"Mas, no íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça" - Primeira Carta de São Pedro, cap. 3, vs. 15.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Stanley L. Jaki (1924-2009)
Húngaro de nascimento, norte-americano de coração (vivia em Princeton, Nova Jérsia), o beneditino Padre Jaki doutorou-se em Teologia em 1950, no Instituto Pontifício, em Roma. Em 1957, doutorou-se em Física, na Universidade de Fordham, sob a orientação de Victor Hess. Fez investigação em História da Ciência nas universidades de Stanford, Berkeley e Princeton. Foi professor de Física durante largos anos na Universidade de Seton Hall.
No seu livro, The Relevance of Physics (1966), o Padre Jaki foi pioneiro no retirar das devidas conclusões, para a tão procurada teoria unificadora em Física, dos Teoremas da Incompletude de Kurt Gödel. Apenas em 2002, o brilhante físico Stephen Hawking deu uma palestra em Cambridge com o título "Gödel and the end of physics", tirando as mesmas conclusões que Jaki, mas 36 anos mais tarde.
Foi sensivelmente há um ano atrás que o Henrique Leitão me emprestou, de uma assentada, dois livros do Padre Jaki: The Saviour of Science e The Purpose of it all.
Passei os meses seguintes a ler estes dois livros. No final do Verão, de forma algo desordenada e caótica, dei por mim a passar pela terceira vez por algumas das páginas. Perdi horas de sono graças ao Padre Jaki. Não sei explicar o que senti ao lê-lo: uma enorme afinidade, um entusiasmo contagiante, uma alegria que só se sente quando se descobrem verdades.
Era uma inteligência superior e um cristão superior. Quem o conheceu diz que rezava pelo menos uma hora por dia, de joelhos. E que este eminente físico e historiador da ciência andava com o seu terço no bolso, para que estivesse sempre pronto a rezá-lo (1).
Quando recuperei o fôlego, depois de me ter dado conta de que o Padre Jaki era, sem dúvida, o autor contemporâneo mais importante que eu tinha descoberto nos últimos anos, dei comigo a preocupar-me com algo natural: o Pe. Jaki tinha 84 anos e não caminhava para novo.
Pensei que já nos restava pouco tempo para aproveitarmos a riqueza humana e intelectual de alguém assim. Temi pela sua morte.
Apenas hoje, com muito atraso, soube da sua morte em Madrid, no passado dia 7 de Abril, acabado de regressar de uma viagem a Roma onde proferira conferências. A fotografia acima data deste último Março, e foi tirada em Roma.
Deus Pai, benevolente, garantirá ao Padre Jaki a imensa alegria de poder conversar animadamente, e sem problemas de tempo ou fadiga, com Chesterton, Pierre Duhem ou com o Cardeal Newman.
A nós, resta-nos a tristeza da separação de uma pessoa tão valiosa. E restam-nos os seus livros (mais livros do Padre Jaki aqui).
(1) Stanley L. Jaki by Rev. George W. Rutler, 21-4-2009.
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