CIDADE DO VATICANO, domingo, 26 de abril de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI canonizou na manhã de hoje, na Praça de São Pedro, o antigo general português Nuno Álvares Pereira, qualificando-o de “herói e santo de Portugal”.
“«Sabei que o Senhor me fez maravilhas. Ele me ouve, quando eu o chamo» (Sal 4,4). Estas palavras do Salmo Responsorial exprimem o segredo da vida do bem-aventurado Nuno de Santa Maria, herói e santo de Portugal”, disse o Papa em língua portuguesa, na homilia de missa de canonização.
Bento XVI recordou que os setenta anos da vida do herói português situam-se na segunda metade do século XIV e primeira do século XV, “que viram aquela nação consolidar a sua independência de Castela e estender-se depois pelos Oceanos – não sem um desígnio particular de Deus –, abrindo novas rotas que haviam de propiciar a chegada do Evangelho de Cristo até aos confins da terra”.
“São Nuno sente-se instrumento deste desígnio superior e alistado na militia Christi, ou seja, no serviço de testemunho que cada cristão é chamado a dar no mundo. Características dele são uma intensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino.”
“Embora fosse um ótimo militar e um grande chefe –prosseguiu o Papa–, nunca deixou os dotes pessoais sobreporem-se à acção suprema que vem de Deus.”
São Nuno “esforçava-se por não pôr obstáculos à ação de Deus na sua vida, imitando Nossa Senhora, de Quem era devotíssimo e a Quem atribuía publicamente as suas vitórias. No ocaso da sua vida, retirou-se para o convento do Carmo por ele mandado construir”.
O Papa confessou sentir-se “feliz por apontar à Igreja inteira esta figura exemplar nomeadamente pela presença duma vida de fé e oração em contextos aparentemente pouco favoráveis à mesma, sendo a prova de que em qualquer situação, mesmo de carácter militar e bélica, é possível atuar e realizar os valores e princípios da vida cristã, sobretudo se esta é colocada ao serviço do bem comum e da glória de Deus”.
Uma data histórica para Portugal, porque sem São Nuno, hoje Portugal não existiria como nação independente.
Contra o "politicamente correcto", o Papa Bento XVI reforçou de forma clara a figura do Santo Condestável como "miles christi", ou seja, "soldado de Cristo". Assim, o Papa mostrou que é toda a vida do Santo Condestável que brilha, não seguindo Bento XVI a opção acabrunhada de alguns pelo exclusivo vincar dos anos finais do Santo, passados em oração e contemplação, como se a heróica vida de valoroso soldado fosse alguma coisa de vergonhoso ou que se devesse esconder.
Já agora, vale a pena ler o que escreveu Introvigne sobre a canonização do Santo: Benedetto XVI e San Nuno Alvares Pereira. Le lezioni di una canonizzazione.
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