«The Catholic community and Catholic institutions should not honor those who act in defiance of our fundamental moral principles. They should not be given awards, honors or platforms which would suggest support for their actions.»
Catholics in Political Life, da Conferência Episcopal Norte-Americana (2004).
8 comentários:
Ou linkou mal o artigo ou errou no post. O texto não é da Conferência Episcopal. Mas de um grupo de católicos fanáticos.
Não percebi...
O link é realmente da USCCB. Será que a MC começa a ver "fanáticos" em todo o lado?
Bernardo,
peço desculpa. tresli o texto (também o estilo fanático não dá para mais) e achei que era de um grupo de católicos. É dos bispos dos EUA. Que têm notas pertinentes sobre outros temas. Neste do aborto é sempre o mesmo discurso.
MC,
O que é que considera "sempre o mesmo discurso"?
Gostava mesmo de perceber.
Que erros aponta a este "discurso", que pelas suas palavras, "é sempre o mesmo"?
Sinceramente, gostava de perceber o que é que uma católica encontra neste texto para criticar.
Bernardo,
não pretendo desviar daqui o nosso diálogo, mas hoje postei dois artigos que aludem ao que nos traz em conversa.
Como me revejo no que os respectivos autores escrevem, não vou aqui repetir os argumentos.
Cumprimentos
Cara MC,
Li com atenção o texto que colocou no seu blogue. E devo fazer algumas observações breves:
1. Tenho, em primeiro lugar, pena que não tenha respondido de forma cabal às minhas questões: o drama do aborto cinge-se apenas à questão de saber se o direito de opção da mãe se sobrepõe ao direito de viver do filho ou filha: eu sei que se sente "encostada à parede" pelas minhas perguntas, mas não sou eu quem "encosta", a questão do aborto é que é dramaticamente simples, poder-se matar ou não se poder matar
2. O texto que citou no seu blogue está repleto de equívocos; vou-me cingir a apontar alguns:
a) «Porque Obama es tolerante en cuestiones que contradicen la posición de muchos obispos: aborto, investigación con células madre, permisividad en el uso del preservativo.»
Este trecho é espantosamente enganador. O autor usa a palavra "tolerante" para ganhar a boa vontade do leitor. Obama, ao falhar redondamente na protecção constitucional dos não nascidos, está a falhar à justiça mais elementar, e não a ser "tolerante". A frase "investigación con células madre" é também espantosamente enganadora: o problema ético (nem sequer religioso) não é "investigar", mas sim destruir embriões humanos. Não comento o uso do preservativo, porque é uma questão radicalmente diferente (em termos de gravidade ética) das questões anteriores. Metê-la misturada com as anteriores, que são questões de ética do direito à vida, é uma manobra suja para pretender que o problema é religioso, quando o problema é ético.
b) «sobre las que no existe un consenso en la Iglesia, ni siquiera entre los obispos»
Esta frase é uma miséria. Explico porquê: não nego que existem bispos que não são dignos do cargo que ocupam, e que não entendem a doutrina que professam. Isto é grave, porque o bispo é quem serve de guia espiritual de uma diocese. Felizmente, são raros os casos de bispos que aprovam o tal "direito" ao aborto ou a destruição de embriões humanos. Serão mais os bispos que "toleram" o uso do preservativo, mas apesar do seu erro, tal questão está longe de ter a gravidade de aprovar um "direito" a matar. Por outro lado, a Igreja não é uma democracia. O Papa é o Pastor das Almas, e os Bispos devem obediência ao Papa. Por sua vez, todo o clero deve obediência ao seu Bispo e ao Papa. E por sua vez, os fiéis devem obediência aos anteriores. Cristo estabeleceu a Sua Igreja deste modo, para a tornar mais forte contra o risco de deturpação da Sua mensagem, que é mais forte hoje que nunca. O autor deste texto não compreende nada da estrutura da Igreja (ou se compreende, é desonesto). O aborto e a destruição de embriões não são "questões disputadas". A Igreja sempre se opôs ao aborto.
c) «como la postura del Vaticano es tan intransigente sobre estos asuntos, son muchos los obispos, muchísimos los sacerdotes y religiosos e incontables los laicos que, por respeto (¿miedo, a veces?) a la Curia Vaticana, no se atreven a pronunciarse públicamente.»
Esta frase mostra que o autor não está familiarizado com a Igreja. Isso percebe-se logo pelo facto de separar "o Vaticano" do resto da Igreja. Como se a luta pela defesa da vida não fosse algo assumido com imenso vigor por TODA a Igreja. Basta ver como se batem fiéis e clero em inúmeros países para contrariar a vaga abortófila. Basta olhar para o caso dos EUA, que motivou este nosso debate, para ver os Bispos, em unanimidade, a condenar o tal "direito" ao aborto. Estes Bispos estão nos EUA, e não no "Vaticano". O Vaticano é um lugar. A Igreja Católica é universal. Eu não vivo no Vaticano e faço parte da Igreja Católica. Eu não faço parte da hierarquia, e ao mesmo tempo, estou com ela, unido a ela, convicto e devoto.
Esta "tese" de que se deve separar "o Vaticano", ou "a hierarquia", do "povo de Deus" é uma estratégia típica de correntes de divisão, dentro ou fora da Igreja, que procuram a fragmentação e a deturpação da doutrina. É um truque velho, MC. Não caio nessa, porque conheço bem a Igreja, e são às centenas os católicos que conheço que concordam inteiramente com a hierarquia da Igreja, a defendem, e muitas vezes, levantam a sua voz para, como leigos motivados pelo Vaticano II, servirem na propagação da fé genuína.
d) tem muita piada a citação desonesta que este autor faz de um trecho do Vaticano I, até porque esse trecho joga contra o objectivo do autor: o que lá se diz vinca a importância do que é revelado pela Palavra de Deus: ora nada é mais notoriamente revelado do que os Dez Mandamentos. É sobre o mandamento "não matarás" que se estabelece a rejeição católica (e judaica) ao aborto. Nada mais claro. O aborto não é uma "questão disputada" na Igreja. Pode sê-lo na sociedade, mas não na Igreja.
e) «Y sólo lo hizo cuando recibió la aceptación de todo el episcopado católico.»
Claro. O Papa pergunta aos Bispos. E foi o que sucedeu com a Humanae Vitae, de Paulo VI, que teve o apoio da maioria esmagadora dos Bispos, e que a MC rejeita.
No fundo, usa-se o que dá jeito, certo? Quando dá jeito usar um Bispo dissidente para dizer que "a Igreja está dividida", mesmo que esse Bispo dissidente seja uma minúscula minoria, está tudo bem. Quando não dá jeito olhar para a esmagadora aprovação episcopal da Humanae Vitae, então manda-se às malvas os senhores Bispos, não é?
Os senhores Bispos dos EUA estão TODOS em sintonia na condenação da condecoração a Obama na Notre Dame. Como é que a MC encaixa isto com o que diz o autor que citou? E agora? Já não interessa a colegialidade episcopal, só porque discorda dos Bispos?
Incoerência...
f) «Con esto quiero decir que ni los discursos o encíclicas de los papas, ni siquiera la doctrina del concilio Vaticano II, nada de eso es doctrina de fe.»
Este senhor não faz patavina de ideia do que diz. Todos os católicos, TODOS, têm que fazer aceitação dos Sagrados Concílios. De TODOS os concílios. Contêm evidente matéria de fé. As definições dogmáticas têm um peso maior, é certo, mas isso não retira peso doutrinal aos Concílios, nem as cartas encíclicas dos Papas. É triste levar a sério uma pessoa que não sabe do que fala, MC. Quem é este tipo?
g) «Los grupos fundamentalistas religiosos son una de las amenazas más serias que tiene el mundo en estos momentos.»
Exacto: nós, os católicos que defendem o catolicismo da Igreja, somos os fanáticos, a malta "perigosa". Este tipo, se havia alguma dúvida ao início do texto, mostra-se como é: um tipo desonesto, e ele sim, perigoso. Criador de divisão e de confusão. Mentiroso.
Acho que já perdi tempo a mais com esta pessoa. MC, se preza a sua fé católica, por favor, procure aconselhar-se junto de católicos.
Bernardo
Bernardo,
mas o José Maria Castillo é católico. :))
Padre jesuíta, teólogo com várias obras publicadas.
Eu não respondi cabalmente porque o Bernardo pergunta mal. A pergunta não pode ser:"Pode uma mãe matar o seu filho?"
Isso é a pergunta do Bernardo, carregada da sua moral e ideologias. Acha, honestamente, que a maioria das mulheres frente à decisão de abortar, é assim que definem?
E a filosofia e as ciências também. ou até a religião. Porque não se fazem funerais religiosos aos fetos, embriões, zigotos...? Se se baptiza um bébé na fé dos pais e padrinhos...também se faria um funeral religioso na mesma fé.
"A Igreja sempre se opôs ao aborto."
Sempre? verdade? Tem a certeza?
Isto é o essencial das suas questões, o resto não vale a pena responder. (Não é porque não as queira debater, mas tenho um blogue onde vou fazendo isso com calma e ao ritmo que entendo)
cumprimentos
MC,
«mas o José Maria Castillo é católico. :))»
Se calhar, não me exprimi bem.
Vou reformular a minha frase...
MC, se preza a sua fé católica, por favor, procure aconselhar-se junto de pessoas que partilham da fé católica.
Como é evidente, há católicos (ou seja, baptizados na Igreja Católica) que defendem uma doutrina diferente da católica. Os que eu chamo de católicos "soi disant".
«Padre jesuíta, teólogo com várias obras publicadas.»
Podia ter mil obras publicadas. Quantidade não é sinónimo de qualidade (muitas vezes, até é antónimo).
«Eu não respondi cabalmente porque o Bernardo pergunta mal. A pergunta não pode ser:"Pode uma mãe matar o seu filho?"»
Porque é que não pode ser?
Matar não é tirar a vida? O feto abortado não passa da vida à morte?
«Isso é a pergunta do Bernardo, carregada da sua moral e ideologias.»
Não, MC. Carregada de gramática e português. Eu não gosto de brincar com as palavras. Diga-me, de que forma "bonita" e "poética" é que abortar não é matar um ser humano vivo?
«Acha, honestamente, que a maioria das mulheres frente à decisão de abortar, é assim que definem?»
Não sei como "definem", mas não vejo como dar a volta à questão. Mas reconheço o seu talento para o sofisma. Realmente, é preciso ter jeito para dizer que o aborto não é uma questão de vida ou de morte de seres humanos.
«E a filosofia e as ciências também. ou até a religião. Porque não se fazem funerais religiosos aos fetos, embriões, zigotos...?»
Deviam fazer-se.
«Se se baptiza um bébé na fé dos pais e padrinhos...também se faria um funeral religioso na mesma fé.»
Claro que sim. Perfeitamente lógico. Eu acho que se devia fazer. Em vários países, grupos anti-aborto costumam resgatar os restos mortais das vielas traseiras das "clínicas" de aborto para lhes dar um funeral digno. Isso é louvável.
«"A Igreja sempre se opôs ao aborto."
Sempre? verdade? Tem a certeza?»
Tenho. Tem algo a dizer em contrário? Vai-me buscar o São Tomás de Aquino, que estipulava prazos com base num entendimento (errado) do embrião como vegetal?
Ora bolas, se a ciência moderna tivesse provado que o embrião era vegetativo, também eu concordava com o aborto. O problema da posição de São Tomás, e de outras, estava na ciência de então, e não na moral, que era excelente.
E temos muitos casos notáveis, como o de Tertuliano, um acérrimo adversário do aborto nos primórdios do cristianismo.
Nunca, na Igreja, se defendeu o direito a tirar a vida a seres humanos inocentes.
«Isto é o essencial das suas questões, o resto não vale a pena responder. (Não é porque não as queira debater, mas tenho um blogue onde vou fazendo isso com calma e ao ritmo que entendo)»
Claro que "não vale a pena". É melhor deixar que a "calma" e o "ritmo" próprio deixe as questões difíceis morrerem no esquecimento.
Cumprimentos
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