Ontem foi dia de Reis.
Como sucede todos os anos, a imprensa recuperou a eterna questão da estrela. "Que estrela seria? Em que dia e em que mês teria sido vista?".
Contudo, o episódio da visita dos Reis Magos a Jesus traz em si uma mensagem muito mais importante do que uma aula de astronomia. Mais uma vez, é o intenso e profundo simbolismo do episódio que parece nunca ganhar a atenção e a compreensão merecidas.
Por isso, socorro-me de novo da obra de René Guénon:
"A este propósito, precisaremos também um ponto que parece nunca ter sido explicado de uma maneira satisfatória, e que, não obstante, é muito importante: fizemos alusão anteriormente aos «Reis Magos» do Evangelho, como unindo em si os dois poderes; diremos agora que estes personagens misteriosos representam na realidade nada mais que os três representantes do Agartha. O Mahânga oferece a Cristo o ouro e saúda-o como «Rei»; o Mahâtma oferece-lhe o incenso e saúda-o como «Sacerdote»; e finalmente, o Brahmâtmâ oferece-lhe a mirra (o bálsamo da incorruptibilidade, imagem do Amritâ) e saúda-o como «Profeta», o Mestre espiritual por excelência.
A homenagem rendida assim a Cristo nascido, nos três mundos que são os seus domínios respectivos, pelos representantes autênticos da tradição primordial, é ao mesmo tempo, observe-se bem, a prova da perfeita ortodoxia do Cristianismo em relação a esta." - René Guénon, "Le Roi du Monde", citado de Textos Tradicionales.
É esta a mensagem essencial e profunda da visita dos Reis Magos ao menino Jesus acabado de nascer, e que mostra o Cristianismo nascente pela pessoa de Jesus como uma tradição viva, autêntica e perene.
Bernardo
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