quarta-feira, 14 de abril de 2010

Até que enfim!

Nos E.U.A., depois de décadas de influência da propaganda LGBT, finalmente começa-se a ouvir a voz da verdadeira ciência, e não de psicólogos de pacotilha.

O Colégio de Pediatras norte-americanos pronunciou-se acerca da fomentação da ideologia de género das escolas do país:

College Cautions Educators About Sexual Orientation in Youth

Um excerto bem claro:

"There is no scientific evidence that anyone is born gay or transgendered. Therefore, the College further advises that schools should not teach or imply to students that homosexual attraction is innate, always life-long and unchangeable. Research has shown that therapy to restore heterosexual attraction can be effective for many people."

Muita gente por esse mundo fora tem gritado que a homossexualidade é inata e incurável, e que defender a cura da homossexualidade é uma estupidez. Aqui em Portugal, é fácil demonstrar que não poucos "bloggers" da moda têm aderido ao discurso da ideologia de género e têm argumentado por esta via pseudo-científica.

Agora que dirão eles?
A verdade vem sempre ao de cima. Pode tardar, mas vem.

29 comentários:

Sérgio Dias Branco disse...

Pelos vistos a "verdadeira ciência" é a que se adequa ao que já sabe, a que confirma o que desconfia.

O American College of Pediatricians é um pequeno grupo dissidente* (!) da American Academy of Pediatricians que foi criado em 2002. Espreite o que American Academy of Pediatricians (e o consenso científico) defende num país com 76% de cristãos.

Abraço,
Sérgio

* Não dissidente da forma que o Bernardo usa para falar de Fr. Bento Domingues, por exemplo. Este grupo colocou-se fora da anterior associação, que não se revê, nem no essencial, defendido por este novo colégio...

Anónimo disse...

é verdade ate ja tinhamos discutido esta questão neste blog, as evidencias cientificass são nulas nunca existiram. mas ha as opções politicas

Espectadores disse...

Sérgio,

Não se preocupe muito com esta questão. Os únicos que se devem preocupar são os pais de adolescentes a atravessar crises de identidade sexual, e que as tenham matriculadas em escolas oficialmente sob o jugo da propaganda LGBT. Esses é que têm que se preocupar.

No final de contas, será como a História sempre nos ensinou: a pseudo-ciência alia-se às modas culturais, mas quando estas caem, aquela também vai à vida.

Por exemplo, a pseudo-ciência do Terceiro Reich (com teorias da terra oca, e fantasias sobre as origens da raça ariana) só durou enquanto durou o "establishment" ideológico.

A verdade vem sempre ao de cima. Pelo caminho, milhares de adolescentes confusos (numa idade normal para essas confusões) vão ter "educação sexual" que lhes irá ensinar que eles nasceram "gays" ou "lésbicas", e que é uma questão genética (apesar de não haver um só artigo científico que sustente essa tese).

Consigo, eu já não vou pedir-lhe contas pela sua espantosa contradição (um cristão que não considera a homossexualidade como imoral e contrária à vontade de Deus). Hoje em dia, pedir consistência e coerência às pessoas soa a intolerância e sectarismo.

Apenas gostaria de lhe apelar ao bom senso e à razão. Sei que é fácil dizer que o comunicado destes pediatras está "politizado". É a forma mais fácil de evadir os sólidos e racionais argumentos que constam do comunicado.

PS: Estes pediatras são bem mais honestos e transparentes que muitos dissidentes católicos. Enquanto que eles reconheceram terem graves divergências com os seus colegas, e desse modo, separaram-se, há para aí muito dissidente "soi disant" católico, que já nada tem de convicção católica, mas que mantém para si mesmo o adjectivo de "católico" porque ajuda à propaganda herética e modernista.

Cumprimentos

Espectadores disse...

Sérgio,

Imagino que lhe deve fazer confusão que, nos EUA, um bravo grupo de Pediatras com "P" grande se tenha descolado do "ideologicamente correcto", e tenha procurado fazer verdadeira ciência. Alinham-se com outros bravos, desta feita Psicólogos com "P" grande, como os da associação NARTH.

É bom ver que há ainda no Mundo bons e verdadeiros homens de ciência, que colocam acima de tudo o seu serviço ao Homem e à verdade.

Deste modo, os EUA vão dando mais um sinal, entre muitos outros, da sua vitalidade intelectual e do seu génio enquanto povo.

Não duvido que, um dia, o catolicismo possa morrer na Europa. Já nos EUA, tenho as minhas dúvidas, pela evidente qualidade dos católicos norte-americanos, apesar de serem uma tradição religiosa não maioritária naquele país.

Um bem-haja e graças a Deus por eles.

Sérgio Dias Branco disse...

O catolicismo nos EUA é tão diverso, dentro do que une os católicos, como na Europa - não me parece que conheça bem este universo, nrm as universidades católicas nos EUA, e.g.

Extraordinário como compara o Ocidente ao Terceiro Reich e o consenso científico (atingido sem uso da força) a uma espécie de "establishment" ideológico. "A verdade vem sempre ao de cima." Pois, as verdades vão vindo ao de cima a pouco e pouco... é essa a questão. Mas se acha que aquilo que, a priori, considera verdadeiro não é aceite pela comunidade científica com os parâmetros e verificações e evidências, então porque não pensa porque ainda não o é. Como nunca me apresentou argumentos ou estudos científicos, a sua defesa desta tese tem estado ao nível do dos criacionistas. Já lhe disse.

PS: Estes pediatras são bem mais honestos e transparentes que muitos dissidentes católicos. Enquanto que eles reconheceram terem graves divergências com os seus colegas, e desse modo, separaram-se, há para aí muito dissidente "soi disant" católico, que já nada tem de convicção católica, mas que mantém para si mesmo o adjectivo de "católico" porque ajuda à propaganda herética e modernista.

Não entedeu a minha sugestão. É o American Academy of Pediatricians que não os reconhece, que acha que eles não falam em nome da ciência. Porque será que o mesmo não acontece com Frei Bento? Como justifica o Bernardo que a "Igreja" permita que alguém que fale e escreva com "Frei" à frente do nome e "O.P." a seguir, bem instalado e reconhecido no seio da Ordem Dominicana, possa dizer o que diz, contrariando a essência do que a Igreja defende (como o Bernardo já várias vezes escreveu)? Já uma vez fugiu desta questão. Mas confrontá-la pode levá-lo a reconhecer que a Igreja é um universo muito mais diverso do que o Bernardo quer admitir. E que essa diversidade denro da unidade (que é uma negação da uniformidade) é sancionada pela hierarquia e pela Santa Sé - pela simples razão de que não estamos a falar de alguém invisível, mas pelo contrário de alguém com uma grande visibilidade que escreve no Público (já para não falar das suas outras intervenções). O mesmo se aplica ao Pe. Anselmo Borges.

Abraço,
Sérgio

Espectadores disse...

Sérgio,

«Como justifica o Bernardo que a "Igreja" permita que alguém que fale e escreva com "Frei" à frente do nome e "O.P." a seguir, bem instalado e reconhecido no seio da Ordem Dominicana, possa dizer o que diz, contrariando a essência do que a Igreja defende (como o Bernardo já várias vezes escreveu)?»

Não justifico. É algo que me deixa perplexo. No entanto, mais do que eventuais censuras ou reprimendas (que eu consideraria justas), preocupo-me com a elucidação dos meus irmãos na fé. Mais do que com castigos, ou repreensões, preocupo-me com a verdade.

«Já uma vez fugiu desta questão.»

Porque é que não a coloca a um Bispo? Acaso posso eu falar em nome da hierarquia da Igreja?

«Mas confrontá-la pode levá-lo a reconhecer que a Igreja é um universo muito mais diverso do que o Bernardo quer admitir.»

Sérgio: sejamos sérios. Leia o "post" que publiquei ainda há pouco. O Frei Bento é incoerente, e é fácil apontar inúmeras incoerências nos seus textos. É mesmo fácil demonstrar em que pontos é que ele diverge da doutrina católica. Há centenas de exemplos. No "post" que publiquei há pouco, referi a sua incoerência ao chamar a encíclica "Humanae Vitae" de "documento fatal". Mas em tempos, também o critiquei (entre outras pessoas que também o criticaram) acerca da sua defesa do direito à opção pelo aborto.

«E que essa diversidade denro da unidade (que é uma negação da uniformidade) é sancionada pela hierarquia e pela Santa Sé - pela simples razão de que não estamos a falar de alguém invisível, mas pelo contrário de alguém com uma grande visibilidade que escreve no Público (já para não falar das suas outras intervenções). O mesmo se aplica ao Pe. Anselmo Borges.»

Eu não usaria a palavra "sancionada", Sérgio. Não me parece que reflicta a realidade. Eu usaria a palavra "tolerada".

É precisamente este o perigo do silêncio de alguma hierarquia perante teólogos dissidentes: o perigo de surgirem confusões como a que o Sérgio levanta.

No entanto, queria que o Sérgio me explicasse as inúmeras contradições dos teólogos dissidentes: não ligam a encíclicas, não obedecem a concílios (mas dizem que sim), não aceitam o magistério do Papa. Essas contradições é que devem ser analisadas.

Parece-me um pouco colateral estarmos demasiado focados em analisar porque é que tais contradições flagrantes são toleradas...

Sérgio Dias Branco disse...

Parece-me um pouco colateral estarmos demasiado focados em analisar porque é que tais contradições flagrantes são toleradas...

Para mim, é de facto um pouco irrelevante. Mas não para o Bernardo e para a imagem de Igreja que tem que vejo desmentida quer que vá. Mas o que não desaparece é a comunhão, a união no essencial.

No entanto, queria que o Sérgio me explicasse as inúmeras contradições dos teólogos dissidentes: não ligam a encíclicas, não obedecem a concílios (mas dizem que sim), não aceitam o magistério do Papa. Essas contradições é que devem ser analisadas.

Também me parece que o fundamental são os argumentos. Sempre. E no texto que comenta de Frei Bento, é uma verdade que ele se refere à "Humanae Vitae" sem apresentar nenhum. Mas talvez esse não fosse o propósito do texto. Talvez ele faça essa análise noutro sítio. Seja como for, outros o fizeram... discordar e argumenta contra as propostas de uma encíclica não é propriamente "não ligar a encíclicas". Pelo contrário.

Abraço,
Sérgio

Espectadores disse...

Sérgio,

«Mas o que não desaparece é a comunhão, a união no essencial.»

Mas não se dá conta do problema da sua posição? Quem define o essencial?

- Será acreditar que Jesus Cristo existiu?

- Será acreditar que Jesus Cristo existiu, e era Deus, Filho de Deus?

- Será acreditar que Jesus Cristo existiu, e era Deus, Filho de Deus, morreu, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai?

- Será acreditar no que consta do ponto anterior, e ainda acreditar que Jesus Cristo fundou a Igreja Católica, dando a Pedro e aos seus sucessores as "chaves" do Reino, dando-lhes o poder para reter ou perdoar pecados?

- Será acreditar no que consta do ponto anterior, e ainda acreditar no magistério infalível e nos santos dogmas da Igreja?

O problema, Sérgio, é que os teólogos dissidentes não se dão conta de que a sua posição, na prática, implica que os fiéis passem a seguir uma NOVA fonte de autoridade.

1) Na visão eclesial correcta, a fonte de autoridade é o Magistério da Igreja, bem definido na Lumen Gentium, que oferecendo novas luzes e interpretações, em nada diverge da essência dos ensinamentos dos concílios anteriores

2) Na visão eclesial defendida pelos teólogos dissidentes, a fonte de autoridade passa a ser a dos teólogos dissidentes, e deixa de ser a do Magistério

O Sérgio vai protestar, dizendo que os teólogos dissidentes não querem substituir-se ao Magistério como fonte de autoridade. Mas é lógica elementar:

1) M (Magistério) afirma-se como fonte de autoridade

2) TD (Teólogos dissidentes) contestam M

3) Fiéis têm que escolher entre seguir M incondicionalmente, ou então seguir TD incondicionalmente

As propostas dos teólogos dissidentes nesta matéria, ao deslocarem o eixo de autoridade da Igreja, abrem uma via nova, disjunta. Ou sigo o Papa e os Bispos unidos a ele (e sigo-os sempre, nos seus ensinamentos doutrinários e morais), ou então concordo com os teólogos dissidentes, e sigo a minha consciência ou a dos teólogos dissidentes. Em qualquer caso, assim que concordo com a nova fonte de autoridade (os teólogos dissidentes), deixei de concordar com a fonte original (o Magistério).

O Sérgio fala em tolerância, em pluralismo, nos belos lirismos da variedade de experiências e convicções dentro da família cristã, mas deixa este imbróglio lógico sem resposta: quem define exactamente o que é que é "o essencial" (para usar a sua expressão)?

Espectadores disse...

E o mais irónico é isto: o Vaticano II definiu detalhadamente e precisamente quem é que definia "o essencial": o Papa e os Bispos em união com o Papa. Está lá, claro como a água. Em parte alguma do Concílio se disse que os teólogos definiam "o essencial" ou que os teólogos podiam contestar as definições do Magistério.

Está, aliás, bem claro que os fiéis católicos devem o seu assentimento pleno à doutrina e moral da Santa Igreja.

Os teólogos dissidentes sabem as regras da casa, e quebram-nas, quase sempre impunemente. E quando um teólogo dissidente é contestado (Kung, Boff, etc.), cai o Carmo e a Trindade, e fala-se em Inquisição e intolerância.

É profundamente desonesto!
Já para não falar que esta gente que, sistematicamente, sob a sombra dos seus cursos de Teologia, viola as regras da casa, ainda tem o desplante de invocar o Concílio Vaticano II, que ensina PRECISAMENTE O OPOSTO do que eles dizem...

Sérgio Dias Branco disse...

Para ser curto: o essencial é a doutrina fixada em dogma.

O Magistério é considerado infalível em condições muito específicas. Fora disso é não-infalível.

Abraço,
Sérgio

Espectadores disse...

Sérgio,

A sua definição do que é essencial não coincide com a que eu aceito (e que a Igreja ensina), mas anda lá perto.

Entenda que eu prefiro a definição do próprio magistério. Por isso, deduzo que não aceite este parágrafo do ponto 25 da Lumen Gentium:

"E os fiéis devem conformar-se ao parecer que o seu Bispo emite em nome de Cristo sobre matéria de fé ou costumes, aderindo a ele com religioso acatamento. Esta religiosa submissão da vontade e do entendimento é por especial razão devida ao magistério autêntico do Romano Pontífice, mesmo quando não fala ex cathedra; de maneira que o seu supremo magistério seja reverentemente reconhecido, se preste sincera adesão aos ensinamentos que dele emanam, segundo o seu sentir e vontade; estes manifestam-se sobretudo quer pela índole dos documentos, quer pelas frequentes repetições da mesma doutrina, quer pelo modo de falar."

Ou seja, o Sérgio considera que não temos que obedecer ao que está neste ponto 25, pois lá é dito que devemos assentimento MESMO ao que não é "ex cathedra", e o Sérgio já classifica isso de não essencial, certo?

O meu problema é que não devemos ser nós, eu ou o Sérgio, ou o Frei Bento, a determinar o essencial. Por exemplo, nada como uma Constituição Dogmática como a Lumen Gentium, proclamada num Concílio Ecuménico, para definir estas coisas, não acha?

É que o Sérgio não parece dar-se conta (mas nem o Frei Bento, homem muito letrado e certamente mais inteligente que nós) que a Lumen Gentium e a Humanae Vitae (e outras encíclicas e cartas papais) ou andam juntas ou caem juntas.

O edifício da doutrina é complexo e cheio de detalhes, como uma catedral gótica. Há que respeitar o importante equilíbrio entre todas as partes.

PS: A Igreja é, na sua essência, tradicionalista. Cada Papa tem que olhar 2.000 anos para trás antes de escrever algum ensinamento. Por isso é que é um completo absurdo sequer encarar a possibilidade de legitimar a homossexualidade (de si só uma legitimação irracional), porque isso implicaria à Igreja entrar em contradição com toneladas de ensinamento moral de sempre.

Sérgio Dias Branco disse...

Lumen Gentium é uma Contituição Dogmática, alinho-me com ela, e ela não faz mais do que confirma o que já estava definido sobre a noção de infalibilidade aplicada ao Magistério, em geral, e ao Papa, em particular.

Porque não citou o ponto inteiro, que tem uma unidade orgânica? Aqui está:

O ministério episcopal de ensinar

25. Entre os principais encargos dos Bispos ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho (75). Os Bispos são os arautos da fé que para Deus conduzem novos discípulos. Dotados da autoridade de Cristo, são doutores autênticos, que pregam ao povo a eles confiado a fé que se deve crer e aplicar na vida prática; ilustrando-a sob a luz do Espírito Santo e tirando do tesoiro da revelação coisas novas e antigas (cfr. Mt. 13,52), fazem-no frutificar e solicitamente afastam os erros que ameaçam o seu rebanho (cfr. 2 Tim. 4, 1-4). Ensinando em comunhão com o Romano Pontífice, devem por todos ser venerados como testemunhas da verdade divina e católica. E os fiéis devem conformar-se ao parecer que o seu Bispo emite em nome de Cristo sobre matéria de fé ou costumes, aderindo a ele com religioso acatamento. Esta religiosa submissão da vontade e do entendimento é por especial razão devida ao magistério autêntico do Romano Pontífice, mesmo quando não fala ex cathedra; de maneira que o seu supremo magistério seja reverentemente reconhecido, se preste sincera adesão aos ensinamentos que dele emanam, segundo o seu sentir e vontade; estes manifestam-se sobretudo quer pela índole dos documentos, quer pelas frequentes repetições da mesma doutrina, quer pelo modo de falar.

Embora os Bispos, individualmente, não gozem da prerrogativa da infalibilidade, anunciam, porém, infalivelmente a doutrina de Cristo sempre que, embora dispersos pelo mundo mas unidos entre si e com o sucessor de Pedro, ensinam autenticamente matéria de fé ou costumes concordando em que uma doutrina deve ser tida por definida (76). O que se verifica ainda mais manifestamente quando, reunidos em Concílio Ecuménico, são doutores e juízes da fé e dos costumes para toda a Igreja, devendo-se aderir com fé às suas definições (77).

Mas esta infalibilidade com que o divino Redentor quis dotar a Sua igreja, na definição de doutrinas de fé ou costumes, estende-se tanto quanto se estende o depósito da divina Revelação, o qual se deve religiosamente guardar e fielmente expor. Desta mesma infalibilidade goza o Romano Pontífice em razão do seu ofício de cabeça do colégio episcopal, sempre que, como supremo pastor dos fiéis cristãos, que deve confirmar na fé os seus irmãos (cfr. Lc. 22,32), define alguma doutrina em matéria de fé ou costumes (78). As suas definições com razão se dizem irreformáveis por si mesmas e não pelo consenso da Igreja, pois foram pronunciadas sob a assistência do Espírito Santo, que lhe foi prometida na pessoa de S. Pedro. Não precisam, por isso, de qualquer alheia aprovação, nem são susceptíveis de apelação a outro juízo. Pois, nesse caso, o Romano Pontífice não fala como pessoa privada, mas expõe ou defende a doutrina da fé católica como mestre supremo da Igreja universal, no qual reside de modo singular o carisma da infalibilidade da mesma Igreja (79). A infalibilidade prometida à Igreja reside também no colégio episcopal, quando este exerce o supremo magistério em união com o sucessor de Pedro. A estas definições nunca pode faltar o assentimento da Igreja, graças à acção do Espírito Santo, que conserva e faz progredir na unidade da fé todo o rebanho de Cristo (80).

Sérgio Dias Branco disse...

(cont.)

Porém, quando o Romano Pontífice, ou o corpo episcopal com ele, define alguma verdade, propõe-na segundo a Revelação, à qual todos se devem conformar. Esta transmite-se integralmente, por escrito ou por tradição, através da legítima sucessão dos Bispos e, antes de mais, graças à solicitude do mesmo Romano Pontífice; e, sob a iluminação do Espírito de verdade, é santamente conservada e fielmente exposta na Igreja (81). Para a investigar como convém e enunciar aptamente, o Romano Pontífice e os Bispos, segundo o próprio ofício e a gravidade do assunto, trabalham diligentemente, recorrendo aos meios adequados (82); não recebem, porém, nenhuma nova revelação pública que pertença ao depósito divino da fé (83).

Abraço

Sérgio Dias Branco disse...

Quando à questão de aceitar o "magistério autêntico do Romano Pontífice, mesmo quando não fala ex cathedra"... a chave aqui é a noção de "magistério autêntico". Porque não dizer simplesmente "magistério"? A autenticidade do magistério é diferente do magistério autêntico, o primeiro é tem a ver com o carácter Apostólico da Igreja, o segundo é particular, tem a ver com a natureza de um ensinamento.

Para além disso, "aderindo a ele com religioso acatamento", envolve uma expressão com um grande peso teórico "religioso acatamento" que não é a simples aceitação de um ensinamento. É um conceito que permite (convida até) o uso dos recursos da mente e da vontade dos crentes, como é dito, e.g., em Perfectae Caritatis.

Abraço

Espectadores disse...

Sérgio,

Vá lá. Assim não é justo.
Então acha que o problema é a minha citação ser curta?
Explique lá como é que encaixa o parágrafo que eu citei na rejeição que fazem os dissidentes da "evangelium vitae" e de muita doutrina documentada e conhecida, relativa à homossexualidade, aborto, eutanásia, etc...

Explique.
Não fuja.

Anónimo disse...

É estraordinário como o facciosismo ideológico pode desvirtuar uma opinião. Mantém o Bernardo a ideia de que a Homosexualidade é uma doença e mantém o Vaticano a ideia de que, segundo palavras do sr. Bertone, não negadas pelo Vaticano, a culpa da pedofilia dentro e fora da Igreja é da homosexualidade. É fabuloso como ainda há quem ache que os homosexuais são doentes pederastas e pérfidos que vão atrás de criancinhas. Que correlação é essa entre homosexualidade e pedofilia? e não há heterosexuais pedófilos? qual a relação? que bases cientificas? ou vem nalguma Escritura? Haja decência e haja vergonha. Assumam-se os erros e não se tente tapar o Sol com a peneira dizendo que a culpa afinal é dos homosexuais. Isso sim é pseudo cientifico, escamotear a verdade dessa forma vil. É uma forma hipócrita e pecaminosa de sacudir a água do capote.

Duarte

Espectadores disse...

Duarte,

Tenha calma.

«Que correlação é essa entre homosexualidade e pedofilia? e não há heterosexuais pedófilos? qual a relação? que bases cientificas?»

É evidente que há heterosexuais pedófilos, e eu nunca disse o contrário. Sobre a correlação e sobre as bases científicas, a resposta é fácil.

O relatório do John Jay College of Criminal Justice, organismo idóneo e independente, na sua análise ao fenómeno do abuso de menores por parte do clero, dá conta de que 80,9% dos casos de abusos que são reportados dizem respeito a abusos a rapazes.

Preciso de explicar mais?
O abuso sexual de um padre ou diácono a um rapaz não tem nada a ver com a homossexualidade do padre ou do diácono?

Os sacerdotes ou diáconos que abusaram de rapazes (esmagadora maioria dos casos) não eram homosexuais?

Tem aqui o estudo completo:
http://www.usccb.org/nrb/johnjaystudy/

E tem aqui a página exacta com o valor de 80,9%, é a página 69 do estudo, que corresponde à primeira página deste PDF:

http://www.usccb.org/nrb/johnjaystudy/incident3.pdf

«Assumam-se os erros e não se tente tapar o Sol com a peneira dizendo que a culpa afinal é dos homosexuais.»

Para que não haja qualquer dúvida: a culpa pelos crimes de abuso sexual cabe aos abusadores. A culpa pelo silêncio dos superiores hierárquicos dos padres cabe aos ditos superiores hierárquicos.

Nada disto que eu escrevi serve para atenuar as culpas de quem as tem e merece. Eu não quero, nem quis certamente o Cardeal Bertone atenuar a culpa dos culpados.

No entanto, é por demais evidente que a esmagadora maioria dos abusos sexuais perpetrados por elementos do clero norte-americano é de natureza homossexual.

Dito de outra forma, parece-me difícil negar que há muito homossexual pedófilo que se esconde atrás da vocação sacerdotal para conseguir estar mais perto das "presas".

Não estou a dizer que todos (ou a maioria) dos homosexuais são abusadores de menores. Isso são palavras suas, e insinuações suas. Infelizmente, a sua reacção exacerbada é frequente, porque muitas pessoas não lêem as frases que criticam, e projectam na sua mente uma ideia errada e distorcida acerca das frases que criticam.

Estou a dizer que 80,9% das denúncias de abusos sexuais cometido por clero norte-americano (com base nos dados recolhidos pelo John Jay College of Criminal Justice) diz respeito a actos homosexuais.

Cumprimentos

Sérgio Dias Branco disse...

Não abandonemos a razão.

Não há causalidade entre a homossexualidade e a pedofilia. Os homossexuais não têm mais tendência para ser pedófilos. Como o Beranrdo diz, há muita pedofilia que tem como alvo meninas. Basta olharmos para o que aconteceu na Bélgica, e.g. Muitos destes casos passam-se dentro da família e envolvem meninas. A pedofilia, sentimentos sexuais dirigidos a crianças, na maior parte dos casos é vago em termos de género: um pedófilo procura crianças, em vez de crianças masculinas ou femininas.

Muito bem. Olhemos para estes casos na Igreja. 80.9% dos actos pedófilos foram perpetrados sobre meninos em vez de meninas. Certo. Quer isto dizer que os padres eram homossexuais? Ou que simplesmente tinham mais acesso a rapazes do que a raparigas?

Quanto ao Cardeal Bertone... a Igreja e o Vaticano têm um problema grave de relações públicas. Espero que o Papa actue como tem actuado, com a sua moral de ferro e a sua preciosa cautela e sabedoria acumulada, para limpar também esta declaração desastrada. Deus o ajude a purificar a Igreja.

Abraço,
Sérgio

Espectadores disse...

Sérgio,

«Não há causalidade entre a homossexualidade e a pedofilia.»

Não se pode fazer qualquer relação, não é? Calha mal na opinião pública, não é?

Uma Igreja de relações públicas, que em vez de dizer a verdade, "dá a volta", não é?

O problema é este: o Sérgio acha que a homosexualidade é uma vivência sexual perfeitamente normal e equilibrada, e portanto, que não conduz a actos desequilibrados.

Hoje em dia, não se pode tocar na homosexualidade. É sacrosanta. É, aliás, uma das mais nobres formas de sexualidade humana, generosa e altruísta.

Anda tudo doido...
Não contem comigo para o manicómio. O Sérgio também deve alinhar com aqueles teóricos que concluem que as altas taxas de depressão, suicídio, abuso de drogas, e criminalidade, bastante conhecidas dos sociólogos que estudam a homosexualidade há décadas, são tudo efeitos da incompreensão e da rejeição da sociedade, não é?

Se a sociedade aceitar o gay e a lésbica como pessoas normais, com estilos de vida não só aceitáveis como louváveis, então a depressão homosexual, o suicídio homosexual, o consumo de estupefacientes por parte de homosexuais, tudo isso desaparece, certo?

Certo...

Espectadores disse...

Sérgio,

Não vamos negar que o homosexual médio corre enormes riscos de saúde quando comparado com o heterosexual médio.

Cientistas que partilham da sua ideologia já reconheceram que os riscos existem. Só que dão-lhe as explicações "possíveis", já que as reais não podem ser dadas:

http://cjcmh.metapress.com/app/home/contribution.asp?referrer=parent&backto=issue,3,10;journal,13,58;linkingpublicationresults,1:120150,1

Espectadores disse...

Sérgio,

Um estudo científico:

http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1471-244x-8-70.pdf

PS: Ups! Distraí-me. Este estudo diz o contrário do que se pode dizer. Então é porque é um estudo pseudo-científico, ou então é porque o estudo foi feito por organizações obscuras, que se movimentam nos bastidores. É, certamente, um estudo "encomendado" por fanáticos com motivações políticas

Sérgio Dias Branco disse...

Como confundir pedofilia com depressão e suicídio? Será o que Bernardo não vê (não quer ver) que as segundas são muitas das vezes contextuais, derivadas do que estas pessoas enfrentam dia-a-dia.

Porquê esta mudança de tópico? Para onde foi a sua razão?

Abraço,
Sérgio

Sérgio Dias Branco disse...

Venho aqui sempre com toda a humildade, sem respostas prontas, pronto a ser interpelado por si (que sou muitas vezes). Considerou-o um irmão na fé (embora não sei se diria o mesmo de mim). Acho que a desrazão o invade quando se toca nalguns tópicos.

Abraço,
Sérgio

Sérgio Dias Branco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Espectadores disse...

Sérgio,

Ninguém está aqui a confundir pedofilia com depressão e suicídio. A Igreja sempre considerou a homosexualidade um problema da alma. Trocado por miúdos, um distúrbio psíquico. Foi também a opinião científica prevalente durante décadas, até a propaganda LGBT ter trocado as voltas a muitos profissionais (felizmente, não todos).

A psique não é composta de caixinhas separadas. Sendo a homosexualidade um distúrbio psíquico grave (mesmo sem actos), é normal que esteja associada a um grande número de problemas psíquicos, desde a tendência ao suicídio, passando pela depressão, pela dependência de estupefacientes, levando nalguns casos mais extremos e doentios a comportamentos violentos ou agressivos, como o abuso de menores.

Faz todo o sentido ver a homosexualidade como um distúrbio psíquico. O ser humano simplesmente não está biologicamente orientado para uma sexualidade homosexual, que por isso mesmo é contra-natura. Evidentemente, sendo que a heterosexualidade (mesmo nos celibatários, mesmo que não haja actividade sexual) é a atitude normal do ser humano, é de esperar que seja compatível com uma melhor vida psíquica. Evidentemente, não é fácil manter boa saúde psíquica quando se vive uma "mentira", ou seja, quando se força, por razões psíquicas, o nosso corpo a uma vida que é contraditória com a nossa biologia.

(continua)

Espectadores disse...

(continuação)

«Considerou-o um irmão na fé (embora não sei se diria o mesmo de mim).»

Depende de que fé fala. Qual é a sua fé? Se acredita que Jesus Cristo é Deus, nesse ponto temos a mesma fé. Se não acredita que o ensinamento moral da "Humanae Vitae" é para ser seguido por todos os católicos, então não temos a mesma fé nesse ponto.

O que nos separa, parece-me, é a forma como vemos o Magistério. Eu vejo-o como um Magistério, ou seja, como uma fonte de autoridade em matéria de doutrina e de moral.

O Sérgio prefere uma abordagem mais "flexível", na qual alguns pontos da doutrina (sobretudo em torno da moral sexual) devem ficar mais "flexíveis", para cada qual poder fazer as suas opções morais sem ter que se sentir em pecado.

É curioso que as queixas da dissidência católica moderna não têm a ver com a cristologia, nem com a mariologia, nem com a teologia da graça ou da salvação. Têm, sobretudo, a ver com a moral, e em grande medida com a moral sexual.

Muitos católicos hoje em dia sentem-se "maduros", muito mais maduros que os católicos do antigamente. E o católico "moderno" tornou-se tão nariz empinado que não tem pachorra para ouvir um Bispo ou um Papa a dizer-lhe que ele não pode usar pílulas ou preservativos.

A verdade dos factos é que o católico "modernista" (para não usar o termo mais forte, mas mais preciso, de "herege") simplesmente já não reconhece na Igreja a autoridade moral que esta sempre teve perante os fiéis católicos de sempre.

Nesta matéria, eu sinto-me irmanado com os meus irmãos na fé, com todos esses católicos que nos últimos 2.000 anos sempre olharam para o Magistério em busca de verdade moral e de uma bússola do caminho recto.

É em total e completa humildade que, sabendo eu que sou incompleto (e irrazoável) muitas vezes, prefiro não correr o risco de seguir o caminho errado da minha consciência (obscurecida pelo Pecado Original), pelo que prefiro aceitar (e procurar seguir) o ensinamento da Humanae Vitae, do que ter a mania que sou mais esperto e mais "maduro" que o Papa Paulo VI, e que não preciso de seguir a "Humanae Vitae" para ser um bom católico.

E é assim que, aos olhos dos dissidentes, uma essencial e acertadíssima encíclica acerca da vida e do amor humano, como é a "Humanae Vitae", passa a ser catalogada como "não essencial", por aqueles que são menos duros nas palavras, e por "fatal" por aqueles que são mais duros.

Eu não me sinto irmão na fé de todo aquele que se diz católico mas que não aceita uma só pequena parte do ensinamento moral do Magistério.

Os meus irmãos na recta e sã fé católica são todos aqueles católicos que aceitam e procuram seguir o ensinamento moral e doutrinal do Magistério.

Todo.
Mesmo que isso implique eu mudar a minha vida, dizendo não ao pecado. O certo é certo, e o errado é errado, independentemente das minhas opções de vida. A moral é universal e existe à revelia das minhas opções.

O que importa perceber, sobretudo, é se é ou não imoral a contracepção artificial. Paulo VI disse que não, mas não numa lógica do "magister dixit" (que poderia ter usado, ele pode usar argumentos de autoridade, porque ele É a autoridade). Paulo VI explicou. Nunca vi um dissidente crítico dessa encíclica a refutar, ou até a tentar refutar, a argumentação racional do Papa Paulo VI contra a contracepção artificial. Como também nunca vi boas argumentações de contestação da argumentação católica contra a homosexualidade.

Cumprimentos

Espectadores disse...

ERRATA:
Obviamente, deve ler-se: "Paulo VI disse que sim" (que era imoral a contracepção artificial)

Anónimo disse...

Bernardo,

Teve piada a alegação mas a insinuação é do Cardeal Bertone não minha!! Por favor dê o crédito a quem o merece. Longe de mim tal afirmação.

Você diz:
"O relatório do John Jay College of Criminal Justice, organismo idóneo e independente, na sua análise ao fenómeno do abuso de menores por parte do clero, dá conta de que 80,9% dos casos de abusos que são reportados dizem respeito a abusos a rapazes.

Preciso de explicar mais?
O abuso sexual de um padre ou diácono a um rapaz não tem nada a ver com a homossexualidade do padre ou do diácono?"

Berbardo quantas raparigas há nos Seminários católicos?? ou nas dioceses?? Preciso de explicar mais?? Discutamos o que deve ser discutido porque o óbvio já lá está.

Duarte

J.AO disse...

Ora então aqui ficam mais dados para aclarar as ideias.

A American College of Pediatricians surgiu das consciências de pediatras, tão representantes da ciência quanto os outros. Eis o porquê de não ser a ciência, de facto, a divisão, mas sim o factor político!

"By the end of the last century, pediatricians, including members of the AAP, began to notice a disturbing shift in that focus. Increasingly, the Academy promoted social policy based on political correctness and the wants of adults rather than the needs of children. The AAP first accepted and later supported the abortion of children who should have been their patients. They encouraged adolescents to bypass the advice and counsel of their parents’ on important medical matters. They discouraged discussion with children about the need to avoid sexual activity until marriage. They held close ties to the pharmaceutical industry..."

O site http://factsaboutyouth.com/ demonstra abertamente uma grande diversidade de estudos científicos. Possivelmente, estão até em maior liberdade para comunicar abertamente esses dados.

E falando de um outro assunto mas mantendo-nos na ciência e na liberdade de escolher o melhor:

http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/apr/10041916.html

Onde se encontra:

"A study in the Journal of Sex Research noted that "... the proportion of sex offenders against male children among homosexual men is substantially larger than the proportion of sex offenders against female children among heterosexual men ... the development of pedophilia is more closely linked with homosexuality than with heterosexuality."

E ainda:

"The best epidemiological evidence indicates that only 2.4 per cent of men attracted to adults prefer men. In contrast, around 25-40 per cent of men attracted to children prefer boys. Thus, the rate of homosexual attraction is 6-20 times higher among pedophiles.” ~Ray B...lanchard, et al. "Fraternal Birth Order and Sexual Orientation in Pedophiles." Archives of Sexual Behavior, Oct 2000, Volume 29, Number 5, page 464.

A barca de Pedro é grande, e a misericórdia de Deus que nos impele no rumo do amor com a sua graça, também. É nisso que podemos confiar para comunicar aos outros que é possível e desejável viver assim.