segunda-feira, 23 de março de 2009

Esquizofrenia anti-papal

Num número demasiado grande de jornalistas (arriscaria dizer que se trata da maioria), vive um ódio bizarro à Igreja Católica e ao Papa, seja ele qual for. Hoje em dia, está na moda, para quem gosta de parecer "moderado", dizer que o Papa anterior é que era simpático, e que este é o mau da fita. Agem como se ninguém se lembrasse das bordoadas que então davam com gosto no Papa João Paulo II, sempre que este se pronunciava sobre o que quer que fosse.

Hoje em dia, nada mudou. Dão-se bordoadas no Papa Bento XVI por qualquer coisa que ele diga. Não por ser Bento XVI, porque também se davam bordoadas em João Paulo II, e em Paulo VI. Dão-se bordoadas porque uma boa parte dos "media" detesta a Igreja Católica e o papel de Papa. E não há quaisquer dúvidas de que muitos profissionais dos "media" têm conseguido imprimir à opinião pública os seus preconceitos ideológicos e as suas esquizofrenias.

A maralha decidiu recentemente linchar o Papa pelas suas corajosas declarações acerca da SIDA em África e da ineficácia das campanhas baseadas na distribuição de preservativos. O Papa afirmou que tais campanhas são claramente ineficazes, e mais, que tais campanhas estão a aumentar o flagelo da SIDA.

Imediatamente, tombou o anátema da Comunicação Social. Recordo-me de ouvir uma jovem jornalista na rádio, com um tom de voz revelador, muito irritada, dizer que tinha notícias "mais do que polémicas" relativamente ao Papa. Estava mortinha por repetir na antena as palavras de Bento XVI, e por lhes dar um tom pessoal de bazófia, de forma a transmitir a sua irritação contra o Papa, através dos feixes hertzianos, aos ouvintes da estação.

No entanto, o Papa não estava a mentir, nem a dizer uma novidade por aí além. Estava a dizer a mais pura das verdades. Estava alinhado com os melhores estudos sobre o tema, com aqueles estudos feitos sem objectivos ideológicos, com aqueles estudos que não são financiados por fabricantes de preservativos.

Edward C. Green, professor de Harvard, Director do AIDS Prevention Research Center, curiosamente concorda com Bento XVI na frase que tanta polémica gerou:

‘We have found no consistent associations between condom use and lower HIV-infection rates, which, 25 years into the pandemic, we should be seeing if this intervention was working.”

So notes Edward C. Green, director of the AIDS Prevention Research Project at the Harvard Center for Population and Development Studies, in response to papal press comments en route to Africa this week.

Benedict XVI said, in response to a French reporter’s question asking him to defend the Church’s position on fighting the spread of AIDS, characterized by the reporter as “frequently considered unrealistic and ineffective”:

I would say that this problem of AIDS cannot be overcome with advertising slogans. If the soul is lacking, if Africans do not help one another, the scourge cannot be resolved by distributing condoms; quite the contrary, we risk worsening the problem. The solution can only come through a twofold commitment: firstly, the humanization of sexuality, in other words a spiritual and human renewal bringing a new way of behaving towards one another; and secondly, true friendship, above all with those who are suffering, a readiness — even through personal sacrifice — to be present with those who suffer. And these are the factors that help and bring visible progress.


“The pope is correct,” Green told National Review Online Wednesday, “or put it a better way, the best evidence we have supports the pope’s comments. He stresses that “condoms have been proven to not be effective at the ‘level of population.’”

“There is,” Green adds, “a consistent association shown by our best studies, including the U.S.-funded ‘Demographic Health Surveys,’ between greater availability and use of condoms and higher (not lower) HIV-infection rates. This may be due in part to a phenomenon known as risk compensation, meaning that when one uses a risk-reduction ‘technology’ such as condoms, one often loses the benefit (reduction in risk) by ‘compensating’ or taking greater chances than one would take without the risk-reduction technology.”

Green added: “I also noticed that the pope said ‘monogamy’ was the best single answer to African AIDS, rather than ‘abstinence.’ The best and latest empirical evidence indeed shows that reduction in multiple and concurrent sexual partners is the most important single behavior change associated with reduction in HIV-infection rates (the other major factor is male circumcision).”
(negrito meu)


Este investigador, cuja lista de publicações sobre o tema é impressionante, corrobora as palavras do Papa. Quase ninguém deu por isso, enquanto muitos se esforçavam por criticar o Papa, mesmo de dentro da Igreja. D. Januário Torgal Ferreira fez declarações pouco felizes, ao dizer que «as pessoas que estão aconselhar o Papa deveriam ser mais cultas». A tragédia destas palavras torna-se mais evidente quando elas são comparadas com o apoio do Prof. Green ao Papa.

Mais artigos de Green sobre o tema:
AIDS and the Churches: Getting the Story Right
Uganda's HIV Prevention Success: The Role of Sexual Behavior Change and the National Response

PS: Note-se que o raciocínio de Green e do Papa Bento XVI é perfeitamente racional e até intuitivo. Aliás, a esmagadora maioria dos que vociferam contra o Papa estariam de acordo em aplicar exactamente o mesmo raciocínio noutra área não ideológica. Ninguém advoga, por exemplo, que a solução para as mortes na estrada passa, sobretudo, pelo fabrico de mais e mais viaturas apetrechadas de ABS e air-bags. Muitos, no caso dado como exemplo, advogam que o problema é comportamental, que o problema é o da condução em excesso de velocidade, ou sob o efeito de álcool ou estupefacientes. No caso dos acidentes na estrada, todos concordam que o problema é comportamental, e que o caminho certo é alterar comportamentos. No caso da SIDA, dá-se uma esquizofrenia ideologicamente motivada, na qual quase toda uma sociedade fica escrava daquilo que lhe dizem para pensar, fica escrava do politicamente correcto: e quase todos caem no ridículo de desprezar as causas comportamentais para a SIDA; e quase todos fecham os olhos à origem do problema. Com autismos ideologicamente motivados, não se vai longe...

PS2: Devia-se ler o artigo de Green sobre o "case study" do Uganda, para se ver, além de resultados concretos de uma estratégia comportamental anti-SIDA, o que a Igreja Católica tem andado a fazer por África, enquanto os anti-papistas da praxe vertem as suas baboseiras na Comunicação Social acerca de um tema que não conhecem, nunca estudaram, e para o qual nunca contribuíram.

10 comentários:

Xiquinho disse...

Tem toda a razão, Bernardo: a utilização de air-bags em nada contribui para diminuir o número de acidentes na estrada... pelo contrário, até agrava o problema...

Bem haja por nos abrir os olhos para as mentiras dos fabricantes de air-bags...

Cumprimentos do Xiquinho

Xiquinho disse...

E já agora: enquanto na entrevista o Bernardo cita o Prof. Green como concordando com o Papa, não deixa de ser curioso que o mesmo Prof. Green, no seu website, diga exactamente o contrário:

"...as well as other prevention strategies that have been shown successful, such as the ABC approach (Abstain, Be faithful, or use Condoms) used in Uganda and elsewhere." (negrito meu)

De resto, ele afirma isso mesmo no artigo sobre o Uganda que o próprio Bernardo aconselha:

"...along with other factors including condom use, to the subsequent sharp decline in HIV prevalence…"

Mas claro que nestas matérias, como de costume, o Bernardo apenas realça as partes que lhe convêm…

Espectadores disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Espectadores disse...

Caro Xiquinho,

Em primeiro lugar, como está?
Bem-vindo a esta humilde casa.

Fico com pena que entre logo a matar, com ironia, e não tenha percebido o conteúdo do meu texto.

Esta sua atitude é-lhe prejudicial sobretudo a si. Note que entra a ler o meu texto logo com o preconceito de que vai discordar de tudo. Isso predispõe a sua pessoa para ler no meu texto exactamente o que o Xiquinho quer ler, de forma a poder contestar.

Se, em vez disso, tivesse lido o texto com abertura, desprendimento, e algum desprezo salutar pelo preconceito, teria encontrado, voilá!, o conteúdo exacto que eu tentei transmitir, e que se perdeu na sua leitura enviesada.

Eu NUNCA disse que os airbags não protegem vidas. Nem NUNCA disse que, numa relação sexual entre uma pessoa infectada, e outra não infectada, o preservativo não protege a vida da pessoa não infectada.

Vejo que não entendeu nada do que escrevi. O meu argumento é simples como a água: num mundo de malucos na estrada, que conduzem depressa demais, e sob o efeito de álcool e estupefacientes, é uma tolice centrar a estratégia contra o problema na segurança das viaturas.

O problema da SIDA é comportamental.
Se o Xiquinho tivesse usado o tempo que usou para fazer os seus comentários depreciativos para raciocinar sobre o drama da SIDA, teria reparado que:

a) um casal não infectado e fiel não fica infectado

b) um casal em que ambos estão infectados e se mantém fiel, não passa a infecção a outros

c) um casal em que um está infectado e o outro não, se se mantiver fiel, também não passa a infecção a outros; evidentemente, a abstinência, neste caso, é a ÚNICA forma 100% segura de evitar a infecção da pessoa não infectada; evidentemente, neste caso, o uso do preservativo, embora ponha a pessoa não infectada em risco, CASO A OPÇÃO POR TER SEXO JÁ TENHA SIDO TOMADA, é melhor do que não o usar.

Se eu fui claro, o Xiquinho entenderá que o preservativo representa um papel não nulo, mas muito fraquinho, nesta situação toda. Eu não acho responsável o sexo entre uma pessoa infectada e outra não infectada, MESMO que se use preservativo. Isso nunca é "sexo seguro", porque com a SIDA esse conceito não existe.

Do mesmo modo que eu não acho responsável conduzir a 200 Km/h, depois de ter bebido uns uísques, MESMO que o carro tenha meia dúzia de airbags e ABS. Ninguém chamaria "condução segura", numa lógica de 100% segura, a qualquer tipo de condução automóvel, porque os acidentes acontecem, mesmo num carro muito seguro.

Isto é muito simples, não é?

Sim, o Dr. Green refere que o preservativo foi útil. Eu não o neguei, nem o nego, porque infelizmente, as pessoas têm sexo com pessoas não infectadas mesmo quando estão infectadas, e assim a SIDA espalha-se: e se essa asneira acontece, então é evidente que o uso do preservativo minora as consequências da asneira.

Note duas coisas:

a) se o pressuposto é o sexo entre pessoas infectadas e pessoas não infectadas, ENTÃO o preservativo reduz a infecção; mas esse pressuposto DEVE ser questionado: porque razão deverá ser moralmente legítimo a uma pessoa infectada colocar outras em risco?

b) mas, como diz o Prof. Green (e isto o Xiquinho não leu ou não entendeu), existe o efeito nefasto do fenómeno que ele chama de "risk compensation":

«This may be due in part to a phenomenon known as risk compensation, meaning that when one uses a risk-reduction ‘technology’ such as condoms, one often loses the benefit (reduction in risk) by ‘compensating’ or taking greater chances than one would take without the risk-reduction technology.”»

Este parágrafo também é fácil de entender, Xiquinho, porque acontece nas nossas estradas. Porque é que o número de mortes continua alto, mesmo com carros cada vez mais sofisticados e seguros? Por causa do tal fenómeno: se o carro é seguro, pisamos no pedal. Se o carro é seguro, bebemos mais uma jola para o caminho.

E leia o estudo sobre o Uganda que eu referi: está lá escarrapachado que as estratégias, algumas com mais de vinte anos, de distribuição de preservativos ainda não fizeram nada de jeito para resolver a sério o problema da SIDA, enquanto que o case study do Uganda mostra os dramáticos efeitos de uma abordagem comportamental.

Xiquinho, pense pela sua cabeça, liberte-se das ideias que os "media" lhe querem meter à força, e abra os olhos.

O negócio do preservativo em África é um negócio de milhões. Quem é que está realmente preocupado com África? A Igreja Católica ou os fabricantes de preservativos?

E o Xiquinho nada disse sobre a conclusão principal do estudo sobre o Uganda: que a parte comportamental foi DECISIVA. Até porque nesse país, a estratégia de distribuição de preservativos, até meados dos anos 90, foi condenada oficialmente pelo governo, e posteriormente, com a introdução dessa estratégia, já o flagelo da SIDA nesse país estava em franca desaceleração e recuo.

Os dados são claros: o problema da SIDA é comportamental. É por aqui que se tem que pegar, mesmo que isso choque com a ideologia ocidental do sexo libertário.

Cumprimentos,

Bernardo

joaquim disse...

Caro Bernardo

Concordo consigo e também com esta resposta.

A verdade é que o preservativo, quer se queira quer não, acaba por desresponsabilizar um comportamento que leva à promiscuidade e que é, sem margem para dúvidas de alto risco.

D. Januário mais uma vez não resistiu "ao palco", e mais uma vez não percebeu porque é que é sempre procurado para estas coisas.

E revela-se a sua humildade ao dizer que as pessoas que aconselham o Papa deviam ser mais cultas. Tem pelos vistos um grande conceito de si próprio.

Abraço amigo em Cristo

Xiquinho disse...

Caro Bernardo,

Antes de mais também quero agradecer e retribuir as simpáticas palavras de boas-vindas.

Recorri à ironia porque acho que por vezes essa é a melhor forma de passar uma mensagem. Neste caso penso mesmo ser a única porque na base de tudo isto, mais do que a questão do preservativo, dos comportamentos, risk compensation, etc creio que está uma divergência de convicções da qual nem o Bernardo vai abdicar, nem tão pouco eu.

Explico: A Igreja considera que o amor conjugal, (e por conseguinte, a sexualidade) uma “colaboração com Deus na geração e educação de novas vidas”. A partir de aqui, estabelece uma série de regras e comportamentos, que segundo ela, devem regular a sexualidade de acordo com os desígnios de Deus. Obviamente, eu não as posso considerar, pois como o Bernardo sabe, Deus é hipótese que eu não contemplo. Além disso, considero a vida e a sua transmissão como um processo puramente biológico, se bem que não totalmente explicado, onde não é perceptível qualquer intervenção divina. A não ser assim, teríamos também de considerar como divino o que resulta do envolvimento do macaco com a macaca…

Retirado que está o carácter divinal da questão, ficam assim as declarações do Papa, que ao contrário do que o Bernardo afirma eu entendi perfeitamente (assim como as suas, apesar da minha parcimoniosa inteligência…). O Bernardo é que parece que ainda não entendeu é que mesmo que num plano puramente teórico ou espiritual elas possam ser consideradas aceitáveis, na prática não o são. Fariam todo o sentido, se vivêssemos num mundo perfeito, com pessoas perfeitas e comportamentos perfeitos, mas o mundo em que vivemos é precisamente o contrário disso.

Numa altura que os jornais noticiam que só em África mais de 14 milhões de crianças são órfãs devida à epidemia, acha que sequer plausível que se condene o mais eficaz meio disponível para impedir o avanço da epidemia, oferecendo em troca um apelo à mudança dos comportamentos?

Eu não acho. Nem sequer acredito que o Papa seja insensível e malvado ao ponto de o fazer. Mas já não me custa a acreditar que o tenha feito por gaffe. E se foi por gaffe, repare que até o Bernardo, que também cometeu a gaffe de se “esquecer” de citar o preservativo como uma das “estratégias de sucesso” referidas pelo estudo indicado, veio depois a emendar no comentário. Foi pena que o Papa não tivesse seguido o seu exemplo, pois já teve bastantes oportunidades para isso.

A questão do risk compensation, é muito discutível. Obviamente que concordo, e desta vez que sem ironia, que tal como os problemas das conduções irresponsáveis, na base está uma questão de comportamento. Acontece porém que enquanto não conseguirmos construir carros perfeitamente seguros, (ou erradicar a epidemia), não passa pela cabeça de ninguém de bom senso afirmar que os air-bags agravam o problema, ou defender que sejam retirados dos carros. Creio até que isto tem um nome: falácia do espantalho.

Ainda gostava de comentar detalhadamente o artigo do Prof. Green mas infelizmente não me posso alongar mais. Apenas que digo que à partida, pessoas ligadas à Fundação Templeton merecem-me muito pouca credibilidade. Depois porque duvido que o país em questão, o Uganda, disponha de estatísticas suficientemente fiáveis e representativas para chegar às conclusões que o estudo apresenta.

E já agora, a esquizofrenia anti-papal só existe na sua cabeça: o Bernardo é que só faz referência a papas ruins, salta deliberadamente por cima de JPI e para convenientemente antes de chegar a João XXIII…

Renovados cumprimentos do Xiquinho

Espectadores disse...

Olá Xiquinho,

«A partir de aqui, estabelece uma série de regras e comportamentos, que segundo ela, devem regular a sexualidade de acordo com os desígnios de Deus.»

Vejo que o Xiquinho não sabe que a esmagadora maioria da doutrina moral da Igreja em matéria de sexualidade se apoia no direito natural, ou no chamado "jusnaturalismo". Não pode confundir a forma católica de lidar com estas questões, com outras formas não católicas, como encontramos em certas igrejas protestantes.

A moral sexual da Igreja apoia-se, não exclusivamente, mas muito, em raciocínios de ética natural, que podem ser adoptados por qualquer pessoa, mesmo não católica.

Mas penso que fugimos à questão. O problema da SIDA é para ser abordado por todos, e a solução proposta pelo Papa pode ser proposta por qualquer pessoa com dois dedos de testa, independentemente da sua religião.

A "hipótese Deus" não é para aqui chamada. Eu sei que é tentador jogar essa carta, mas estamos a falar simplesmente da forma mais eficaz, ou menos eficaz, de lidar com um flagelo.

«ficam assim as declarações do Papa, que ao contrário do que o Bernardo afirma eu entendi perfeitamente (assim como as suas, apesar da minha parcimoniosa inteligência…).»

Xiquinho, não fiz qualquer crítica à sua inteligência. Não é meu costume. As minhas críticas são aos seus preconceitos. E verá, mais abaixo, como estes seus preconceitos ainda estão a impedir uma correcta compreensão do que eu escrevi. Os seus equívocos não são, parece-me, devidos a problemas de inteligência, mas sim de o Xiquinho partilhar de uma opinião "mainstream" sobre o problema da SIDA, opinião essa propagandeada por muita Comunicação Social, por razões ideológicas, e totalmente desligada dos factos e da realidade.

«Fariam todo o sentido, se vivêssemos num mundo perfeito, com pessoas perfeitas e comportamentos perfeitos, mas o mundo em que vivemos é precisamente o contrário disso.»

Como? Fazem sentido precisamente no mundo em que vivemos. Se temos problemas comportamentais, então temos que os resolver, porque eles existem. O que acabou de escrever é um contra-senso. Se o mundo fosse perfeito, não existiriam problemas comportamentais para resolver!
Quer explicar-me este seu contra-senso?

Porque razão pregaria o Papa pela alteração de comportamentos, se eles já fossem perfeitos?


«Numa altura que os jornais noticiam que só em África mais de 14 milhões de crianças são órfãs devida à epidemia, acha que sequer plausível que se condene o mais eficaz meio disponível para impedir o avanço da epidemia, oferecendo em troca um apelo à mudança dos comportamentos?»

Vejo que ainda não compreende. As campanhas de distribuição de preservativos duram há décadas, sem resultados que nos possam deixar descansados. O problema é, e será sempre, comportamental. Logo, há que investir em planos de formação e divulgação das populações. Em vez de distribuir preservativos, há que explicar às pessoas que, se estão infectadas, não podem colocar os outros em risco através de comportamentos sexuais de risco. Até porque o preservativo pode ser mal usado, pode ser mal colocado, pode ser reutilizado (problema grave em África), e tudo isso agrava ainda mais a disseminação da SIDA.

O preservativo promove a ideia, totalmente errada, de que a promiscuidade sexual pode ser vivida sem consequências, como se o preservativo fosse a panaceia para vivermos uma vida sem regras. O resultado está à vista.

«Eu não acho. Nem sequer acredito que o Papa seja insensível e malvado ao ponto de o fazer.»

Evidentemente. O Papa não é, nem insensível, nem malvado.

«Mas já não me custa a acreditar que o tenha feito por gaffe.»

Mas qual gaffe, homem?
Explique-me qual foi a gaffe!
E, por favor, CITE as palavras do Papa, e explique-me a gaffe. Muitos jornalistas, quando tratam de pronunciamentos papais, evitam as citações, e preferem fórmulas tipo "O Papa disse que...", para depois poderem inventar à vontade.

«E se foi por gaffe, repare que até o Bernardo, que também cometeu a gaffe de se “esquecer” de citar o preservativo como uma das “estratégias de sucesso” referidas pelo estudo indicado, veio depois a emendar no comentário.»

Hãa?
Vejo que ainda estamos em grande incompreensão. Eu não me "esqueci" de nada. Volto a frisar o meu argumento, que sempre foi o mesmo:

a) o problema da SIDA está nos comportamentos sexuais de risco: estes devem ser evitados para se combater a SIDA

b) se uma dada pessoa opta por comportamentos de risco, então, nessa má opção, o preservativo, quando bem usado, pode evitar que essa pessoa infecte outras

O problema do Xiquinho é que você, da alínea b), deduz que o preservativo deve ser moralmente recomendado. O estudo que eu citei não faz QUALQUER tipo de ilacção moral: limita-se a referir factos. Evidentemente, numa população com comportamentos de risco, aqueles que os têm e usam preservativo, apesar da asneira dos seus comportamentos, têm forma de limitar as consequências dessa asneira. Mas é MORALMENTE ERRADO recomendar o preservativo.

E voltamos a cair no exemplo do excesso de velocidade. Ninguém com juízo, perante o drama das mortes na estrada, vai recomendar que se comprem carros melhores. Porque seria absurdo: isso equivaleria a uma SANÇÃO MORAL à condução perigosa. Do mesmo modo que a recomendação do uso do preservativo é sempre uma SANÇÃO MORAL ao comportamento de risco.

Será que me faço entender?
Outro exemplo: imaginemos um pai cujo filho se droga. E o pai decide dizer-lhe: "olha, rapaz, usa seringas novas, hã? não partilhes seringas!". É evidente (ou devia ser) que o pai deve é fazer o possível para que o filho NÃO SE DROGUE, porque se ele der a recomendação das seringas, então ele está a dar uma SANÇÃO MORAL para o filho se drogar.

Só assim se percebe o que diz o Papa, e o que diz qualquer pessoa com juízo. A SIDA espalha-se pelos comportamentos de risco, e esses comportamentos têm que ser travados. O preservativo é um mero paliativo, cuja eficácia depende do seu correcto uso. E, como também referi, é intuitivo raciocinar que a disponibilidade do preservativo, distribuído amplamente pelas populações, aumenta os comportamentos de risco, logo, aumenta as ocasiões de contágio.

«A questão do risk compensation, é muito discutível. Obviamente que concordo, e desta vez que sem ironia, que tal como os problemas das conduções irresponsáveis, na base está uma questão de comportamento.»

Ah!!!
Boa!

«Acontece porém que enquanto não conseguirmos construir carros perfeitamente seguros, (ou erradicar a epidemia), não passa pela cabeça de ninguém de bom senso afirmar que os air-bags agravam o problema, ou defender que sejam retirados dos carros.»

Note bem: eu falo pela minha experiência. Pelo facto de conduzir um carro com 1 ano de idade, eu sinto-me mais "à vontade" para pisar no pedal. Isto é a mais pura das realidades. Até todos nós costumamos dizer que, nos carros novos, "não se sente a velocidade". O problema comportamental permanece, mesmo que tenhamos um carro seguro.

A abundância de preservativos é um convite ao comportamento sexual de risco. Transmite aos seus utilizadores uma sensação de segurança que os impele a aumentarem as ocasiões de contágio.

«Ainda gostava de comentar detalhadamente o artigo do Prof. Green mas infelizmente não me posso alongar mais. Apenas que digo que à partida, pessoas ligadas à Fundação Templeton merecem-me muito pouca credibilidade.»

Falácia "ad hominem".

«Depois porque duvido que o país em questão, o Uganda, disponha de estatísticas suficientemente fiáveis e representativas para chegar às conclusões que o estudo apresenta.»

Fica registada a sua dúvida, face à qualidade estatística de um estudo feito por universitários de renome.

«E já agora, a esquizofrenia anti-papal só existe na sua cabeça: o Bernardo é que só faz referência a papas ruins, salta deliberadamente por cima de JPI e para convenientemente antes de chegar a João XXIII…»

Hã?
Papas ruins?
Eu não sei o que é isso. Para mim, um Papa, enquanto Papa (e não enquanto pessoa individual), é sempre um Papa bom desde que preserve a doutrina cristã e a defenda e ensine correctamente. Coisa que sucedeu com TODOS os Papas, sem excepção. Mesmo os papas mais devassos, e com moralidade pessoal mais duvidosa, nunca distorceram a doutrina cristã, pelo que, nesse aspecto, foram bons papas.

João Paulo I foi papa por 33 dias. Não o referi, porque a Comunicação Social não teve tempo para o chatear. O que sucede é que muita gente, e talvez o Xiquinho também, fazem deste Papa João Paulo I uma espécie de "revolucionário silenciado", e constroem à moda dos seus preconceitos uma imagem do tipo de Papa que João Paulo I teria sido, se não tivesse sido "morto", como alguns maníacos afirmam que ele foi.

Sobre o Papa João XXIII, não o referi porque a esquizofrenia anti-papal, no que diz respeito à moral sexual, começou a sério com Paulo VI. Nesta matéria, João XXIII era um papa perfeitamente alinhado com todos os demais papas, passados e futuros. Também hoje em dia, muita gente, sem nunca ter lido nada sobre as ideias e sobre a vida de João XXIII, fazem dele uma imagem fantasiosa de um "papa revolucionário". E não entendem que o Vaticano II, concílio que João XXIII abriu, foi um acto na linha de todos os concílios da Igreja, com a finalidade de concluir o Vaticano I.

Cumprimentos,

Bernardo

Espectadores disse...

Olá Joaquim,

«D. Januário mais uma vez não resistiu "ao palco", e mais uma vez não percebeu porque é que é sempre procurado para estas coisas.»

Exacto!
O D. Januário, e outros que fazem o mesmo papel para a Comunicação Social, como o Frei Bento Domingues, o Anselmo Borges, e outras figuras que gostam de ter posições desalinhadas com a Santa Sé, estão literalmente a prestar ajuda ao erro e aos preconceitos. Eles ajudam a opinião pública a acreditar na treta da separação entre "hierarquia" e "povo de Deus", e vão na linha da frente na defesa da ideia de que se pode discordar do Magistério da Igreja.

É por isso que são amados pela imprensa e pelas televisões e rádios. Dizem exactamente o que muitos jornalistas querem transmitir, porque fazem eco do preconceito anti-católico em voga nos nossos tempos.

E servem para o "sound bite" procurado. Dão a tónica desejada às notícias.

Fazem, sem dúvida, uma figura triste, e um mau serviço à Igreja.

Mas, talvez o mais grave de tudo, fazem um mau serviço às almas que lhes foram confiadas.

Um abraço,

Bernardo

Xiquinho disse...

Caro Bernardo,

O Bernardo é de capaz de ser a personificação daquilo que se chama fazer esgotar a paciência a um santo:

“Mas qual gaffe, homem?”

Ainda pergunta? Vamos lá ver se consegue meter isto na cabeça de uma vez por todas: O Papa (e o Bernardo) têm todo o direito de achar que a evitar comportamentos de risco é a melhor maneira de combater a epidemia. Assim como eu tenho todo o direito de achar que o preservativo é um meio válido e eficaz que ajuda a combate-la. O que o Papa já não tem direito, é de afirmar que “pelo contrário, o preservativo ajuda a aumentar o problema”.

Isso seria o equivalente a eu vir aqui proclamar qualquer coisa como isto: não se pode resolver este flagelo só com monogamia e abstinência, que pelo contrário aumentam o problema, a solução só se pode encontrar no preservativo, etc, etc… ou seja um disparate completo.

Achar que um método é mais eficaz não me dá o direito de rejeitar todos os outros, apenas porque acho que os outros vão contra as minhas convicções. E isso foi precisamente o que o Papa fez e o Bernardo tentar agora justificar da forma mais mirabolante.

Tenha ao menos em atenção o que diz o Prof Green: "...along with other factors including condom use, to the subsequent sharp decline in HIV prevalence…"

E faça um esforço para ver se percebe isto: a vida e a saúde das pessoas é muito mais importante do que qualquer atentado à moral e aos bons costumes, por muito graves que vocês os considerem.

A "hipótese Deus" não é para aqui chamada.

Não será, porque isto já vai longo e também não quero desviar-me do tema. Mas retire-se Deus da equação e verá que tudo se revela muito mais simples.

“não fiz qualquer crítica à sua inteligência”

Nem eu disse que fez. Eu próprio é que reconheço que não é muita. Caso contrário já teria conseguido demonstrar-lhe como está a ser demagogo e pelos vistos não consigo.

“propagandeada por muita Comunicação Social, por razões ideológicas”

Não delire, Bernardo. Eu nem acredito em deus, quanto mais no que diz a comunicação social… só se fosse retardado mental…

“Quer explicar-me este seu contra-senso?”

Quero. Não é contra-senso nenhum. O papa (e o Bernardo) partem do princípio que as pessoas são ou deviam todas casar, ter um só parceiro para toda a vida, criar todos os filhos que viessem por causa de temperaturas mal medidas e se não o fazem é porque não querem. Imediatamente desapareceriam todas as epidemias e o preservativo rapidamente ficava obsoleto. Na cabeça do Papa (e na sua) seria este o mundo ideal. Enfim, cada um tem direito à sua utopia, mas não chame contra-senso a desmascara-la.

“Até porque o preservativo pode ser mal usado, pode ser mal colocado”

Demagogia pura, Bernardo! Desde quando um preservativo mal colocado é pior que não colocar nenhum? Para a moral e bons costumes, talvez seja, mas não para a saúde.

“As campanhas de distribuição de preservativos duram há décadas, sem resultados”

Não, o Bernardo é que não quer aceitar que mesmo com campanhas é o que se vê, imagine o que não seria sem elas?

“Mas é MORALMENTE ERRADO recomendar o preservativo”

É irrelevante a moral: repito, a vida e a saúde das pessoas é mais importante que a moralidade.

“Falácia "ad hominem".”

Quando muito “ad fundação”… Mas que diria o Bernardo de uma Fundação que oferecesse um milhão de euros a um católico para se transmutar em ateu? A Templeton faz isso todos os anos, mas ao contrário…

“um Papa, enquanto Papa (e não enquanto pessoa individual), é sempre um Papa bom desde que preserve a doutrina cristã”

E depois o preconceituoso sou eu… Ou seja pode ser um pulha enquanto pessoa, mas desde que assíduo da missa, já está tudo bem…

“Papa que João Paulo I teria sido, se não tivesse sido "morto", como alguns maníacos afirmam que ele foi.”

Eu disso não sei de nada, mas se o Bernardo o afirma também não serei eu que o vou contrariar.


Com o seu lençol acabei por não responder a tudo tão detalhadamente como gostaria, mas acredite que não é por desconsideração nem por o considerar um caso perdido… apenas por que também há vida para além do preservativo, e a minha hoje já está a ficar bem curta.

Renovados cumprimentos para si também e votos de rápidas melhoras

Espectadores disse...

Xiquinho,

«O Bernardo é de capaz de ser a personificação daquilo que se chama fazer esgotar a paciência a um santo»

É preciso um grande descaramento, homem! O post é meu, o blogue é meu, eu dou-me ao trabalho de lhe responder à letra, despendendo o tempo e esforço necessários para não deixar nada por responder, e ainda me atira com esta?

Grande lata...
Eu é que tenho a paciência de um santo...
Alguém lhe pediu para vir cá comentar o meu post?
Ora bolas... Há com cada um...

«Ainda pergunta?»

Claro que pergunto.
Não há qualquer "gaffe", porque as palavras do Papa foram bem medidas, e que eu saiba, ainda não vi nenhuma correcção oficial ao que foi dito. Foi dito e bem dito!

«O Papa (e o Bernardo) têm todo o direito de achar que a evitar comportamentos de risco é a melhor maneira de combater a epidemia. Assim como eu tenho todo o direito de achar que o preservativo é um meio válido e eficaz que ajuda a combate-la.»

Todos temos o direito à asneira. A questão é saber quem é que tem razão.

«O que o Papa já não tem direito, é de afirmar que “pelo contrário, o preservativo ajuda a aumentar o problema”.»

O Papa tem o direito a dizer o que lhe apetece. Tem tanto direito como você tem a dizer as asneiras que quiser, ou as verdades que quiser.

«Isso seria o equivalente a eu vir aqui proclamar qualquer coisa como isto: não se pode resolver este flagelo só com monogamia e abstinência, que pelo contrário aumentam o problema, a solução só se pode encontrar no preservativo, etc, etc… ou seja um disparate completo.»

Não é nada equivalente.
O Papa está apenas a dizer que o preservativo dá uma sensação de confiança ao seu utilizador, sensação essa que pode gerar um efeito contrário ao pretendido. Já o disse milhões de vezes: num só uso, uma pessoa infectada realmente beneficia do preservativo. Já referi que tal pessoa nem devia ter relações sexuais, pois se está infectado, é uma falta de respeito para com a pessoa com quem tem sexo. Mas adiante... O que se está a tentar dizer é que, com preservativos à disposição, toda a gente vai ter mais sexo, incluindo as pessoas infectadas.

É normal.
O preservativo cria essa falsa sensação de segurança que aumenta a frequência dos comportamentos de risco.
Bolas, que é preciso ser teimoso para negar isto...

«Tenha ao menos em atenção o que diz o Prof Green: "...along with other factors including condom use, to the subsequent sharp decline in HIV prevalence…"»

Ora bolas, Xiquinho!
Páre um pouco para pensar, que nem é assim tão difícil. Se os comportamentos foram alterados, com base em acções de formação à população, ou seja, SE ISSO FOI FEITO, e os comportamentos se alteraram, então a frequência dos comportamentos de risco diminuiu. Esse é o factor central. Agora, veja: os comportamentos de risco não passaram a zero, e quem os teve, e usou preservativo, em boa probabilidade não infectou ninguém.

Se os comportamentos de risco diminuiram, então o preservativo atenuou as consequências negativas desses comportamentos.

Por outro lado, se a aposta é na distribuição maciça de preservativos, então o número de ocorrências de comportamentos de risco vai aumentar.

«E faça um esforço para ver se percebe isto: a vida e a saúde das pessoas é muito mais importante do que qualquer atentado à moral e aos bons costumes, por muito graves que vocês os considerem.»

É disso que estamos a falar. O Papa falava, precisamente, da redução dos casos de SIDA. Estamos a falar do mesmo. Só que o Papa está a defender uma solução que reduz o número de casos de SIDA, e o Xiquinho está a defender uma solução que não reduz porcaria nenhuma, e nalguns casos, até aumenta.

E porquê?
Já o disse mil vezes: porque a distribuição maciça de preservativos cria nas pessoas, infectadas ou não infectadas, uma falsa sensação de segurança total, o que aumenta as ocasiões de contágio. Com preservativos à mão de semear, mais e mais pessoas estão a praticar mais e mais sexo, a infidelidade aumenta, a promiscuidade aumenta. E a SIDA ri-se.

«Demagogia pura, Bernardo! Desde quando um preservativo mal colocado é pior que não colocar nenhum? Para a moral e bons costumes, talvez seja, mas não para a saúde.»

Bolas, que você é duro de cabeça.
Uma pessoa que não sabe usar o preservativo está a ter sexo na ideia enganadora de que está "seguro" e de que não corre risco. Mas corre! Logo, essa pessoa, em vez de optar pela abstinência, faz mais e mais sexo, e como usa mal o preservativo, infecta mais e mais pessoas, ou se não estiver infectado, torna-se mais vulnerável, porque faz mais sexo.

«Não, o Bernardo é que não quer aceitar que mesmo com campanhas é o que se vê, imagine o que não seria sem elas?»

Estamos apenas a tentar sugerir que, três décadas depois do surgimento da SIDA, se calhar até era simpático pensar em estratégias ALTERNATIVAS, não? Ou vamos ficar quietinhos, a fazer o costume, o que temos feito nas últimas décadas, ou seja, a atirar preservativos às mãos cheias para cima dos africanos, e ficar à espera que tudo se resolva por si?

«É irrelevante a moral: repito, a vida e a saúde das pessoas é mais importante que a moralidade.»

Não me expliquei: é imoral insistir numa estratégia que não está a resolver o drama da SIDA.

«Mas que diria o Bernardo de uma Fundação que oferecesse um milhão de euros a um católico para se transmutar em ateu? A Templeton faz isso todos os anos, mas ao contrário…»

Ouça: eu dei-lhe um artigo. Artigo que o Xiquinho não contestou. Logo, assumo que concorda com o artigo. Não falei em fundação nenhuma.

«E depois o preconceituoso sou eu… Ou seja pode ser um pulha enquanto pessoa, mas desde que assíduo da missa, já está tudo bem…»

Assíduo de missa?
Eu por acaso disse isso?
Eu disse que um Papa que, usando da sua autoridade, não distorce nem vilipendia a doutrina cristã, doutrina que deve proteger, é e será sempre um bom Papa. Se é boa pessoa ou não é outra história...

Façamos uma analogia. O guarda de uma prisão será um bom guarda se guardar a prisão. Até pode ser um pulha do pior, mas se fizer a sua função é um bom executante dessa função.

«Eu disso não sei de nada, mas se o Bernardo o afirma também não serei eu que o vou contrariar.»

Eu afirmo que essa teoria conspiratória é uma treta.

«apenas por que também há vida para além do preservativo, e a minha hoje já está a ficar bem curta.»

Concordo.
Vamos deixar a discussão por aqui, se quiser.

«Renovados cumprimentos para si também e votos de rápidas melhoras»

Obrigado! Mas melhoras de quê?...