivências; daquilo que somos. O problema mantém-se sempre, pois os pontos considerados do aparecimento da vida são sempre todos pontos arbitrários num ciclo contínuo de desenvolvimento, a verdade é que do ponto de vista prático,não há efectivamente critérios científicos que permitam determiná-lo. Dai as múltiplas discussões misturando todo o tipo de argumentos desde biológicos morais éticos religiosos.

Amilcar Fernandes disse...

O alma

“Caro anónimo, o critério de morte cerebral não tem nada, nadinha a ver com vida relacional. Nem a vida relacional pode ser considerada o início da vida humana”

Esta coisa de extrapolar e não entender do que falamos é tramado, o alma.

Estavamos a falar de morte cerebral da sua irreversibilidade. Embora a pessoa possa continuar a viver ligada a uma maquina, que vida é essa? Vegetativa e porque é vegetativa ? porque o cerebro morreu, e se o cerebro morreu apesar de a pessoa viver mas a custa de maquinas, não pode nunca ter vida relacional porque esta vida relacional de relacionamento, implica o cerebro. Por isso um velhinho como o senhor diz nunca esta privado disto. No feto antes deste momento também ha uma vida de reprodução celluar, chamar ao dna, genes, um individuo valha-nos deus, estamos a falar de celulas humanas cuja reprodução dão origem a tecidos e depois formam orgãos, mas isso numa fase já posterior, o feto ao adquirir cerebro e com as constantes evoluçoes rapidas que acelaram o seu desenvolvimento, começa a comunicar (involuntariamente) também com a mae, pontapés. Embora isso ja numa fase tardia, o que faz um feto sem o tronco cerebral sem cerebro. Não ha vida sem cerebro. Mas o bernardo não percebeu o que eu quis dizer com isto, nem leu que vida ha depois de o cerebro morrer e o corpo continuar vivendo mas artificialmente e na reprodução celular antes do aparecimento do cerebro paciencia

Não tenho tempo de estar a responder a coisas que ja respondi nem a dar explicações a diatribes sem nexo. Cada um perfilha a sua corrente isso é natural que assim seja

Amilcar Fernandes disse...

“Um indivíduo em morte cerebral é um indíviduo que morreu como ORGANISMO! O funcionamento daquele organismo é um funcionamento artificial, com sinais vitais gerados por máquinas. Desliga-se a máquina e os sinais vitais cessam. E esta dependência não é um estado temporário, como em muitos casos de ventilação artificial.”

O meu caro acaba por dar a resposta que me interpela, ou seja aquela vida é vida humana? É um ser humano ligado a uma maquina, mas é vida “humana”? A vida humana, aquele ser ligado a maquinas que se mantera i ate a morte do corpo da falencia organica é vida humana. Ou esta pressupoe o relacionamento e portanto aquele ser humano vivo, não tem vida relacional nunca podera ter, morreu. Deixou de ser vida humana, passou a ser uma vida vegetativa. O cerebro morreu.