(Cristo sorridente, na Abadia Cisterciense de Lérins)
No último "post", um comentador anónimo perguntava:
«Já conheci muitas abordagens sobre o riso, nunca vi nenhuma caricatura ou retrato de deus ou jesus a rir, jesus riu?"
Quando leio perguntas destas, pasmo-me. Pelo seguinte: como será possível uma pessoa viver mergulhada numa cultura como a nossa, de profundas raízes cristãs, e colocar, sequer, a remota possibilidade de Jesus Cristo nunca ter sorrido. É sinal de um quase total alheamento face à cultura cristã que o rodeia. Não é tarefa difícil elencar, a partir do Novo Testamento, as inúmeras situações nas quais Jesus recorre a trocadilhos, alegorias e situações anedóticas. Também não é difícil montar, através de séculos de arte cristã, a iconografia cristã do riso.
Mais à frente no seu comentário, o comentador anónimo alude ao romance de Umberto Eco, O Nome da Rosa, e mais especificamente à personagem do bibliotecário Jorge de Burgos. Para melhor nos situramos no romance de Eco, eis o troço em questão, no filme de Jean-Jacques Annaud (1986):
Esta cena mostra-nos o confronto entre a personagem Guilherme de Baskerville (Sean Connery) e a personagem Jorge de Burgos (Feodor Chaliapin, Jr.). Guilherme quer ler uma obra de Aristóteles sobre comédia, enquanto que Jorge de Burgos, claramente incomodado com a presença de tal obra no "corpus aristotelicum", condena o riso como incompatível com a piedade cristã. Antes de Jorge de Burgos entrar em cena, enquanto Guilherme de Baskerville e Adso de Melk analisam a obra incompleta dos monges misteriosamente assassinados, um monge sobe para um banco de madeira, assustado com um rato. Os restantes monges riem-se da cena. Mas Jorge de Burgos interrompe o momento lúdico, com a tempestiva frase: "verba vana aut risui apta non loqui" ("não pronuncieis palavras vãs, aptas a provocar o riso").
Quem constrói a sua cultura com base em romances e novelas acaba por ter uma visão algo indirecta, na melhor das hipóteses, ou mesmo errada, na pior das hipóteses, acerca da História. Sem querer tirar valor ao romance como género literário, e Umberto Eco é o meu romancista favorito, é arriscadíssimo fundamentar conhecimentos históricos em romances. Se tomamos a ficção de Eco por retrato fiel da realidade medieval, corremos o risco de pegar em Jorge de Burgos e fazer dele o paradigma do escriba medieval. Para além do facto de que Eco não escreve romances de realismo histórico, preferindo estruturar histórias nas quais a verdade se mistura com a ficção de forma por vezes quase imperceptível, no caso particular da personagem Jorge de Burgos e da sua vontade férrea em manter escondido o livro de Aristóteles dedicado à comédia, o retrato de Eco contrasta fortemente com a verdade histórica, como bem explica o Prof. Jean Lauand:
«Deus brinca. Deus cria, brincando. E o homem deve brincar para levar uma vida humana, como também é no brincar que encontra a razão mais profunda do mistério da realidade, que é porque é “brincada” por Deus. Bastaria enunciar essas teses - como veremos, fundamentalíssimas na filosofia do principal pensador medieval, Tomás de Aquino - para reparar imediatamente que entre os diferentes preconceitos que ainda há contra a Idade Média, um dos mais injustos é aquele que a concebe como uma época que teria ignorado (ou mesmo combatido...) - o riso e o brincar.
Naturalmente, não se trata só de Tomás de Aquino; a verdade é que o “homem da época” [2] é muito sensível ao lúdico, convive com o riso, e cultiva a piada e o brincar [3] . Tomás, por sua vez, situa o lúdico nos próprios fundamentos da realidade e no ato criador da Sabedoria divina.
Assim, diante do panegírico do brincar feito por Tomás - e diante da prática do lúdico em toda a educação medieval - torna-se difícil compreender como um erudito do porte de Umberto Eco [4] possa ter querido situar no centro da trama de seu O Nome da Rosa [5] , o impedimento “medieval” da leitura de um tratado de Aristóteles sobre o riso (e no romance S. Tomás é citado como autoridade respeitada não só pelo abade - p. 48 -, mas também pelo fanático bibliotecário Jorge - p. 158 - , para quem o riso é o pior dos males e está disposto a matar para obstruir o acesso a um livro de Aristóteles sobre o tema - pp. 529 e ss.) [6] . É difícil compreender o empenho de proibir essa leitura de Aristóteles, quando o próprio Aquinate - já solenemente canonizado antes de 1327, ano em que se dá a ação do romance - vai muito mais longe do que o Estagirita [7] no elogio do lúdico...», in Deus Ludens - O Lúdico no Pensamento de Tomás de Aquino e na Pedagogia Medieval
Deste modo, a manobra arriscada (para o leitor incauto) de Eco está em retratar a bizarra personagem de Jorge de Burgos como, ao mesmo tempo, um admirador da obra de um São Tomás de Aquino já canonizado, e um defensor da incompatibilidade do riso com a vida cristã. Atrevo-me a sugerir uma resposta à interrogação do Prof. Lauand, pois parece-me que Umberto Eco faz do bibliotecário Jorge de Burgos uma espécie de tomista imaturo, alguém que admirando a obra de São Tomás, não chegou a compreendê-la a fundo, nomeadamente rejeitando a parte em que o Aquinate faz o elogio do riso. Mas Jorge de Burgos não é um defensor da ignorância, abominando o Estagirita, o Pai dos Filósofos, como quem abominasse toda a cultura pagã ou não cristã, uma leitura que poderia ser feita à luz da propaganda anti-medieval dos nossos tempos. A personagem é bem mais rica do que esses estereótipos superficiais, como costumam ser ricas todas as personagens de Eco: Jorge de Burgos admira Aristóteles, e não pode deixar de admirar o já então (a ficção passa-se em 1327) canonizado São Tomás de Aquino. A desilusão de Jorge de Burgos é para com Aristóteles (e talvez também para com a defesa tomista do riso), a quem o bibliotecário não perdoa a impiedade de ter escrito um livro dedicado ao enaltecer da comédia. Jorge de Burgos, que já tinha construído uma ideia "perfeita" de Aristóteles, não aceita nem tolera que o seu autor favorito tenha dedicado o seu génio e tempo ao estudo da "vã" comédia. Jorge de Burgos dá, assim, um excelente exemplo daquele triste estado da mente, que consiste na negação da realidade, quando esta choca com os nossos preconceitos, estado esse tão bem descrito pelo padre Bossuet: "Le plus grand dérèglement de l’esprit, c’est de croire les choses parce qu’on veut qu’elles soient, et non parce qu’on a vu qu’elles sont en effet." (Traité de la connaissance de Dieu et de soi-même, 1670).
A sofisticação da cultura e da escrita de Umberto Eco não permitem leituras simplistas, como a que o comentador anónimo pretendeu fazer, lendo errada e inadvertidamente, nos pensamentos da personagem Jorge de Burgos, a mente do típico escriba medieval.
15 comentários:
Só isto? é preciso escrever tanto?
O Bernardo não pasme e não escreva tanto que não vale a pena a minha opinião não é baseada em literatura. Jesus riu uma alguma vez na vida? Os evangelhos descrevem jesus a rir? A fonte tem que ser esta, nem esculturas nem literaturas, os evangelhos dizem e descrevem jesus a chorar mas a rir? Se falei do livro do humberto eco foi mais para lançar uma acha, e a verdade é que ha teorias da idade média a respeito dos padres da igreja gregos e amplamente difundida no ocidente latino, condenando o riso, para o pensamento platónico o riso afasta o homem da verdadeira sabedoria, também diz o povo " muito riso pouco siso " adiante, na teologia medieval, o riso é reconhecido como próprio do homem, mas geralmente censurado com o argumento de que jesus não teria rido na sua vida terrena. Voçe mesmo ameaçou uma simples anedota com censura aos meus comentarios, quer melhor prova, os catolicos indignaram-se todos com uma caricatura do antonio em relação ao papa sobre um preservativo, um programa do herman foi censurado na tv por causa de opinioes humoristicas sobre religião. No fundo nos rimos da religião e das nossas crenças temos piadas sobre santos, o paraíso e o inferno estas pessoas não se vêem pecando ao pensar e rir sobre o sobrenatural ao contrario dos catolicos, os judeus por exemplo e o seu humor zomba de todos ate de deus. Riam mais.
Ah ah ah ah ah!!!
Agora rio-me eu!!! Ahahahaha!
"Já conheci muitas abordagens sobre o riso, nunca vi nenhuma CARICATURA ou RETRATO de deus ou jesus a rir, jesus riu"
Comentário do anónimo em 03/06/2011
O Bernardo posta uma figura de Jesus a rir
"Os EVANGELHOS descrevem jesus a rir? A FONTE TEM DE SER ESSA, nem esculturas nem literaturas, os evangelhos dizem e descrevem jesus a chorar mas a rir?"
Comentário do anónimo em 06/06/2011
Ahahahahahah!!!
Caro Bernardo:
Gostei muito dos dois últimos post's, nomeadamente da abordagem de um tema que, realmente, é muito subvalorizado na nossa cultura cristã.
Mas acho que, realmente, lhe faltou ir às fontes. Às primeiras fontes. Às fontes derradeiras. À própria Bíblia:
http://vida-espiritual-catolica.blogspot.com/2010/04/santa-virtude-da-alegria.html
E que dizer das várias exortações, não só Apostólicas, mas também da boca do próprio Jesus Cristo, segundo o Qual nos deveríamos alegrar, mesmo no meio do sofrimento, porque grande seria a recompensa no Reino dos Céus?
Quanto a Jesus, de certeza que se riu, mesmo que tal não venha explícito nos Evangelhos. Afinal de contas, S. Paulo afirma que Jesus partilhou tudo com a nossa Humanidade, "excepto o pecado". Portanto, de certeza que Jesus não partilhou somente o sofrimento e a tristeza, mas também a alegria e o riso.
Acho que isso faltou aos seus post's e seria interessante explorá-lo.
Pax Christi
Há individuos que não desistem de se humilhar feitios. Explicando melhor e a esta criatura também, abordagens não são mostrar “cromos” ou socorrer-se da iconografia como faz o bernardo.
A iconografia está condicionada pela cultura do artista e reflecte a sua mentalidade e visão, é uma criação artitistica ou literaria e como tal não é garantia que reflict a a fidelidade ao original que quer criar. Não é nenhuma “abordagem”. Por exemplo cristo e a virgem maria são apresentados pela iconografia com traços mais caracteristicos da cultura e visão europeia que de uma populaçao nativa do medio oriente de onde são naturais. Esta criação ou melhor recriação é do artista e de autor, por exemplo miguel angelo da-nos uma visão na escultura de david de um ser que mais parece um gigante do que um ser de estatura mediana ou abaixo de mediana descrita na biblia, e mais flagrante ainda sendo david um judeu devia ter sido sujeito obrigatoriamente ao rito da circuncisão e isso por fidelidade devia constar então da escultura e o prepucio ser abolido. Não é isso que o miguel angelo fez, talvez para não avivar questões como a questão da querelas entre apostolos judeus e s. Paulo nos primórdios do cristianismo acerca da circuncisão e admissão ou não dos gentios sem circuncisão como queria s. Paulo. Seja como for o facto é esse, a iconografia não reflete fidelidade mas criação artistica, não é nenhuma abordagem, abordagens fizeram filosofos ao longo do tempo satirizando ou censurando conforme os campos, espinoza voltaire hobbes bousset que dizia:( Passe um quarto de hora de todos os dias a considerar de relance esse austero e doce mestre da virtude cristã, na pessoa de Jesus Cristo, que dela foi o perfeito modelo e que tanto chorou e nunca riu) etc. não é isto que a mim me interessa e fui explicito, explicando melhor, havera alguma coisa no inspirador do cristianismo que nos leve a refletir porque cristo não é descrito a rir e sim a chorar porque a descrição de um sentimento e nunca o outro? Será que foi com base nisto que personalidades como basílio da cesareia, clemente, crisóstomo, ambrósio criaram uma Igreja austera sisuda porque o seu inspirador nunca riu devido a sua missão de de salvação da humanidade neste mundo ser tão decisiva.
Eu admitia que me disessessem que o riso faz parte do ser humano, logo não faz parte dos animais, embora alguns digam que os “guinchos” das hienas são “riso”. Se faz parte do ser humano o ser humano esta acima dos outros animais, mas não faz parte da divindde porque o ser humano esta abaixo da divindade,não esta no mesmo nivel, donde concluimos que o riso é exclusivamente dos humanos. Não me espantaria por ai além que durante os seus convivios com os apostolos jesus tivesse contado aos seus discípulos alguma anedota inocente, alguma historieta, algum manso e espirituoso dito. Acontece que rir rir mesmo nunca ninguém o descreveu ao contrario de chorar.
Dai que a minha formulação mantém-se jesus riu? Vamos a fonte da proximidade os evangelhos. Eu confirmo que chorou.
Eis:
(Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés,
dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham,
moveu-se muito em espírito, e perturbou-se.
E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou. (João 11 :32-35)
Ja agora para terminar se querem falar da alegria espiritual isso é outra questão e não tem a ver com esta questão.
Já agora para algumas almas que andam por aqui e que confundem abordagens, caricaturas, retratos, eu explico melhor com uma carta falsa, portanto não prova nada, mas faz um retrato literario não mostra imagens como a dessa estaueta do bernardo, qual foi a fonte de inspiração do autor da estatueta, o criador estar feliz não bernardo? Outros poem-no a chorar porque estão infelizes não bernardo? Pois a criação artistica é isso mas voltando a carta falsa.
A carta de Pontius Pilate (Pôncio Pilatos) para Tiberius Caesar (Tibério César)
"Apareceu nestes nossos dias um homem, da nação Judia, de grande virtude, chamado Yeshua, que ainda vive entre nós, que pelos Gentios é aceito como um profeta de verdade, mas os seus próprios discípulos chamam-lhe o Filho de Deus - Ele ressuscita o morto e cura toda a sorte de doenças. Um homem de estatura um pouco alta, e gracioso, com semblante muito reverente, e os que o vêem podem amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho, cheio, liso até as orelhas, ondulado até os ombros onde é mais claro. No meio da cabeça os cabelos são divididos, conforme o costume dos Nazarenos. A testa é lisa e delicada; a face sem manchas ou rugas, e avermelhada; o nariz e a boca não podem ser repreendidos; a barba é espessa, da cor dos cabelos, não muito longa, mas bifurcada; a aparência é inocente e madura; seus olhos são acinzentados, claros, e espertos - reprovando a hipocrisia, ele é terrível; admoestando, é cortês e justo; conversando é agradável, com seriedade. Não se pode lembrar de alguém tê-lo visto rir, mas muitos o viram lamentar. A proporção do corpo é mais que excelente; suas mãos e braços são delicados ao ver. Falando, é muito temperado, modesto, e sábio. Um homem, pela sua beleza singular, ultrapassa os filhos dos homens".
Mas então como é, jesus riu ou é só no iconografia na estatua?
"Só isto? é preciso escrever tanto?
(...) não pasme e não escreva tanto que não vale a pena..."
Anónimo 06/06/2011 19:31
Francisco Assis anunciou a sua candidatura à liderança do PS.
Aguarda-se a resposta da candidatura alternativa do seu eterno rival: Domingos Gusmão
Não te humilhes tanto ó alma, de vez em quando dá-me prazer elucidar esta alma, e da-me prazer espiritual.
"Só isto? é preciso escrever tanto?
(...) não pasme e não escreva tanto que não vale a pena..."
Parece contraditorio mas não é queres ver sua alminha.presta atenção segue-me e não te percas no raciocinio.
“Só isto”, porque o bernardo perdeu-se em explicaçoes laterais quando a pergunta era simples, jesus riu? apresentava-me fontes: evangelhos, historicas antropologicas fidedignas e não se perdia em medievalismos literarios e iconográficos, portanto achei pouco ( embora em excesso o que ele escreveu, quando eu estudava a isso chamava-se palha) o que ele apresentou para justificar o riso de jesus, dai o “so isto”, ou seja é pouco ou seja nada relacionada com a pergunta. Tudo o que ele depois escreveu é demais relacionado com a pergunta e não tem nada a ver com o assunto. Et voila, é preciso escrever tanto, não vale a pena porque não tem uma fonte nos evangelhos ou outra fonte fidedigna que o comprove por isso bastava uma citação dos evangelhos como a que eu fiz depois de desmontar a argumentação da iconografia. Como não existe essa fonte nos evangelhos "não vale a pena" perder tempo com o assunto excepto para as alminhas.
Mas eu hoje estou com uma alegria espiritual tremenda andei a ajudar alminhas.
Mas então como é, jesus riu ou é só no iconografia na estatua?
É pá, caraças alminhas, a gente aqui não sabe que jesus riu mas eu vou-lhes dizer, não vão gostar, afinal jesus riu num evangelho apócrifo, não aceite pelos canones, caraças pá,onde ele se lembrou de rir, nos outros foi só choros. Riu mesmo, mas foi no evangelho de judas, pelo menos ai esta escrito.
"Estando na Judéia, com seus discípulos, Jesus ri durante a oração sobre o pão, na Oração de Acção de Graças. Os discípulos perguntam-lhe pelo motivo do riso: “Mestre, por que você se ri de nossa oração de graças? Nós fizemos o que está certo”. Jesus explica que o seu riso é porque eles, os discípulos, rezam para um “deus” diferente do dele. E ele diz mais: “Vocês me conhecem? Na verdade, eu digo a vocês, nenhuma geração das pessoas que estão entre vocês me conhecerá”.
E pronto... tá explicado! Todas as definições à la carte, todas as redefinições, todas as perguntas rejeitando toda a espécie de resposta... Tudo isto foi apenas um pretexto para o anónimo nos mostrar que Jesus riu no Evangelho de Judas! E como ele acha que nos deu uma grande ajuda com essa preciosíssima informação(em que é que isso me ajudou, não faço a menor ideia...) ele ficou todo feliz!
Já dei alegria espiritual a alguém! Já fiz a minha boa acção do dia! Agora posso continuar como sempre estive... a seguir a Igreja Católica que me apresentou um Jesus de alegria, que ri na minha vida em vez de em evangelhos falsos!
Pax Christi a todos
Aleluia irmãos, "Jorge de Burgos" voltou, Aleluia .
http://www.youtube.com/watch?v=MMZUFBIWlag&feature=related
Então pessoal, isto morreu com o riso.
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