Há muito que este tema se tornou num dos "clássicos" temas de discussão.
E a discussão parece sempre eterna.
Mas tal sucede porque o problema está mal colocado.
Como diz o nosso amigo Rama Coomaraswamy, no seu excelente artigo "The Fundamental Nature of the Conflict Between Modern and Traditional Man - Often Called the Conflict Between Science and Faith":
«Is often said that there is an irreconcilable conflict between Religion and Science. Unfortunately, such a characterization falsifies the issues. The conflict is not between Religion and Science, but between the attitudes and beliefs of "traditional" man and his "modern" counterpart. The confusion arises because the latter, with little if any justification, likes to consider himself "scientific".»
Poderíamos ser tentados a ver nas palavras de Rama Coomaraswamy uma postura demasiado áspera.
Mas damo-nos conta da pertinência destas palavras quando convivemos mais de perto com os argumentos daqueles que, fanaticamente agarrados à inevitabilidade da omnipotência da Ciência Moderna, atacam a Tradição e as suas doutrinas, classificando-as de serem posturas primitivas.
Na compilação póstuma "Symboles de la Science Sacrée" (Éditions Gallimard, 1962) estão reunidos num grande conjunto uma série de artigos de René Guénon, que se encontravam "dispersos" em vários periódicos, nomeadamente Regnabit (1925-1927), Le Voile d'Isis (1929, 1931, 1934), Études Traditionelles (1936-1950) e Cahiers du Sud (1947).
Por isso, vou iniciar a partir de hoje uma sequência de pequenos artigos com excertos desta compilação.
A ênfase será dada àqueles artigos de Guénon que versam sobre o simbolismo tradicional e algumas das suas aplicações gerais. Acreditamos que esta compilação póstuma, bem como toda a obra de René Guénon, é de um valor inestimável e de grande utilidade para a situação de desordem intelectual em que nos encontramos nos dias de hoje.
Bernardo
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