Maçon e católico? Impossível. Uma contradição. Aqui fica alguma documentação, que peca certamente por omissão, acerca da incompatibilidade entre catolicismo e Maçonaria. A pertença de um católico à Maçonaria está vedada desde 28 de Abril de 1738, data da bula "In eminenti" de Clemente XII, o primeiro documento do Magistério a declarar a incompatibilidade e a condenar a Maçonaria de forma clara. Para se ter uma ideia das datas em questão, a Maçonaria moderna data de 1717, ano da fundação da Grande Loja de Inglaterra, a loja mãe da Maçonaria, que é o resultado da fusão de quatro pequenas lojas londrinas que se reuniam em tabernas. O projecto de fundação tem como figuras de proa o pastor protestante escocês (presbiteriano) James Anderson (1680-1739) e o cientista Téophile Desaguliers, oriundo de uma família calvinista francesa, e membro da Royal Society. Dado que o projecto da Maçonaria moderna nasceu em solo protestante, e pela mão de protestantes, nunca fez grande sentido ser-se católico e maçon, apesar de terem existido lojas quase exclusivamente compostas por católicos, como é um caso paradigmático a Casa Real dos Pedreiros Livres da Lusitânia, um órgão independente da maçonaria andersoniana, composta maioritariamente por católicos irlandeses, e estabelecida em Lisboa por volta de 1733-34, mas que se dissolveu voluntariamente aquando da bula de Clemente XII.
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