"Mas, no íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça" - Primeira Carta de São Pedro, cap. 3, vs. 15.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Falsos mártires e mártires verdadeiros
Certa corrente de ateísmo fanático sustenta que a religião é a causa, ou uma das principais causas, da violência no Mundo. Os seus porta-vozes advogam o fim da religião como forma de provocar o fim da violência. Os facínoras da Al-Qaeda, essa organização de malfeitores assassinos, parecem dar razão a essa corrente de ateísmo fanático, pois os seus actos violentos surgem sempre travestidos de religião, da religião islâmica.
Domingo, 31 de Outubro de 2010.
O dia do banho de sangue na igreja siríaco-católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Bagdade. Uma matilha de assassinos da Al-Qaeda cometeu, nesse dia, bárbaros crimes em nome do Islão. Somente um observador muito distraído é que acharia que a Al-Qaeda é uma organização religiosa. Evidentemente, é uma organização política e os seus motivos são políticos. Mais concretamente, são objectivos terroristas.
O que urge, nos dias que correm, é fazer ver ao Ocidente que o martírio cristão não parou, e não mostra sinais de parar. Contra a apatia ocidental, é preciso chamar a atenção para os crimes diários contra cristãos.
Um dos mais negros e brutais exemplos é o do massacre de dia 31 de Outubro.
Marco Pedersini escreveu um relato impressionante. Esse relato pode ser lido de várias formas. A leitura mais imediata dá-nos um retrato de horror, de crimes hediondos, e mostra-nos cenas de crueldade animalesca por parte dos facínoras da Al-Qaeda. Mas há uma leitura mais profunda...
Os assassinos retratam-se como sendo mártires. Dizem que, quando se fizerem explodir, irão para o Paraíso. Rezam a Alá no meio dos corpos de homens, mulheres, crianças e bebés que assassinaram sem piedade. "Infiéis", chamaram-lhes. Seria um insulto chamar "cães" a esses assassinos, pois a espécie canina não o merece, nem de perto nem de longe. A melhor forma de apelidar esses assassinos, e a mais realista, é chamar-lhes de "demónios", pois de tal forma estavam possuídos por forças demoníacas que estavam privados de tudo o que é realmente humano.
Nessa leitura mais profunda dos acontecimentos do massacre de 31 de Outubro, surge uma luminosa lição para os Hitchens, para os Dawkins, para os Harris, enfim, para os patetas do neo-ateísmo fanático: a lição acerca dos falsos mártires e dos mártires verdadeiros.
Leia-se com calma, sem pressas, o texto de Pedersini. Veja-se a diferença entre a atitude dos assassinos e das vítimas. Veja-se, sobretudo, o amor infinito a Cristo, esse amor que não pode ser sufocado, nem por balas, nem por sangue, nem por explosivos.
Nesse Domingo, antes do início do massacre, quando os fiéis assistiam, tranquilamente, ao início da Missa dominical, escutaram da boca de um dos prelados a seguinte passagem do Evangelho segundo São Mateus, capítulo 16:
Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»
Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.»
Nesse Domingo, pouco depois de escutarem este santo evangelho, aquela comunidade de católicos iraquianos viu abrir-se, à sua frente, as portas do Abismo. O sangue correu. Mas o amor, como sempre, venceu.
Três nomes destacam-se da cena trágica: os dos padres Wasim, Rafael e Thair. Sacerdotes dignos e heróicos, verdadeiros pastores do seu rebanho. No dia da sua ordenação, entregaram as suas vidas sob a forma do sacerdócio. No dia 31 de Outubro entregaram as suas vidas por amor a Deus e aos seus paroquianos. Essa foi a sua vitória sobre os assassinos. Essa é a forma de Cristo vencer.
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7 comentários:
Belo relato. Belo relato, num belo post!
Que tenhamos a coragem daquelas pessoas que neste momento, certamente, intercedem por nós diante de Deus.
CRISTO VENCE O MUNDO!
Caro "O Insuspeito",
Obrigado pela visita e pelo comentário!
Li esta manhã o artigo de Marco Pedersini, e fiquei profundamente comovido. Apeteceu-me gritar, no pequeno espaço deste blogue, a tremenda injustiça que se faz de cada vez que não se reconhece, no cristianismo, a verdadeira força da paz e do amor de Deus.
Há algo de radicalmente diferente no cristianismo, e infelizmente, os acontecimentos de 31 de Outubro em Bagdade, provaram-no com sangue.
Peçamos aos mártires de Bagdade que rezem por nós, cristãos ocidentais, que muitas vezes vivemos vidas de quase pagãos, porque estamos acomodados no nosso "cristianismozinho" de trazer por casa, e mergulhados nos nossos "problemazinhos" corriqueiros de sociedade secularizada e apática.
Numa situação semelhante, teríamos nós a coragem deles?
Um abraço,
Bernardo
É tudo culpa da "religião". Não se pode falar nos mártires iraquianos. As imitações lusas de Dawkins, também não deixam:
"Esta nova onda de cristianovitimização que invade o espaço etéreo cristão(...) foi amplificada recentemente quer pela condenação à morte por blasfémia de Asia Bibi no Paquistão quer pelo ataque da al-Qaeda à Catedral de Nossa Senhora da Salvação em Bagdad, que vitimou 70 crentes. Claro que é completamente irrelevante que seja exactamente a religião a causa de ambas as barbáries e que no Iraque, por exemplo, as grandes vítimas das guerras religiosas sejam shiitas, muitos deles massacrados nos seus templos."
http://neoateismoportugues.blogspot.com/2010/11/jugular-e-o-anti-cristianismo.html
Jairo,
O teu "post" teve um impacto tão grande em mim que "sacrifiquei" uma hora e tal de sono para meter mais um "post" a criticar o "post" inacreditável da Palmira. Ela está a passar das marcas. Está a perder a noção. Isso vê-se, sobretudo, quando se compara a sanha anticristã dela com a atitude de ateus normais.
Abraço,
Bernardo
E, caro Bernardo, não sei se já viu o incrivelmente blasfemo video da juventude socialista espanhola, (o partido do poder), na campanha do preservativo!
É o mais abejcto que se pode imaginar.
Um abraço amigo
Pode ver aqui um exemplo
http://spedeus.blogspot.com/2010/12/o-governo-maconico-de-espanha-no-seu.html
A Igreja difundiu um video em resposta aos insultos e mentiras dos socialistas:
"Se queres realmente ajudar, faz-te missionário!"
Usei-o neste post:
http://neoateismoportugues.blogspot.com/2010/12/diario-ateista-e-luta-contra-sida.html
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